A primeira instalação comercial na Europa projetada para testar drogas psicodélicas abre suas portas no Reino Unido.
A Clerkenwell Health, uma startup britânica, iniciará testes com psilocibina (composto presente em cogumelos) para ajudar pacientes terminais a lidar com a ansiedade causada pelo diagnóstico.
A intenção é apoiar os participantes do estudo até o fim dos cuidados paliativos. A instalação ficará localizada perto da Harley Street – endereço famoso mundialmente por atrair médicos e empresas que oferecem tratamentos médicos de última geração.
O grupo trabalhará em cooperação com empresas norte-americanas no Canadá e nos Estados Unidos, que se concentram em tratamentos para distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
O movimento não é inesperado e, de fato, provavelmente será apenas um dos passos de uma tendência muito ampla.
Empresas de biotecnologia de todos os meios, inclusive para psicodélicos (cannabis, por exemplo), estão de olho no Reino Unido, pós-Brexit, como um paraíso para esse tipo de pesquisa experimental.
Isso ocorre porque a Grã-Bretanha não está mais vinculada às regras e regulamentos da Agência Europeia de Medicamento e outros órgãos reguladores necessários para aprovar tais pesquisas.
Além disso, outras drogas psicodélicas – e a psilocibina em particular – estão começando a ter um novo olhar pela comunidade de pesquisa.
É inegável que isso se deve, em parte, à “reforma” da cannabis. Fundamentalmente, foi o fim da Lei Seca global — mais do que o Brexit — quem abriu essas portas.
Independente disso, há um grande interesse agora em explorar todos os tipos de drogas psicodélicas para o tratamento de condições de saúde mental, desde transtornos de humor até vícios.
As políticas da Guerra às Drogas tornaram altamente desafiadoras as pesquisas de todas elas. Conseguir, tanto aprovações quanto financiamentos, era quase impossível.
De fato, a única razão pela qual Israel se tornou um centro de pesquisa de cannabis é que os Estados Unidos estavam dispostos a financiar esses estudos fora do país, já que dentro não era possível.
Por mais que o desenvolvimento no ramo seja um avanço para tratamentos médicos, há diversas “ironias” presentes.
A primeira é que a droga psicodélica mais usada envolvida nas discussões – a cannabis – continua sendo uma substância ilegal no Reino Unido. Como resultado, a mudança de pensamento na medicina segue “flutuando” nesse caos.
Apesar do Reino Unido ser o maior exportador de cannabis para fins medicinais do mundo, o acesso legal a medicamentos à base de canabinoides ainda está fora do alcance do paciente britânico médio.
Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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