O grupo de indígena colombiano chamado Misak ou também conhecidos como Guambianos, foram autorizados a produzir cannabis medicinal, inclusive contendo o tetra-tetraidrocanabinol (THC), substância da cannabis que gera os efeitos alucinógenos.
O cultivo será exclusivamente para fins medicinais. A medida é um meio de movimentar a economia entre o povo Misak, além de camponeses e colombianos de origem africana, somando 600 pessoas ao todo no projeto.
Conseguir autorização do Ministério da Justiça do país não foi uma tarefa fácil. A briga judicial rendeu mais de um milhão de pesos colombianos (cerca de 15 mil reais) para as questões jurídicas do processo.
Juntos, formaram o Sociedad Pharma Misak Manasr, que busca promover o que chamaram de “trabalho pela paz”. O Grupo também considerou a possibilidade de a planta virar a segunda maior economia do país.
A menção do trabalho pela paz não é à toa, tem um contexto histórico marcado pelo conflito desde a década de 1980. A região Cauca, onde fica a aldeia indígena, assim como boa parte do país, foi zona da guerra civil por causa das drogas.
Afetada pelo narcotráfico que manchou a imagem do país, a Colômbia busca meios de reverter a situação. Entusiastas declaram que o país tem um potencial enorme macroeconômico enorme, que pode equipar a soma de exportações de flores.
Com a autorização, os Misak pensam alto. O grupo já está entrando em contato com outros povos indígenas para firmar parcerias e poder exportar a cannabis como commodity.
A colômbia liberou o cultivo em 2017 e se mostrou potente para a indústria medicinal. O que atraiu um forte polo de capital estrangeiro, principalmente pelas condições climáticas perfeitas para o cultivo, além de custos operacionais mais baixos que os Estados Unidos e o Canadá.
Uma indústria que pode chegar a 50 milhões de euros até 2025. O principal mercado é o fitofármaco, com uma commodity controlada e rastreada desde as sementes até a produção de medicamentos.
Em 2018 foram abertas 33 empresas de cultivo, no entanto, só podem produzir cânhamo, uma derivação da cannabis sativa que é muito usada na confecção de insumos, principalmente tecido.
Porém, nenhum incentivo desta indústria quis focar nos povos nativos e nos seus conhecimentos da terra. O grupo que teve que correr atrás para garantir os seus direitos de comercialização, agora terão que enfrentar outro desafio: concorrer com grandes empresas que já atuam no mercado nacional.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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