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Posso dirigir depois de fumar maconha?



16/12/2020


Esse questionamento tem causado polêmica entre apoiadores e contrários. Mas será que é verdade?

Todo mundo sabe que a maconha é menos perigosa que o álcool, pois a sua ação provoca menos danos no organismo e os seus efeitos também são mais leves.

Mas ainda assim, é seguro dirigir depois de fumar um baseado?

Um estudo realizado em 2019 mostrou que metade dos estadunidenses que consomem a erva, pensa que sim, é possível dirigir sobre o efeito da maconha.

Além disso, 14% das pessoas que não consomem também concordam que não há problema nenhum.

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Proibido no Brasil

No entanto, mesmo se a sua opinião for parecida com a dos norte- americanos, aqui no Brasil, dirigir sob o efeito de álcool ou qualquer substância psicotrópica, viola o artigo 165 das leis de trânsito.

Além do mais, a fiscalização pode ser mais rigorosa. Há a possibilidade da introdução do “drogômetro”, o bafômetro para detectar o consumo de drogas por motoristas.

Em abril do ano passado, o início dos estudos sobre a implementação, publicada no Diário Oficial da União, já mostrou que é um plano em andamento.

Mas o que a ciência diz?

As pesquisas sobre o assunto ainda são limitadas. No entanto, as que existem dizem que pessoas com mais de 5 nanogramas de tetraidrocanabinol (THC) por mililitros de sangue, pode prejudicar a eficiência ao volante.

O THC é o principal componente da cannabis que gera os efeitos alucinógenos. Ele está presente em grandes quantidades na maconha, mas não é tão ruim assim.

Ele é o composto ideal para tratar Alzheimer e Esclerose Múltipla, por exemplo.

Voltando ao assunto, os níveis de THC não são o único fator determinante para afirmar se a maconha pode atrapalhar o motorista.

Isso porque a cannabis age de forma única no organismo de cada um. Enquanto ela pode afetar os sentidos de alguns com mais intensidade, outros podem não sentir efeito algum.

Por outro lado, os estudos mostram que pode ser arriscado sim. Um estudo feito pela universidade canadense Dalhousie em Halifax, analisou acidentes envolvendo 50 mil pessoas por todo o mundo.

Publicada no British Medical Journal, ela concluiu que motoristas que usam a maconha até três horas antes de dirigir tem o dobro de chances de se envolver em acidentes.

No entanto, os resultados entre o consumo leve não foram conclusivos.

A influência da maconha no cérebro

Quando ela é consumida, faz com que o cérebro libere dopamina, o hormônio que dá a sensação de bem-estar. Ele é parecido com a anandamida, que regula o nosso humor, sono, memória e apetite.

É por isso que a pessoa que consome maconha fica “feliz”, sonolenta, não se lembra de muita coisa ou até com fome.

Uma coisa curiosa é que os efeitos são ambíguos, enquanto alguns sentem sonolência e diminuição da atividade motora, muitos têm uma reação contrária, sentirão euforia e intensificação dos movimentos.

Sempre vai depender do indivíduo e da quantidade que ele ingere.

No cérebro a maconha afeta também o equilíbrio, a coordenação motora, a postura e a noção do tempo, por um curto período em que o indivíduo está fumando.

Por isso é preciso ter atenção na hora de dirigir.

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Green cannibis joint and herb laying on a wooden table

Mas é tão perigoso assim?

Talvez você esteja lendo este artigo em alguma festa ou encontro com os amigos e ficou preocupado, pois dirigiu até aí e consumiu a erva.

Uma análise feita em 2010 e publicada no American Journal of Addiction mostrou que os consumidores têm algumas estratégias comportamentais que parecem eficazes.

Um relatório Americano feito 7 anos depois, teve uma conclusão semelhante.

No teste, os voluntários receberam maconha e álcool antes de entrarem em um simulador de direção.

Os cientistas perceberam uma maior cautela das pessoas que usaram a maconha para dirigir. Eles tinham uma atenção maior na estrada, se distanciavam mais dos outros carros, andavam em velocidade reduzida por mais tempo e respeitavam mais o limite de velocidade.

Apesar disso, os efeitos do THC trouxeram uma maior dificuldade nestas funções, sobretudo em manter-se em uma faixa.

Apesar de efeitos menores, a tolerância de cada organismo ao composto pode influenciar bastante. Em estados dos EUA onde a erva foi legalizada, houve uma aumento de 5,2% no número de acidentes de trânsito, por exemplo.

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.