Muda o perfil de consumidores de cannabis medicinal no Brasil

Muda o perfil de consumidores de cannabis medicinal no Brasil

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Se antes a demanda era principalmente para tratar convulsões em crianças, hoje, tratamentos para Alzheimer, dores crônicas ou ansiedade se tornaram mais comuns.

Segundo um levantamento divulgado pela empresa de inteligência de mercado Kaya Mind, o número de pacientes que utilizam a cannabis medicinal aumentou, e a estimativa é que o total seja de  50 mil ou mais. 

São pessoas que importam de outros países, compram de associações ou nas farmácias e até plantam com aval judicial. 

Para se ter uma ideia, mais de 33 mil passaram a utilizar o método alternativo desde o começo da pandemia, de acordo com a  Associação Brasileira de Indústria de Cannabis (BRCann). Um aumento de 492%.

Foto: Getty Images

O número crescente tem feito órgãos governamentais como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tomarem algumas medidas para acelerar a liberação do produto controlado.

 Como por exemplo, a Resolução 570/21 que substituiu a RDC 335 e simplificou o processo de importação. 

Perfil dos pacientes 

Mas o que também tem chamado a atenção é o perfil dos consumidores. Se em 2015, quando as importações foram reguladas, o uso dos fitofármacos eram focados no tratamento de crianças, hoje as coisas parecem estar mudando.

Ainda segundo o levantamento da associação BRCann, há seis anos crianças de até 10 anos representavam cerca de 50% dos pedidos de importação. Mas o número caiu ao longo dos anos para 20%.

Por outro lado, a prescrição para pessoas com mais de 65 anos aumentou 7%, o que elevou a porcentagem para quase 24%.

“Em 2015, a cannabis medicinal era indicada basicamente para epilepsia refratária em crianças. Agora, há mais médicos prescrevendo para condições como dores crônicas, Parkinson, Alzheimer, ansiedade e outras condições que acometem adultos e idosos”, diz o diretor-executivo da BRCann Tarso Araújo.

 

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