Na última sexta-feira (01) o Padre Antonio Luiz Marchioni, mais conhecido como Padre Ticão, morreu aos 68 anos, em São Paulo.
Ele era pároco da Paróquia São Francisco de Assis, localizada em Ermelino Matarazzo, na zona leste da cidade desde 1982.
O padre foi socorrido pela sua sobrinha que é médica no dia 31 e levado ao Hospital Santa Marcelina em Itaquera.
Ele apresentava falta de ar e os exames detectaram também, água no pulmão. Ticão ainda fez um teste de COVID-19, mas deu negativo.
Com o diagnóstico de edema pulmonar, ele teve uma arritmia cardíaca. Infelizmente ele morreu depois de uma parada cardiorrespiratória.
Segundo a psiquiatra Eliane Nunes, diretora da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis (SBEC) à Folha de S. Paulo, ninguém sabia que ele tinha problemas de coração, principalmente porque ele se apresentava aparentemente bem.
A missa realizada no sábado pela manhã, foi realizada na paróquia e também transmitida pela internet.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, apesar do velório ser transmitido, cerca de 5 mil fiéis foram até o local.
O corpo do Padre Ticão foi enterrado no cemitério do Carmo 1, também localizado na zona leste.
A missa do sétimo dia será realizada na Paróquia São Francisco de Assis no dia 7 de janeiro às 8 horas.
Milhares de pessoas compareceram ao velório, de forma presencial e também atrás das telas. Alguns deles foram o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB – SP) e também o deputado federal Paulo Teixieira (PT-SP).
O prefeito Bruno Covas (PSBD-SP) não compareceu ao velório, mas se manifestou através das redes sociais. Além disso, o prefeito decretou luto na cidade.
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O padre era próximo ao avô do prefeito, Mário Covas, que foi governador do estado entre os anos 1990 e 2000.
Outros políticos como Eduardo Suplicy (PT-SP) também se manifestaram nas redes sociais.
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O pároco ficou conhecido pela sua luta contra as desigualdades sociais nas últimas três décadas, principalmente sobre moradia e saúde.
A trajetória do Padre Ticão como militante começou com os movimentos de moradia ainda na década de 1980.
Ele participou da invasão à Secretaria de Estado da Habitação, que resultou em várias iniciativas, como a Pastoral da Moradia, que em 2020 completou 35 mil casas.
Foi através da sua mobilização que o Programa Habitacional Municipal, Estadual e Federal – CDHU e também o fundo Nacional para Moradia começou.
Também lutou para a construção do Hospital Ermelino Matarazzo e unidades básicas de saúde na zona leste.
Também foi influente na luta pela chegada da Universidade de São Paulo (USP) na região em 2005.
Foi dele a ideia de criar o projeto Escola da Cidadania, um projeto aberto para a discussão de vários temas sociais e políticos.
Nos últimos anos, foi um importante atuante na luta canábica no país. Ele defendia a cannabis medicinal e também cedeu o espaço da paróquia para a administração do curso de cannabis, administrado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
As edições do curso, que começaram com 300 pessoas, chegaram a quase cinco mil participantes, o que mudou a vida de muita gente. Como Andreia Rodrigues, veja a história dela aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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