Em seu aniversário de 15 anos, a marcha clamou pelo fim da “guerra às drogas”, por reparação histórica e por um mercado de drogas legalizado no Brasil.
No último sábado (17), milhares de manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, na décima quinta edição da Marcha da Maconha. Por volta das duas da tarde, a marcha se concentrou no vão do MASP e, às 16h20 partiu pela Paulista sentido Centro, descendo a rua da Consolação até a região da Praça da República.
Com o tema “Antiproibicionismo por uma questão de classe – reparação por necessidade”, a marcha clamou pelo fim da “guerra às drogas”, por reparação histórica e por um mercado de drogas legalizado no Brasil.
O ato ocorreu uma semana antes da nova data de julgamento sobre a descriminalização da posse de drogas para uso pessoal pelo STF (Supremo Tribunal Federal), prevista para a próxima quarta (21).
O tema da descriminalização estava presente na maioria das reivindicações dos manifestantes. Para Cidinha Carvalho, ativista canábica histórica e símbolo das conquistas do movimento, é importante que haja uma regulamentação que atenda a todos.
“A marcha é um símbolo de luta, de resistência, de luta por direitos humanos, e luta para que acabe essa guerra às drogas, e que possa privilegiar quem necessita e sempre esteve à frente dessa luta sofrendo violência e encarceramento pra fazer justamente o que a indústria já faz, que é vender. Nós precisamos de uma regulamentação que atenda a todos, e não privilegie quem já é privilegiado”.
Outros presentes também pensam dessa forma. É o caso do educador social para redução de danos Miro Rolim.
“Marchar é um ato político, eu estou aqui para exigir uma outra política de drogas. É pensar numa outra alternativa a esta política falida que temos hoje, que não produz bem-estar social, adoece e prejudica principalmente a população preta, periférica e de juventude, e ainda reforça o encarceramento em massa da pobreza.”
Muitos manifestantes traziam experiências próprias e testemunhos como base de seus argumentos pró-descriminalização. É o caso da cantora e compositora Amanda Lyra.
“A melhora da dor e a qualidade de vida [que se ganha] é absurda, principalmente para pessoas como eu, por exemplo, que tem atrofia muscular espinhal, ou outras condições degenerativas. A gente precisa conscientizar, porque é um preconceito que já vem enraizado. Eu tomava remédios que atacavam o fígado, tinha uma sequência de dificuldades por conta de remédios e a cannabis é natural.”
Também defensora do uso medicinal, a atriz Carol Mafra é diabética e conta que a cannabis ajudou a regular sua glicemia.
“Sou diabética desde criança e descobri que alguns tipos de extração me ajudavam a controlar melhor a glicemia. O óleo de CBD que me ajuda a manter a melhor qualidade de sono, metabolismo, mas ativa… Eu devo a minha vida à maconha.”
Lucas Panoni
Jornalista e produtor de conteúdo na Cannalize. Entusiasta da cultura canábica, artes gráficas, política e meio ambiente. Apaixonado por aprender.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Cannabis diminuiu dores neuropáticas, segundo estudo
Exposição reúne 16 artistas canábicos em São Paulo
Anvisa aprova o uso de cannabis para o tratamento veterinário
Senadora critica atraso na criação de lei uma sobre cannabis
Recife aprova a distribuição da cannabis no SUS
Como a cannabis ajudava na demência de Maguila
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso