Líbano libera a produção de cannabis para melhorar economia diante do COVID-19

Líbano libera a produção de cannabis para melhorar economia diante do COVID-19

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A pandemia pegou o país do Oriente Médio em cheio, e a sua moeda teve a maior desvalorização da história

A partir de hoje (23.04/2020), já começa a valer a nova legislação sobre a cannabis medicinal e industrial no país. O empreendimento espera um rendimento de até 1 bilhão de reais para os cofres públicos, que já estava abalado desde janeiro.

A legalização não permite o uso recreativo, mas visa a produção de óleo de CBD e produtos para o bem-estar. Além da fabricação de manufaturas industriais, como têxteis e fibras, feitos com o cânhamo, uma variação da cannabis sativa.

Devido a pandemia e as medidas de quarentena, a libra libanesa sofreu uma queda de 50% em comparação ao dólar, a maior já registrada no país. O que só acentuou a crise econômica no Líbano, que já não estava muito boa. No final do ano passado, a dívida pública atingiu o pico de 150% do PIB nacional, o que fez o governo não ter dinheiro nem para pagar o salário integral dos funcionários públicos.

O parlamento liberou nesta terça-feira (21) e a medida já passa a valer nesta semana. O fato curioso, é que a medida foi aprovada pelos Hezbollah. O grupo xiita é conhecido por suas posições conservadoras, que costumam proibir propostas liberais no país. Quase todo o Oriente Médio considera a maconha “transgressora”.

Segundo o escritório das Nações Unidas de prevenção ao tráfico de drogas, o Líbano é o quinto país que mais produz cannabis no mundo. Contudo, planta era cultivada ilegalmente, mais precisamente, próximo à fronteira com a Síria, no Vale do Bekaa. O tráfico atravessava a ao país há quase dez anos.

Mercado

Segundo o Banco Mundial do Canadá, a erva movimentou cerca de 18 bilhões de dólares no mundo só no ano passado, mais metade do número nos Estados Unidos. O principal destino da cannabis é a fabricação de medicamentos.

Os estudos preliminares sobre o lucro para o Líbano, são da consultoria McKinsey, que já haviam recomendado o plantio de cannabis mesmo antes da pandemia. A medida, se mostrar-se rentável a longo prazo, pode ser um novo mercado para o país depois da crise, tornando-se uma commodity e suprindo a demanda mundial de cannabis.

 

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