Harmonia e sustentabilidade: bloco de cânhamo une palestinos e israelenses em Portugal

Harmonia e sustentabilidade: bloco de cânhamo une palestinos e israelenses em Portugal

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Enquanto a guerra em Gaza segue fazendo vítimas, uma empresa formado por palestinos e israelenses parece ter encontrado o caminho para a harmonia entre os povos. 

Em Portugal, o concreto de cânhamo está dando exemplo de como não apenas resolver conflitos culturais, mas também promover uma relação mais sustentável com a natureza.

Quem demonstra isso é a Canhamôr, uma fábrica de blocos de concreto de cânhamo, fundada em 2020 por dois isrealenses, Elad  Kaspin e Omer Ben Zvi, junto com dois palestinos, Khalid Mansour, de 47 anos e Azmi Afifi. 

“Estamos muito felizes por trabalhar juntos em sinergia como palestinos e israelenses”, dizem.

Em entrevista para o portal português CannaReporter, os fundadores da Canhamôr explicam que esta relação de sinergia começa pelo amor à natureza.

“Na Canhamôr pensamos no planeta que vamos deixar para os nossos filhos e para os filhos deles. Ou seja, pensamos no que podemos fazer hoje para que a natureza seja incluída no processo e beneficie dele, em vez de ser tratada como um recurso infinito e um depósito de resíduos tóxicos e de gases.”

É por isso que a Canhamôr opta pela planta de cânhamo que, além de suas propriedades de purificação do solo e das águas, tem uma pegada de carbono negativa, diferente do processo de mineração que produz o cimento. 

Os fundadores ainda contam que este cultivo ajuda a regenerar e limpar o solo, sem consumir herbicidas, pesticidas e utilizando muito menos água do que outras culturas convencionais.

Mas como funciona a produção dos blocos de concreto de cânhamo?

Na Canhamôr, os blocos são feitos a partir da parte interna do caule da planta de cânhamo. “Misturamos com dois tipos de calcário português local (a conhecida cal), e um tipo especial de argila, para criar um material de construção muito forte, leve, resistente ao fogo e com um nível de isolamento térmico e acústico muito elevado”, explicam em entrevista à CannaReporter.

O concreto de cânhamo tem propriedades sustentáveis por não ter cimento em sua composição. Isso significa que o processo de secagem e cura dos blocos é artesanal, podendo levar até 60 dias para ficar pronto. O que parece um revés logístico na verdade garante a “respiração” do bloco, evitando a umidade das paredes. 

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