Recentemente, Gisele Fetterman, a Segunda Dama da Pensilvânia, foi destaque no noticiário nacional. Mesmo sofrendo preconceitos, hoje ela faz uso da cannabis para alívio das dores.
“Logo que saiu a notícia, sofri três ataques contra mim”, relatou de sua casa em Braddock, Pensilvânia para o site High Times.
“Sou imigrante, mulher e paciente de cannabis. Mas naquele dia, só viram a cor da minha pele, sabendo que era estrangeira. ” disse ela.
Gisele, casada com John Fetterman, tenente governador do estado, costuma ser acompanhada por um segurança quando está em público.
Certo dia, ela decidiu dar uma saída rápida a um mercado local para comprar alguns kiwis amarelos que estavam à venda. Quando de repente uma mulher se aproximou dela na fila e a seguiu até o carro gritando palavrões e dizendo que ela não pertence ao país.
Gisele Fetterman veio de uma família brasileira que imigrou para os Estados Unidos devido à violência contínua, quando ela tinha apenas oito anos.
Nos primeiros 15 anos em que estiveram na América, eles permaneceram sem documentos, com sua mãe dizendo a ela e seus irmãos para “serem invisíveis” todas as manhãs, quando saíam para a escola.
Era uma menina que vivia com medo de uma batida na porta que pudesse mandar a família de volta ao Brasil.
Como se já não bastasse sofrer preconceito por ser brasileira, ela recentemente contou publicamente sobre seu uso de cannabis, depois que um legislador estadual fez um comentário depreciativo sobre os consumidores da planta, durante uma entrevista no ano passado para a PennLive.
“A política é difícil e complicada, mas também pode mudar vidas. Há muito estigma e desinformação em torno desta fábrica. Geralmente sou chamada de a segunda-dama ‘maconheira’. É a linguagem, os julgamentos e o preconceito que impedem tantos de buscar ajuda adequada para doenças reais e isso é uma verdadeira vergonha.” disse ela durante a entrevista.
Ela sempre soube que a comida poderia ser fonte de remédio. Ela aprendeu isso quando era criança com sua mãe, que era nutricionista e administradora de hospital em seu país.
Durante a infância ela sofreu um acidente de cavalo e alguns acidentes de carro, que fizeram com que ela sofresse dores crônicas durante a maior parte de sua vida.
Seus médicos passaram medicamentos tradicionais como os opióides, mas Fetterman percebeu que não estava tendo resultados positivos.
O seu uso inicial da cannabis era fumando ou vaporizando. Mas recentemente ela acrescentou à sua medicação, o uso de canabidiol (CBD), em que os benefícios têm propriedades anti inflamatórias, com efeitos analgésicos usados para a dor.
Gisele Fetterman disse que toma suas doses de canabidiol diariamente, mantendo a dor sob controle.
Ela usa loções tópicas e fuma conforme necessário, pois fumar também elimina as endorfinas imediatamente.
“A cannabis me permitiu apreciar melhor as pessoas e os momentos que a vida tem para nós. ” afirma Fetterman .
Referências
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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