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Fevereiro laranja: A leucemia e o papel da cannabis no tratamento



11/02/2025


A cannabis tem se mostrado uma opção de tratamento para ajudar a amenizar os sintomas da leucemia, sobretudo da quimioterapia

Fevereiro laranja A leucemia e o papel da cannabis no tratamento

Fevereiro laranja A leucemia e o papel da cannabis no tratamento

Nos últimos anos, a busca por opções de tratamentos para a doenças como leucemia tem crescido. E a cannabis medicinal ganhou destaque na discussão médica por ajudar a tratar os sintomas e quem sabe até no próprio câncer. 

A leucemia é um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas. Ele apresenta diferentes formas, mas a LLA  (Leucemia Linfoblástica Aguda) e a LMA (Leucemia Mieloide Aguda) são as mais comuns. 

Mas o fato é que a leucemia, seja qual for, afeta as células do sangue, principalmente os glóbulos brancos, que são responsáveis pela defesa do organismo. O tratamento pode variar, mas quase sempre envolverá a quimioterapia. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença é responsável por aproximadamente 1,6% de todas as novas neoplasias no Brasil, com uma taxa de incidência média de 24,2 por 100.000 habitantes em 2020.

Desta forma, este cenário destaca a urgência em encontrar terapias que não apenas combatam a doença, mas também melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

A cannabis medicinal como opção de  tratamento para leucemia

De acordo com o Dr. Hugo Jaime, recentes estudos têm demonstrado que a cannabis medicinal pode desempenhar um papel positivo no manejo dos sintomas associados à leucemia, além de ser de grande ajuda no tratamento quimioterápico. 

“A cannabis contém canabinoides, como THC (tetrahidrocanabinol) e CBD (canabidiol), que têm propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e até mesmo anti-tumorais. Por exemplo, uma pesquisa publicada no Journal of Hematology & Oncology, indica que o uso de CBD pode auxiliar na redução da dor e na náusea, efeitos colaterais comuns da quimioterapia”, diz. 

Além disso, a cannabis pode ajudar na estimulação do apetite, um fator crucial para pacientes que muitas vezes enfrentam perda de peso e desnutrição durante o tratamento. 

Estudos apontam que o THC pode aumentar o apetite em pacientes oncológicos, ajudando na manutenção de um estado nutricional adequado. 

Leia também: Larica: O que é e por que a maconha dá fome?

Um estado nutricional equilibrado é fundamental para a recuperação, pois o corpo precisa de energia e nutrientes para se recuperar dos efeitos de tratamentos agressivos e da própria doença.

Como a cannabis funciona

Os efeitos medicinais da cannabis são numerosos, porque o próprio corpo também produz os chamados canabinoides. Embora não sejam os mesmos da cannabis, nos ajudam a regular a homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo.

Através do Sistema Endocanabinoide, espalhado por todo o corpo, eles sinalizam quando algo está errado e precisa ser corrigido. Os canabinoides da cannabis podem servir como uma espécie de reforço aos nossos, interagindo com os mesmos receptores.

E este sistema está relacionado com várias funções do corpo, como sono, fome, humor, sistema nervoso e até o sistema imunológico. Dessa forma, ajustá-lo pode ser de grande ajuda no tratamento da leucemia. 

Fevereiro laranja A leucemia e o papel da cannabis no tratamentod

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Morte de células cancerígenas

E esta afirmação não é um exagero, segundo o Dr. Hugo Jaime, as evidências sobre os benefícios da cannabis só aumentam. 

Um estudo realizado na Universidade de Tel Aviv, por exemplo, demonstrou que a combinação de canabinoides pode induzir a morte de células leucêmicas em laboratório, sugerindo que esse composto pode ter um efeito direto sobre as células cancerígenas.

Contudo, o médico complementa que, embora esses resultados sejam promissores, ainda existem muitas questões a serem exploradas, incluindo as dosagens adequadas e os tratamentos combinados.

“Entretanto, a cannabis medicinal deve ser vista como uma parte de um plano abrangente de tratamento que inclui hábitos de vida saudável. O estilo de vida desempenha um papel fundamental na saúde geral e na recuperação de doenças crônicas.” Lembra o médico. 

O Dr. Hugo Jaime ainda complementa que, fatores como alimentação balanceada, exercícios regulares, e sono adequado são pilares que podem fortalecer o organismo e melhorar a resposta ao tratamento. 

Outras considerações

Os pacientes também são encorajados a participar de grupos de apoio, que não só oferecem suporte emocional, mas também educam sobre a doença e suas opções de tratamento. 

Com a crescente aceitação da cannabis medicinal, programas informativos estão cada vez mais disponíveis, educando pacientes e famílias sobre como essa opção pode se encaixar em um regime terapêutico mais amplo.

Mas o médico alerta: é importante ressaltar a necessidade de orientação médica ao considerar o uso da cannabis medicinal. Cada paciente é único, e o que pode funcionar para um pode não ser adequado para outro. 

“Portanto, o acompanhamento por um profissional de saúde qualificado é essencial para garantir que os tratamentos estejam alinhados com as necessidades individuais de cada paciente” diz.

Embora a doença represente grandes desafios, a combinação de tratamentos convencionais com terapias complementares, como a cannabis medicinal, oferece uma visão de um futuro mais positivo, onde viver com leucemia se torna um pouco mais manejável.

Bibliografia

  1. Journal of Hematology & Oncology. Declarando os efeitos dos canabinoides em sintomas de câncer e tratamento. 2022.
  2. John, S. et al. “The Effect of THC on Appetite in Cancer Patients,” Oncology Nursing Forum, vol. 45, no. 6, 2018, pp. 719-726.
  3. Naftali, T. et al. “Cannabinoids in Cancer Therapy,” Anticancer Research, vol. 40, no. 6, 2020, pp. 3151-3158.

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.