Não há o que discutir, a maconha gera efeitos no corpo e na mente. Em uns com mais intensidade e outros quase imperceptíveis.
Algumas tragadas da erva podem resultar em uma fome enorme, uma sonolência e até uma “bed”, mas a fome, em geral, é a reação mais comum.
Essa reação do organismo à maconha é a famosa larica. Mas como ela acontece?
O que chamamos popularmente de “larica”, é a conexão de algumas moléculas da cannabis com os receptores do apetite do nosso corpo.
Vou te explicar melhor.
A cannabis gera os efeitos no nosso organismo, por causa dos seus canabinoides, pequenas moléculas que podem interagir com um sistema do nosso corpo chamado Sistema Endocanabinoide.
Ele ajuda a regular várias funções, como sistema nervoso e sistema imunológico, que podem influenciar em áreas como o humor, sono e, claro, fome.
É o nosso organismo que geralmente produz canabinoides para ajudar nesta estabilização. Quando algo não vai bem, ele é produzido e se conecta com os receptores canabinoides, espalhados por todo o organismo.
No entanto, receber algumas destas moléculas de fora, também não é ruim. É por isso que a cannabis é tão benéfica no tratamento de várias condições.
Quando a maconha é inalada o tetrahidrocanabinol (THC), principal canabinoide que gera os efeitos psicoativos da planta, se conecta com os receptores do sistema nervoso central que controlam a fome e o apetite.
Isso confunde o cérebro, ele não entende que já estamos satisfeitos e a fome vem mesmo quando se acaba de comer.
O canabinoide também pode desencadear um surto de um hormônio chamado grelina, mais conhecido como hormônio da fome.
O hormônio geralmente é ativado quando o estômago está vazio, enviando uma mensagem para o cérebro dizendo que é hora de comer.
Ele é produzido pelas células do estômago e também é responsável pela sensação de fome e gasto de energia. No entanto, outra das suas funções são as mudanças agressivas nos hábitos alimentares.
Este hormônio influencia na nossa relação com a comida, que pode ser visto no desejo de comer algo doce ou uma comida específica, por exemplo.
Aqui, neurônios responsáveis pela saciedade, como o PVH MC4R são inibidos, fazendo com que a fome provocada não tenha fim.
Por si só ela não engorda, pois a sua influência é apenas dentro da mente. Por mais que o indivíduo sinta fome, esse é um comportamento do cérebro e não uma necessidade do corpo.
Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada em 2019 e publicada no International Journal of Epidemiology, comparou o Índice de Massa Corporal (IMC) de 30 mil usuários de maconha, com pessoas não fumantes.
O resultado foi que os consumidores da erva apresentavam uma taxa bem menor de obesidade que pessoas que não fumavam.
Isso quer dizer que a larica é um efeito da mente, portanto ela não está diretamente ligada aos ganhos ou perdas de peso.
Mas cuidado! Essa sensação de fome pode fazer você comer muito sem necessidade e aí sim engordar.
A reação provocada pela larica pode ser usada para estimular a fome em pessoas com condições como AIDS e câncer, por exemplo.
As terapias destas condições podem causar uma série de efeitos colaterais, como falta de apetite ou falta de prazer pela comida.
A famosa “larica” pode contornar esses efeitos e proporcionar uma melhor alimentação e consequentemente, uma melhor qualidade de vida.
Essa reação também pode ser usada para casos de anorexia, há até um medicamento feito com canabinoides sintéticos que é indicado para casos assim.
No entanto, é importante destacar que aqui a cannabis não é sempre fumada, mas nestes casos, é optado o uso através do óleo e da vaporização.
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita.
Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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