A planta cannabis ainda não é considerada a primeira opção de tratamento, o que leva cerca de 72% das mulheres a usarem cannabis ilicitamente na Nova Zelândia e na Austrália.
De acordo com uma pesquisa quase ¾ das mulheres com endometriose , uma doença inflamatória, na Austrália obtêm cannabis do mercado ilegal.
Provavelmente isso se deve ao estigma que continua a acompanhar a substância, mesmo que elas possam acessar a cannabis medicinal legalmente por meio de seus médicos.
Segundo o novo estudo, o número de mulheres que sofrem de endometriose tem crescido em outros lugares, e a cada dia as pacientes recorrem ao mercado ilícito para aliviar seus sintomas dolorosos.
Estima-se que uma em cada nove mulheres tenha endometriose na Austrália.
Pesquisadores da Western Sydney University descobriram que 72% das mulheres pesquisadas com a condição médica usam cannabis ilicitamente na Nova Zelândia e na Austrália.
Em um recente relatório, pesquisadores israelenses anunciaram que testariam produtos farmacológicos à base de cannabis que se acredita terem ingredientes ativos que possam aliviar condições médicas dolorosas, como dismenorréia, endometriose ou menstruação dolorosa.
A endometriose geralmente leva de 6 a 10 anos para ser diagnosticada corretamente e não há garantia de que as opções de tratamento atuais funcionam.
O número de mulheres que se afastam do mercado legal de cannabis medicinal na Austrália, onde a cannabis medicinal foi legalizada em 2016, é um tanto preocupante.
Embora a cannabis seja acessível para aqueles que sofrem muito, ainda não é considerada uma opção primária na Austrália.
A cannabis só pode ser considerada se todas as outras opções estiverem esgotadas.
O diretor científico do Australian Natural Therapeutics Groupm Justin Sinclair disse que o estigma em torno da substância é real, é potencialmente por isso que as mulheres com endometriose podem não estar acessando o tratamento de cannabis por meio de canais legais.
Sinclair disse: “Diversos fatores, incluindo preocupação com possíveis repercussões legais, julgamento de seu médico ou da sociedade ou a suposta relutância de seus médicos em prescrever cannabis medicinal legal foram as principais razões para não falar com seu médico.’’
“Melhorar a comunicação entre médico e paciente sobre o uso de cannabis medicinal pode melhorar os níveis de supervisão médica, a preferência pela adoção legal de cannabis medicinal em relação à aquisição por meio de fornecimento ilícito e reduzir o estigma associado à cannabis.” acrescenta Sinclair.
Referências
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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