Deputada diz que CFM suspendeu resolução sobre cannabis medicinal

Deputada diz que CFM suspendeu resolução sobre cannabis medicinal

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Atualização será publicada no Diário Oficial da União nesta terça (25), após dias de intensas movimentações contrárias à decisão

Nesta segunda-feira (24), a deputada Tereza Nelma (PSD/AL) se pronunciou em seu Instagram, dizendo que a resolução nº2.324 do Conselho Federal de Medicina foi suspensa. A resolução restringe o uso da cannabis para tratamento medicinal.

Segundo a Deputada, a decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (25).

A suspensão vem após duas semanas de intensas movimentações contrárias à decisão.

Na esfera executiva, um Projeto de Decreto Legislativo foi aprovado no Senado Federal, no intuito de coibir a resolução, e o Ministério Público Federal entrou com um pedido de apuração com intenção de investigar as causas de uma imposição tão arbitrária.

A iniciativa da sociedade civil de se posicionar contra o documento partiu de um abaixo assinado de quase 170 mil assinaturas até protestos comandados por associações de médicos e pacientes em sedes de Conselhos Regionais de Medicina de mais de cinco capitais brasileiras.

A Cannalize entrou em contato com a assessoria de imprensa do CFM, que afirmou que não pode se manifestar por telefone, mas que responderá por e-mail. Até o fechamento desta matéria não houve resposta.

Veja o pronunciamento da deputada:

Entenda o caso

  • 11 de outubro: A resolução Nº2.324 é publicada no Diário Oficial, restringindo o uso de cannabis medicinal a apenas dois tipos de doenças: a Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e o Complexo de Esclerose Tuberosa. A norma proibiu a prescrição de outras condições, com exceção em estudos clínicos autorizados pelo Sistema CEP/CONEP (Comitê ético de pesquisa). Também ficou vedado aos médicos ministrar palestras e cursos sobre uso do canabidiol e/ou produtos derivados de Cannabis fora do ambiente científico, bem como fazer divulgação publicitária.
  • 15 de outubro: A SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos em Cannabis Sativa) divulga um abaixo-assinado de posicionamento contrário à resolução, solicitando a revisão imediata dos termos publicados pelo Conselho. Associações começam a se organizar para realizar manifestações na sede do Conselho Federal de Medicina.
  • 17 de outubro: O MPF (Ministério Público Federal) instaura um PP (Procedimento preparatório) para apurar a compatibilidade da Resolução. O procurador da República Ailton Benedito de Souza, responsável pelo procedimento, pretende comparar as evidências científicas que sustentam a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) nº 327 e nº 335 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), bem como os documentos em que se baseiam a resolução nº2.324, do CFM.
  • 18 de outubro: Senado Federal protocola um Projeto de Decreto Legislativo redigido pela Senadora Mara Gabrilli (PSDB/SP), no intuito de sustar a resolução nº2.324 do CFM (Conselho Federal de Medicina). Se aprovado pela maioria, o Decreto se torna lei e a resolução perde sua validade. Associações não se curvam e mantém os trabalhos relacionados à prescrição de canabidiol: “Tudo vai continuar como sempre foi. Os médicos que prescrevem o canabidiol disseram que vão continuar prescrevendo. A Apepi vai continuar fornecendo os óleos”, afirma Margarete Brito, advogada da Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Anvisa também mantém a prática de regulamentação. Ministro da Saúde responde jornalista dizendo que vai procurar o presidente do CFM para “entender o caso”
  • 20 de outubro: Conselho Federal de Medicina promete abrir consulta pública para ouvir população sobre nova resolução. Para o Conselho, a consulta pública serve para ampliar o debate sobre a necessidade do medicamento pois, segundo a nota, as evidências quanto à eficácia do canabidiol no tratamento da maioria das doenças ainda são “frágeis”.

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