O uso da erva é cada vez mais adotado nos países do continente. No Brasil, porém, o cenário parece estar mais distante.
O ato de comer a maconha sempre foi associado a ficar chapado. Brownies, cookies e os famosos “brisadeiros” costumam ser utilizados para dar a mesma sensação que o fumo da erva.
Eles fazem parte, mas são apenas uma pequena fração do que é a culinária canábica. Inclusive, esses alimentos têm um intuito muito diferente de boa parte das receitas com a planta, que, normalmente, não deixam chapadas e proporcionam uma experiência gastronômica diferente da habitual.
O crescimento dessa nova indústria é notório, ainda mais na América do Sul, onde muitos países já liberaram a utilização da cannabis em alimentos.
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A culinária canábica virou uma tendência entre os países sul-americanos. Colômbia, Uruguai e Equador, por exemplo, já criaram leis específicas para regulamentar o setor.
O pioneirismo, assim como em outras muitas questões sobre a maconha, vem do Uruguai. O local tem uma regulamentação detalhada, que permite alimentos com o teor máximo de 1% de THC (Tetrahidrocanabinol) e a suplementação com proteína em pó e erva mate, disponíveis para a fabricação do chimarrão com o extrato de CBD (Canabidiol).
O Equador legalizou, no ano passado, o uso do cânhamo em alimentos e suplementos, o que abriu espaço para a atuação do mercado. As medidas implementadas pelo país abrangem várias derivações do composto e permitem o máximo de 0,3% de THC na composição final.
A Colômbia ainda está um passo atrás em relação aos outros dois lugares, já que apesar da liberação, ainda não tem um regulamento específico para cada categoria.
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Foto: iStock/PromesaArtStudio
Produzir receitas à base de cannabis não é permitido no Brasil, seja para alimentação ou suplementação. Além disso, não há nada que indique a abordagem do tema pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O cenário não está totalmente em estágio inicial. Atualmente, tramita no senado um projeto com o objetivo de autorizar o cultivo do cânhamo industrial, que abrange diversos setores, um deles, a culinária.
A medida pode ser considerada como um primeiro passo para uma futura implementação da gastronomia canábica no país.
“É um primeiro passo que antecede sua aprovação como ingrediente, garantindo o acesso seguro à matéria-prima. Em geral, na área de alimentos vai ser chamado de cânhamo industrial”, disse Eugênia Muinelo, gerente especialista em assuntos regulatórios, ao portal Food Connection.
Entenda: Alimentos à base de cânhamo poderão substituir a carne?
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Gustavo Lentini
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por futebol e pela comunicação.
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