Embora as leis sobre o uso adulto sejam severas, o país produz e consome produtos feitos de cânhamo e CBD
Nesta semana, o ator sul-coreano Lee Sun-kyun foi encontrado morto em um parque de Seul, capital da Coreia do Sul. O ator de filmes premiados, como Parasita, estava em um carro inconsciente, deixando para trás o que parecia ser uma nota de suicídio.
Lee estava sob investigação por suspeitas de uso de drogas e a polícia chegou a interrogá-lo por três vezes. Uma das sessões, que aconteceu na véspera de Natal, chegou a durar cerca de 19 horas.
A notícia causou um assombro no país, e pôs em xeque a dura visão do uso de substâncias na Coreia do Sul. Mas será que o país do leste asiático é assim tão conservador? A resposta é sim.
O consumo de maconha, por exemplo, é considerado uma infração grave, sujeita a prisão e multa. Os consumidores podem pegar entre cinco e dez anos de prisão e multas a partir de 50 milhões de wons (cerca de 180 mil reais).
Para se ter uma ideia, pessoas pegas contrabandeando ou vendendo maconha, podem até pegar prisão perpétua.
Na Coreia do Sul, a lei é aplicada de forma territorial, ou seja, os policiais de lá têm autoridade para parar alguém na rua e fazer um exame toxicológico, caso suspeite que a pessoa esteja sob efeito de algum tipo de substância.
Caso for identificado resquícios de THC (Tetrahidrocanabinol), é bem provável que a pessoa seja presa. Trata-se da principal substância da cannabis que gera os efeitos psicoativos da maconha.
A fim de diminuir a pena, as pessoas pegas usando substâncias, geralmente oferecem informações de seus fornecedores.
Uma curiosidade é que os sul-coreanos estão sujeitos às leis de drogas em qualquer lugar do mundo. Ou seja, mesmo que o cidadão consuma maconha em um país em que a substância é legalizada, ele também pode ser punido.
Quando o Canadá legalizou o uso recreativo da maconha em 2018, por exemplo, a embaixada do país asiático emitiu um recado a todos os sul-coreanos avisando que quem fizesse o uso, estaria “violando a lei e seria punido”.
Por outro lado, a Coreia do Sul foi o primeiro país do Leste Asiático a legalizar produtos medicinais feitos com a planta em 2018. Um grande marco para uma sociedade tradicionalmente conservadora.
Contudo, com várias restrições: Os pacientes precisam se inscrever no Centro de Medicamentos Órfãos, um órgão do governo criado para facilitar o acesso de pacientes a “remédios raros” no país.
Mas eles não recebem os produtos assim tão fácil. As aprovações são concedidas dependendo de caso a caso e todos os pacientes precisam ter receita médica.
Já o cânhamo é bem aceito. A derivação da cannabis com quase nada de THC, é cultivada até na Coreia do Norte, país considerado o mais fechado do mundo.
No país sul-coreano, a zona livre de comércio de cânhamo foi criada pelo governo em 2020 e as plantas são cultivadas por indústrias até em fazendas verticais, que utilizam a cannabis para fazer remédios, suplementos de saúde e cosméticos.
Além das fibras, que são usadas na produção de insumos, como tecidos.
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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