Mesmo com uma ação secundária, a cannabis também tem o seu papel no sono, na ansiedade e no relaxamento muscular
Nos últimos dias, a internet se comoveu com a história de Carolina Arruda (27), portadora da neuralgia do trigêmeo, conhecida como a pior dor do mundo. Principalmente depois que a jovem fez uma vaquinha para realizar uma eutanásia na Suíça.
A estudante de medicina veterinária sofre há mais de 10 anos com uma dor insuportável na face. A repercussão do caso a fez ser convidada para passar por um tratamento na unidade hospitalar da Santa Casa de Alfenas, no sul de Minas Gerais.
Depois de bombas de morfina, opioides e os mais variados analgésicos, Caroline até passou por uma cirurgia no dia 27 de julho para tentar amenizar as dores. A ideia foi implementar eletrodos na medula espinhal e no Gânglio de Gasser para ajudar a aliviar a condição.
Agora, a jovem espera que o procedimento faça efeito.
Mas esse não é o único tratamento que a jovem está fazendo. De acordo com o diretor da Santa Casa de Alfenas, o Dr. Carlos Marcelo de Barros à Cannalize, o caso da estudante é bastante complexo e precisa ser multidisciplinar.
Para ele, a dor crônica sempre está associada a problemas emocionais. Dessa forma, Arruda tem um acompanhamento psicológico, fisioterápico e psiquiátrico.
“A dor envolve sentimentos, pensamentos, sofrimento, limitações, insônia, e uma quantidade enorme de outros sintomas”, diz.
Por isso, um dos remédios usados pela estudante é a cannabis medicinal. O médico explica que a cannabis é essencial para o controle da ansiedade, do sono, relaxamento muscular e também tem um efeito antioxidante.
“Ela tem um efeito secundário se não ou mais importante que o próprio efeito analgésico”, acrescenta.
Quando o médico entrou como um dos responsáveis, Caroline Arruda já estava utilizando a cannabis medicinal. Por também conhecer as propriedades medicinais da planta, decidiu manter.
O Dr. acrescenta que a cannabis também pode ajudar a tratar dores, pois tem um efeito neuromodulador. Contudo, em casos graves, como no caso de Caroline, não é 100% eficaz.
“Você não pode colocar a culpa na cannabis para o tratamento de dores complexas. Isso não vai acontecer. Ela entra como um importante adjuvante, reduzindo , inclusive, vários efeitos adversos dos medicamentos, então ela é agradável para esses pacientes”, acrescenta.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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