O universo canábico vive em constante evolução e avanço todos os anos. Na Nova Zelândia, uma incrível ideia tem deixado os consumidores e leitores muito curiosos, alguns questionam e outros criam expectativas. Mas uma coisa é fato, se tudo ocorrer conforme o planejado, será um grande avanço.
Uma empresa de proteína pretende lançar algo novo no próximo ano, uma carne à base de cannabis, que será feita através de cânhamo cultivado e uma usina hidrelétrica privada.
O intuito é que a carne à base de cânhamo seja comercializada sob uma marca de varejo que já vende uma variedade de produtos à base da planta, incluindo carne moída, hambúrgueres, salsichas e até mesmo pratos prontos.
Durante um comunicado ao site de notícias Foodnavigator , o co-fundador da Sustainable Foods, Kyran Rei disse: “Muitos dos nossos produtos já contém alguma porcentagem do cânhamo por seu valor nutricional, mas a nova simulação da carne usará o cânhamo como uma base, o que quer dizer que terá um teor de proteína superior até mesmo ao de fontes de proteína de origem, pelo fato do cânhamo ser naturalmente rico em proteínas ”,
De acordo com o co-fundador, a carne conterá níveis altos de fibra dietética, chegando até 19% da ingestão dietética recomendada (RDI), um benefício que não contém na carne animal tradicional ou em muitas outras carnes vegetais.
Parcerias e sustentabilidade
“Para as condições de cultivo da Nova Zelândia, o cânhamo se tornou uma cultura muito viável, e estamos fechando uma parceria com o produtor de cannabis medicinal Greenfern Industries, para que seja o nosso produtor exclusivo nesse projeto da carne à base de cânhamo.”
Rei também relatou que a empresa parceira construiu sua própria usina hidrelétrica, acompanhado com barragem e gerador de eletricidade, e que isso pode impulsionar o processamento e a produção de seus produtos, aumentando a sustentabilidade.
“Encontrar uma maneira de utilizar a energia hidrelétrica para processamento e produção tem sido incrível para nós. A Nova Zelândia como um todo é regenerativa quando se trata de eletricidade, e gostamos de pensar que somos uma versão independente disso também ”, disse ele.
“Obviamente, a sustentabilidade é algo muito importante para nós e, como é o caso, todas as nossas embalagens já são feitas com material certificado pelo Forest Stewardship para estoque de papel. Os lugares em que o plástico é necessário, fizemos uma parceria com outra empresa, para auxiliar na reciclagem, com bandejas feitas de até 88% de conteúdo reciclado e 100% recicláveis na Nova Zelândia. E caso não possamos eliminar o plástico, o mínimo que podemos fazer é assumir a responsabilidade por isso. ” acrescentou.
Juntamente com o coproprietário Justin Lemmens, a abordagem de Rei referente a produção de carne à base de cânhamo tem como foco no processamento mínimo e ingredientes naturais, motivados pelas tendências de consumo em busca de alimentos mais saudáveis e de origem mais sustentável.
Segundo o co-fundador, o principal impulsionador, continua sendo a saúde que está sendo cada vez mais representada pela aceitação do veganismo e do semi vegetarianismo, o que a empresa sempre viu como uma mudança permanente em vez de somente uma tendência.
Com base nisso o processamento deles se concentrará em torno do produto mais próximo possível de um alimento completo, de maneira que seja menos processado possível e todos os ingredientes sejam de origem natural.
Atualmente há muito o que pode ser feito com a tecnologia de alimentos naturais quando se trata de estabilizar, preservar e assim por diante. A carne à base de cânhamo está com previsão de lançamento para o próximo ano (2021) por um “bom preço” ainda não confirmado, apesar de Rei enfatizar que os preços não serão super altos, já que o principal alvo da empresa ainda é o consumidor médio.
“Sem duvidas, saúde, sustentabilidade e bom gosto precisam ser acessíveis para permitir uma grande aceitação e fazer uma diferença significativa, as pessoas precisam ter recursos para comprá-los”, disse ele.
Sabor e textura da carne à base de cânhamo
No momento em que foi questionado sobre como o sabor e a textura da carne à base de cânhamo se comparado aos de carne animal ou outras carnes alternativas, Rei disse que atendia os requisitos necessários para que os consumidores se sentissem satisfeitos durante qualquer ocasião em que consumissem.
“Temos como principal objetivo, atender às expectativas do consumidor no que diz respeito a uma refeição e não somente reproduzir a carne em si. Quer seja degustado em um hambúrguer, ou em uma churrasqueira, moida, frita ou cozida, existem algumas exigências que as pessoas têm quando comem carne como umami, textura, mordida e suculência , e é nisso que estamos focados.“
Podemos perceber que além de uma ideia que valoriza ainda mais o cânhamo e seus benefícios em meio aos comestíveis, a empresa responsável, além do produto e mercado, tem também como uma preocupação com a satisfação dos clientes e a sustentabilidade, assim dando mais credibilidade ao projeto.
Referências
- Beefpoint
- Foodnavigator
