Brasileiro cria associação para a indústria de cânhamo na América Latina

Brasileiro cria associação para a indústria de cânhamo na América Latina

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O objetivo é ajudar a quebrar barreiras e fortalecer a planta como commodity, além de firmar relações entre os países.

A Associação Latino Americana de Cânhamo Industrial (LAIHA, na sigla em inglês) nasceu a poucos dias, com o intuito de fomentar políticas para o cânhamo a fim de criar uma economia sustentável. A planta é derivada da cannabis sativa e pode ser usada em mais de 20 mil produtos, onde se aproveita desde as sementes até o caule.

Já existia uma associação assim na Europa, chamada European Industrial Hemp Association (EIHA), mas o brasileiro Lorenzo Rolim, que é engenheiro agrônomo, e que também atuou na EIHEA e com a cannabis no Paraguai, decidiu que precisava uma associação assim aqui na América Latina. O seu objetivo, é auxiliar governadores a criar regulamentações sobre o cânhamo que promova a cooperação entre os países da região.

A LAIHA quer que o cânhamo se torne efetivamente uma commodity nos países latinos, por isso, firmou seis prioridades: elas envolvem a adoção de altos padrões de qualidades na indústria, apoio de pesquisas científicas, estimular o empreendedorismo, estabelecer parcerias a longo prazo além do apoio ao desenvolvimento de regulações.  

Não só ela, mas várias associações por todo o globo visam quebrar algumas barreiras que impedem ou dificultam a produção de cânhamo. Pensando nisso, duas entidades estrangeiras estão elaborando um documento para a Organização das Nações Unidas para tentar mudar o entendimento sobre a planta.

Mercado

Já faz um tempo que a indústria está de olho no cânhamo, segundo o Relatório ReportLinker o mercado global movimentou 4,6 bilhões de dólares em 2019, e a estimativa até 2025 é de 26,6 bilhões, com um crescimento anual de 34%. O estudo também aponta um aumento em biocombustíveis e bioplásticos nos próximos anos.

Apesar do crescimento, alguns países orientais, a cultura do cultivo de cânhamo nunca deixou de existir. A Ásia-Pacífico representou a maior participação no segmento em 2018, principalmente na indústria Têxtil e de celulose, a China é o maior exportador de fibras da planta no mundo. 

Outro exemplo é a  Coréia do Norte, que está cultivando a planta para fazer combustível, um dos biodieseis mais rentáveis conhecidos, pois tem 97% de aproveitamento e ainda tem a capacidade de limpar o solo para a próxima plantação. Apesar da Ásia não ter o maior número de produtores, novas regulamentações prometem impulsionar ainda mais.

No Brasil, um estudo revelou que o país tem um forte potencial para se tornar exportador. Com as condições ideais para o plantio e a vasta experiência agrícola, poderia levar uma parcela de até 2,4 bilhões de dólares neste mercado.

Na América Latina, países como Uruguai e Colômbia já faturam com a produção de cannabis. No entanto, há divergências quanto ao nível de THC entre os países que compram e vendem a planta. Um acordo de cooperação, seria ainda mais rentável.

Pensando nisso, a LAHIA e as associações estrangeiras tem a previsão de terminar o documento e enviá-lo para a ONU ainda no primeiro semestre de 2020.

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