Os pais de Anny enviaram as documentações para a renovação do documento em julho, mas só conseguiram o aval ontem. A demora, que poderia pôr em risco a saúde da criança, não foi justificada pela Anvisa.
Depois de dois meses de problema, finalmente a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) renovou a autorização de importação da pequena Anny Fischer, conhecida por ser a primeira criança a conseguir o óleo importado de forma legal em 2014.
Anny Fischer tem uma doença rara chamada de CDKL5, que provoca convulsões. A família começou a usar o canabidiol (CBD) depois que outros anti convulsivos não adiantaram.
Na época, o produto ficou retido alfândega, mas depois de muito esforço, os pais conseguiram uma autorização judicial para importar.
A história virou um documentário chamado Ilegal, que ajudou a disseminar as propriedades terapêuticas da cannabis e também quebrar muitos preconceitos sobre a planta.
O filme também foi uma ponte para que muitas famílias aderissem a remédios à base de cannabis.
Problema sem um motivo específico
A falta do remédio pode ser um risco, pois sem a medicação há a possibilidade de agravamento das crises convulsivas da menina, e até afetar a sua qualidade de vida.
Segundo o pai, Roberto Fischer (52), os problemas com a agência começaram depois da entrada do novo diretor-presidente da pasta, Antônio Barra Torres.
Depois das documentações para as renovações, a Anvisa geralmente libera o documento em até 7 dias, mas para a família, o processo durou dois meses.
Segundo o órgão, novas autorizações tem um prazo de 20 dias, que pode se estender, caso haja algum documento errado ou faltando.
A família fez o pedido de renovação em julho. Roberto Fischer, ainda acrescentou que tentou um retorno de todas as formas, via e-mail, ouvidoria, Fale Conosco, e chegou até a se encontrar com dois diretores, mas não entendia o porquê a aprovação não era liberada.
Após tantas reclamações, a Anvisa finalmente disponibilizou o documento ontem (29 de setembro 2020), agora a família só precisa esperar 10 dias para que o produto chegue ao Brasil.
Informações do Metrópoles