Na última quinta-feira (21/05/20), o assessor especial do presidente Bolsonaro, Arthur Weintraub, criticou o uso medicinal da cannabis nas suas redes sociais do Instagram e do Twitter. Nas publicações ele compartilhou uma notícia que dizia “Entenda os efeitos do uso da maconha no organismo humano” e criticou:
“Maconha tem efeitos colaterais graves. Mas não vemos comunista/liberal falar disso. Para eles, maconha, mesmo alterada geneticamente (soja não pode alterar, né?), é a coisa mais pura e medicinal que existe. E querem que as pessoas possam escolher usar.”
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A fala gerou muitos comentários, entre apoiadores que fizeram comparações até com o uso da cloroquina. Um dos internautas ironizou dizendo que o medicamento só é usado durante o tratamento, “diferente da maconha”, indicando o vício que pode surgir ao consumir o derivado da cannabis sativa.
Também comparando com a cloroquina, outro internauta comentou: “Maconha, coca, bala, doce, catuaba, cigarro, dragon dildo na bunda, mas Cloroquina não…” Houve apoiadores que compararam a cannabis com a palavra canibalismo, dizendo que a origem das palavras tem o mesmo significado.
Os comentários vêm de uma série de críticas que Weintraub vem fazendo à imprensa sobre o uso da cloroquina, onde muitos veículos trazem alertas sobre o uso da substância, que pode ser perigosa.
Esta não é a primeira vezque a palavra “cannabis” e “Weintraub” esteve na mídia. Em 2011, ele e o irmão Abraham Weintraub que atualmente é ministro da educação, tentaram interditar o pai, Mauro Weintraub, na Justiça de São Paulo. Eles alegavam que o Mauro apresentava “patologia” que o impediam de exercer seus direitos civis. O pedido foi negado.
O pai é professor da USP e defende diversas ideias contrárias aos filhos, uma delas é o uso da cannabis. Mauro Weintraub acredita tanto na planta que escreveu um livro em 1983 com o título “Sonhos e Sombras: A realidade sobre a maconha”. O livro é citado até hoje em artigos científicos sobre drogas.
O filho Ministro da Educação também já havia acusado as universidades federais de plantar maconha. Segundo ele, laboratórios de química estão “desenvolvendo laboratórios de droga sintética, de metanfetaminas”.
Apesar da cannabis ainda ser vista com maus olhos no Brasil, as pessoas estão começando a entender os seus benefícios. Segundo uma pesquisa do DataSenado, atualmente,quase 90% da população reconhece as propriedades medicinais da planta e um três em cada quatro brasileiros aprovam o uso medicinal.15% a mais que em 2016.
A pesquisa revelou também que quase 80% das pessoas defendem a introdução da cannabis no Sistema Único de Saúde (SUS), o que inclui até o ex Ministro da Saúde Henrique Mandetta, que apesar de ser mais conservador, conhece as ações medicinais da cannabis, principalmente para o tratamento de epilepsia.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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