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Saúde e Ciência

Alzheimer: O que é Causas, Sintomas e Tratamentos



22/10/2020



De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas no Brasil, há mais de 29 milhões de pessoas acima dos 60 anos. Acredita-se que quase 2 milhões delas têm demências, sendo que cerca de 40 a 60% Alzheimer.

O Alzheimer, ficou equivocadamente conhecido como “esclerose” ou “caduquice”.

A origem do nome Alzheimer, é uma homenagem ao psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer, responsável por descrever a doença.

A maioria dos portadores são idosos, com idade superior a 65 anos. A gravidade da doença aumenta ao longo do tempo.

Muitas pessoas já ouviram falar da doença, mas a maioria não sabe realmente do que se trata. Muito menos como identificá-la na fase inicial e quais os cuidados e tratamentos.

O que é Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença causada pela morte de células cerebrais. Ela se apresenta como demência ou perda de funções cognitivas como, memória, orientação, atenção e linguagem.

Ela também interfere no comportamento e personalidade da pessoa, causando consequências como a perda de memória.

No início, o paciente pode até lembrar de acontecimentos muito antigos, mas acaba esquecendo coisas simples, como uma refeição que acabou de fazer.

Conforme o seu avanço, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa afetando a sua capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem.

O paciente fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação.

O que poucos sabem é que o Alzheimer pode começar décadas antes do surgimento de seus sintomas, o que pode dificultar ainda mais seu tratamento.

Alzheimer e Demência são a mesma coisa?

Já se tornou um conceito popular relacionar o estado de demência ao Alzheimer.

Por esse motivo, alguns diagnósticos são tardios ou alguns sintomas são ignorados o que pode complicar o tratamento do paciente.

Com isso, é importante saber qual a definição correta para cada um desses termos e assim acelerar o processo de diagnóstico e acabar com as dúvidas.

A demência não é considerada uma doença e sim uma síndrome, que pode fazer parte dos sintomas de uma pessoa que tem Alzheimer. 

Ou seja, existe uma conexão entre elas, mas não são a mesma coisa. 

Os sintomas e características da demência estão ligados a disfunções do sistema cognitivo, como a capacidade de lembrar, lentidão motora e comprometimento discreto da memória.

Ela também pode apresentar diferentes formas, inclusive na forma degenerativa como nos casos de Alzheimer. Sendo assim, a doença de Alzheimer apresenta a forma mais grave de Demência, como perda progressiva de memória. 

Causa do Alzheimer

Muitos pesquisadores acreditam que para a maioria das pessoas, o Alzheimer é causado por uma combinação de fatores genéticos, de estilo de vida e ambientais que afetam o cérebro ao longo do tempo.

Existem vários estudos em desenvolvimento que buscam entender as principais causas da doença, o que se sabe é que muitos fatores contribuem para seu surgimento como:

  • Falha de energia neural;
  • Neuroinflamação;
  • Doença vascular;
  • Proteínas danificadas (Amilóide e Tau).

Por conta disso, muitos institutos de pesquisa e empresas farmacêuticas têm focado em desenvolver tratamentos direcionados para as causas da doença, a origem do Alzheimer.

Sintomas do Alzheimer

Os sintomas iniciais são o aumento do esquecimento ou confusão leve. Eles podem ser os únicos sintomas da doença de Alzheimer que são possíveis perceber imediatamente.

Mas ao longo do tempo, a doença rouba mais de sua memória, especialmente as memórias recentes. A taxa em que os sintomas pioram varia de pessoa para pessoa.

O avanço dos sintomas do Alzheimer pode ser dividida em 4 estágios com sua características:

1.Fase pré-demência ou fase leve:

  • Perda de memória recente;
  • Dificuldade para encontrar palavras;
  • Desorientação no tempo e no espaço;
  • Dificuldade para tomar decisões;
  • Perda de iniciativa e de motivação;
  • Sinais de depressão;
  • Agressividade;
  • Redução do interesse por atividades e passatempos.

2.Comprometimento cognitivo leve:

  • Esquecimento nas atividades diárias;
  • Dificuldade para lembrar de eventos e atividades;
  • Problemas para lembrar o nome de pessoas e coisas.

3.Demência precoce de estágio moderado ou fase moderada:

  • Mudança de personalidade;
  • Perda de habilidades simples como o hábito de escovar os dentes;
  • Não reconhecer pessoas em ambientes familiares;
  • Dificuldade em leitura, fala e entender as coisas com clareza;
  • Confusão, agressividade ou desorientação;
  • Inconsciente das limitações pessoais;
  • Incapacidade ou grande dificuldade de realizar atividades do dia a dia;
  • Lembrança de fatos passado;
  • Perda da estabilidade sentimental e comportamental;
  • Perda da confiança e segurança;
  • Alucinações (ver pessoas, ouvir vozes de pessoas que não estão presentes).

4.Demência degenerativa ou fase grave é caracterizada pela:

  • Maior desorientação e confusão;
  • Completa dependência de cuidados;
  • Complicações na saúde física devido a imobilidade;
  • Incapacidade de registro de dados e muita dificuldade na recuperação de informações antigas como reconhecimento de parentes, amigos, locais conhecidos;
  • Dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na deglutição;
  • Dificuldade de entender o que se passa à sua volta;
  • Dificuldade de orientar-se dentro de casa;
  • Morte por infecções ou outras complicações como, por exemplo, doenças respiratórias.

Tratamento do Alzheimer

Como já sabemos, não existe cura para o Alzheimer.

Contudo, as pesquisas científicas avançam na compreensão dos mecanismos responsáveis pela enfermidade, além do desenvolvimento de medicamentos para auxiliar o tratamento. 

O que pode garantir uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença.

É bom lembrar que os medicamentos não impedem a evolução da doença, que como já citamos, não tem cura.

Os medicamentos para a demência têm alguma utilidade no estágio inicial, podendo apenas amenizar ou retardar os efeitos do Alzheimer.

Os tratamentos indicados podem ser divididos em farmacológico e não farmacológico.

Tratamento farmacológico

Uma das formas de tratar o Alzheimer é através dos medicamentos que inibam a degradação da acetilcolina.

Se trata de uma substância presente no cérebro, que se encontra reduzida em pacientes com a doença. Muitos acreditam que por esse motivo provoque parte dos sintomas.

São medicamentos aprovados para uso no Brasil nos casos de demências leve e moderada.

As medicações específicas e controladas podem ser indicadas para o tratamento de sintomas comportamentais e psicológicos, como:

  • Agitação;
  • Agressividade;
  • Alterações do sono;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Apatia;
  • Delírios e alucinações.

Tratamento não farmacológico

Existem evidências científicas sobre o benefício das atividades de estimulação cognitiva, social e física para a manutenção e preservação de habilidades que favoreçam a funcionalidade.

Levando isso em consideração, treinar funções cognitivas como atenção, memória, linguagem e orientação, são essenciais para as pessoas com Alzheimer.

Isso porque, as pessoas que utilizam o cérebro de maneira mais ampla e frequente, desenvolvem maior segurança ao praticar algumas atividades.

Mas é muito importante que a seleção, frequência e distribuição das tarefas sejam criteriosas e orientadas por médicos especialistas.

O intuito dos tratamentos não farmacológicos é fazer com que a pessoa consiga desenvolver atividades diárias mesmo com os sintomas do Alzheimer.

Cannabis no tratamento do Alzheimer

Nos últimos anos, houve um crescente interesse nas utilizações medicinais dos canabinóides para tratar doenças comuns em pessoas idosas, como o Alzheimer.

Dentre as propriedades terapêuticas da cannabis estão a diminuição do estresse oxidativo, retardo da neurodegeneração e das placas amilóides, que colaboram para o surgimento e agravo do Alzheimer.

Tanto o canabidiol (CBD) quanto o tetrahidrocanabinol (THC) têm sua parcela de importância e merecem ser reconhecidos.

Eles interagem diretamente com o Sistema Endocanabinóide (ECS) que, segundo os cientistas, é um dos grandes responsáveis pela homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo. 

Dentre suas várias atribuições, o ECS age sobre o humor, apetite, memória, aprendizado e atividade motora, o que explicaria seu efeito surpreendente em pacientes diagnosticados com Alzheimer. 

Mesmo diante de muitos obstáculos como a legislação, burocracia, tabus e a descrença por parte de muitos, não é raro encontrar casos bem sucedidos do uso da cannabis medicinal em pacientes com Alzheimer.

Com o passar do tempo, a cannabis medicinal mostra-se uma alternativa plausível para melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares que convivem com o Alzheimer.

Lembrando que, é indispensável que antes de tudo, um médico deve ser consultado e suas orientações consideradas.

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Bruno Oliveira

Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.