A aceitação da cannabis está crescendo na Austrália, diz estudo

A aceitação da cannabis está crescendo na Austrália, diz estudo

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Atualmente, os australianos têm entendido os benefícios e a importância da cannabis e muitos tem se tornado pró-cannabis.

Uma nova pesquisa sugere que mais australianos do que nunca estão prontos para dar um grande salto em relação a esse assunto.

Em 2019 uma edição da Pesquisa Nacional sobre Estratégias de Drogas, realizada anualmente pelo Instituto Australiano de Saúde e Bem-Estar, descobriu que cerca de 41% dos cidadãos australianos apoiam a legalização da cannabis, em comparação com 37% que são contra.

Isso faz com que o ano de 2019 seja o primeiro a ter mais pessoas a favor da legalização do que contra, de acordo com o instituto.

A pesquisa levantou outro ponto importante: pela primeira vez, a cannabis teve um nível mais alto de aprovação pessoal do uso regular por um adulto do que o próprio tabaco.

“No ano passado, o álcool continuou a ter o maior nível de aprovação pessoal do uso regular de adultos do que qualquer outra substância. Pela primeira vez, a cannabis foi mais aceita do que o tabaco (19,6% em comparação com 15,4%). O nível de aceitação da planta continuou a aumentar desde o ano de 2007, chegando a 6,6%”, escreveram os autores da pesquisa.

“O álcool foi a única substância para o qual a aceitação do uso regular por um adulto foi superior à desaprovação (45% em comparação com 21%). Álcool, cannabis e tabaco apresentaram os menores níveis de desaprovação, enquanto heroína, inalantes e metanfetamina apresentaram níveis mais altos. A aprovação pessoal do uso regular de substâncias era mais alta entre as pessoas que usaram a planta em particular recentemente do que entre aqueles que não usaram no ano anterior ou durante a vida. A aceitação pessoal varia de acordo com o tipo de substância, com pessoas que usaram recentemente (68%), alucinógenos (65%), GHB (55%) e álcool (52%) relatando níveis mais altos de aprovação. Por outro lado, pessoas que usaram metadona ou buprenorfina, metanfetamina, heroína e inalantes tiveram níveis mais baixos, chegando a menos de 20%.” acrescentaram os pesquisadores.

Apoio à reforma da lei sobre a cannabis

Quando se trata da legalização do uso da planta, os autores da pesquisa observaram que o apoio ao fim da proibição cresceu seis pontos percentuais nos últimos quatro anos, passando de 35% em 2016 para 41% em 2019.

“A quantidade de pessoas que pensaram que a posse de cannabis deveria ser uma ofensa criminal diminuiu de 26% para 22% dentro dos quatro anos, também as multas que deveriam ser aumentadas para a venda ou o fornecimento, diminuiu de 50% para 44% .

 Se a cannabis fosse legalizada, quase 4 em cada 5 pessoas alegaram que ainda não a consumiram. No entanto, houve um aumento no decorrer dos anos na proporção de pessoas que disseram que experimentariam e usariam com mais frequência do que agora.” Relataram os autores do estudo.

A Austrália tem leis bastante duras contra o uso recreativo da planta há muito tempo, embora a pesquisa e a política recente defende que uma mudança possa estar ocorrendo.

No ano passado, a capital do país, Canberra, foi destaque ao se tornar a primeira cidade australiana a legalizar a cannabis. Ela ainda é proibida no nível federal, no entanto, criando uma situação diferente da dos Estados Unidos, onde vários estados desafiaram a lei federal ao aprovar suas próprias medidas legalizando o uso recreativo.

Condições do uso de cannabis no Brasil

Apesar de o uso recreativo de cannabis ser muito praticado no Brasil, permanece proibido por motivos óbvios: a proibição da cannabis, com o risco de ser preso simplesmente por cultivar uma planta. A pena para flagrante, pode levar de até 15 anos de prisão.

Para uso medicinal, somente mediante a autorização judicial e a importação só pode ser feita com a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O cultivo deve ser feito com autorização da justiça estadual, seguindo uma série de requisitos.

Referências

  • Hightimes.

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