Embora falte evidências consistentes, a cannabis tem se mostrado um importante aliado para condições da pele
Janeiro Roxo A cannabis pode ajudar na Hanseníase
Janeiro também é o mês da conscientização da hanseníase, doença que por muitos anos foi popularmente conhecida como lepra. Alvo de preconceito até os dias de hoje, a condição ainda segue sendo um problema para muitas pessoas. Mas será que a cannabis pode ajudar?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hansenologia, o Brasil está em segundo lugar no ranking de países com mais casos de hanseníase do mundo, só perdendo para a Índia. Por outro lado, é o país que mais detecta a doença.
Concentrado mais de 90% dos casos diagnosticados das Américas, a condição ainda é uma “endemia oculta”, onde ainda há vários casos sem diagnóstico, o que torna o mês tão importante para a conscientização da doença infecciosa.
Antes de falarmos um pouco sobre o tratamento com a cannabis, é importante entender mais sobre a doença.
A doença é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae e atinge a pele e alguns nervos periféricos resultando na perda de força muscular e sensibilidade tátil e a dor.
Existem tipos variados de hanseníase, que estão relacionados à forma como o organismo reage ao bacilo causador da doença. Entre esses tipos, podemos destacar:
O primeiro e principal sintomas da doença é o aparecimento de manchas na pele, do tipo arredondada, de cor mais clara que o tom natural e que podem se espalhar pelo corpo todo do paciente.
Na região das manchas, ocorre uma perda da sensibilidade, ou seja, não doem. Fato que é o maior diferencial para as outras doenças de pele, pois a pessoa deixa de sentir as diferenças de temperatura e de pressão no local da ferida.
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O que pode resultar em um ferimento grave sem perceber. As manchas na pele e perda da sensibilidade ocorrem devido à inflamação dos nervos daquela região, podendo existir o surgimento de outros sintomas como:
Além dos sintomas citados acima, pode ocorrer também a impotência e esterilidade, pois a infecção pode reduzir tanto a quantidade de testosterona quanto a quantidade de espermatozoides produzidos pelos testículos.
De acordo com a quantidade de manchas, a lepra pode ser classificada em:
Lepra ou hanseníase paucibacilar, em que são observadas entre 1 e 5 lesões que podem ter bordas bem ou mal definidas e comprometimento de até 1 nervo.
Lepra ou hanseníase multibacilar, em que são observadas mais de 5 lesões com bordas bem ou mal definidas e comprometimento de 2 ou mais nervos.
Janeiro Roxo A cannabis pode ajudar na Hanseníase
Altamente transmissível e contagiosa, a doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa através do contato com secreções respiratórias do indivíduo infectado. Por isso, o recomendado é que a pessoa com a condição evite beijar, falar, tossir ou espirrar perto de outra.
Contudo, a Hanseníase tem cura.O tratamento é feito a partir de antibióticos e medicamentos que são responsáveis por matar o bacilo causador da doença. Uma vez iniciado, em quatro dias a pessoa já não é capaz de transmitir.
Mas caso o paciente não busque tratamento, a doença pode deixar sequelas no paciente pelo resto da vida.
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Os antibióticos podem interromper a evolução da hanseníase e eliminar completamente a doença, mas o tratamento pode ter que ser mantido por longos períodos, que variam entre 6 meses a 2 anos, porque a eliminação completa do bacilo causador da lepra pode ser difícil de alcançar.
Em alguns casos, podem ocorrer complicações e deformidades que podem levar a dificuldade para trabalhar, prejudicando a vida social e, afetando, por isso, o lado psicológico da pessoa.
No entanto, nos casos mais graves, quando há complicações devido ao aparecimento de deformidades, pode ser preciso fazer fisioterapia e ou realizar uma cirurgia.
Ao longo da história, é possível descobrir relatos de hindus antigos que utilizam a cannabis para curar a chamada “lepra” há 1.500 anos.
E hoje, alguns estudos têm demonstrado as propriedades da cannabis medicinal para o tratamento de algumas condições autoimunes que podem causar dores, como a hanseníase, por exemplo.
Com o devido acompanhamento médico, os produtos feitos à base da planta podem servir como analgésicos e anti-inflamatórios, que podem suavizar os sintomas relacionados à doença.
As suas propriedades dermatológicas também são bastante estudadas. Hoje, a cannabis já é alvo dos cientistas no tratamento de condições como acne, psoríase, dermatite e até feridas abertas.
Um dos primeiros estudos que se tem registros sobre cannabis e hanseníase, e um dos poucos da história, foi em 1925 com 275 pacientes ao longo de três meses. Na pesquisa quase 80% dos pacientes mostraram uma melhora definitiva.
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduada na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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