Pecuarista condenado com óleo de CBD é preso novamente por causa da pandemia

Pecuarista condenado com óleo de CBD é preso novamente por causa da pandemia

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Sentenciado a 8 anos, ele estava respondendo em semiaberto desde o ano passado, mas voltou para o regime fechado por causa da pandemia. Familiares e amigos protestam. 

Em setembro do ano passado, quase três anos depois de ser preso, Márcio Roberto Pereira foi solto em regime semiaberto. O pecuarista foi indiciado em dezembro de 2018 ao levar um frasco de óleo feito da planta para um paciente que não podia sair de casa.

Contudo, ele ficou em casa por apenas seis meses. Recentemente ele voltou para o presídio e ficará por lá por 14 dias, pois o regime semiaberto de São Paulo está fechado por conta da pandemia. 

“Em uma cela de superlotação, pois todos os presos que chegam são colocados juntos até irem para os seus pavilhões. Um descaso com tantas vidas”, segundo uma publicação da Associação Maria Flor.

Foto: Arquivo Pessoal

Pena

Parte dos fundadores da associação canábica em Marília, ele foi condenado a 8 anos de prisão em regime fechado por tráfico de drogas.  Até o ano passado ele já tinha cumprido três anos de pena com o trabalho na prisão.

A prisão foi próxima a Porto Velho, em Rondônia, onde a polícia rodoviária parou ele e a esposa, Fernanda Peixoto. Ao revistar o carro eles encontraram um óleo de 790 gramas, que seria para o paciente.

A instituição ajuda cerca de 1,5 mil famílias que precisam do óleo de cannabis. Fernanda conta que até médicos os buscavam para buscar ajuda para receitar cannabis.

Atraso na documentação

Segundo a família, Márcio foi preso em Rondônia e cumpriu três anos por lá. Por isso, a família pediu para que ele fosse transferido para cumprir semiaberto em São Paulo. 

Contudo, a penitenciária demorou cerca de cinco meses para enviar as suas documentações, logo não tinha mais vagas no regime semiaberto em São Paulo por conta da pandemia de COVID-19.

Ainda assim, a transferência foi feita, mas ele foi parar no regime fechado. 

Manifestação

Nos últimos dias, pacientes da associação fizeram um protesto na frente da penitenciária de Marília, onde ele está atualmente. Eles criticam tanto a anulação da prisão quanto às condições em que ele se encontra. 

“Entramos com um pedido para a prisão domiciliar e de trabalho para ele poder sair. O preso, depois de solto, não pode voltar a regime fechado, é um absurdo.” diz Fernanda.

Márcio e a mulher também recebem apoio de algumas personalidades como o Criolo e o ex-senador Suplicy.

 

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