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Veja como ser uma pessoa maconheira sem fumar maconha e saiba por que isso é importante



29/03/2022



Meu primeiro artigo nesta coluna está intitulado como: “Uma maconheira que não fuma maconha”. 

Nele eu conto minha relação com a erva e até mesmo um pouco do preconceito que já vivi por ser uma ativista canábica que não faz uso da planta fumada. Chumbo amigo é péssimo. 

Mas não é sobre isso que eu vim falar. Eu quero te contar como é possível ser uma pessoa maconheira sem precisar necessariamente ficar chapada e porque isso é importante.

 

Muito mais que o fumo

Você não precisa ser fã dos efeitos do THC na mente para ter acesso aos benefícios terapêuticos que a maconha pode oferecer ou lutar pela liberação e descriminalização, que incide sobre questões sociais profundas como saúde, economia, segurança pública, racismo e etc.

Então, hoje, ser uma pessoa maconheira é uma forma de lutar por uma sociedade mais justa, que tenha inteligência para criar planos de redução de danos, que saiba aproveitar os benefícios da Cannabis e todas as suas possibilidades de uso em prol da população.

Que saiba da importância de investir em estudos científicos para entender o funcionamento da planta no tratamento de doenças e distúrbios, que invista no plantio a partir da agricultura familiar e tantas outras frentes.

Entende? Não é só sobre sentar e fumar um baseado e curtir uma onda. 

É sobre desenvolvimento social, é sobre promover novas fontes de tratamento para sanar o sofrimento de tanta gente, é sobre geração de renda, é sobre combater o genocídio do povo preto, principalmente, nas favelas. 

Descriminalização

Bom, há muito mais vantagens do que desvantagens numa legalização e numa descriminalização, mas boa parte da sociedade ainda não está pronta para nada, quiçá tratar as drogas de forma madura e realista.

Então, se você faz parte da galera que quer colaborar com a mudança desse cenário ignorante que o proibicionismo causa, vem comigo conhecer outras formas de consumir maconha.

  • Óleo, tinturas e afins

Consumir Cannabis em gotas é uma opção bem comum, principalmente por quem faz o uso para tratar doenças e distúrbios. 

Porém, até mesmo quem está a fim de parar de fumar maconha está recorrendo a essa forma de consumo. Seja para uso adulto ou medicinal, os óleos são ótimas opções para quem busca os efeitos da Cannabis sem ter que queimar tudo até a última ponta.

  •  Uso tópico

Existem diversos produtos para serem usados na pele que vão desde cremes dentais, até lubrificantes, cremes rejuvenescedores, bomba de sais para banho, pomadas para doenças de pele e cicatrizantes. Portanto, dá para, literalmente, usar maconha no corpo.

  •  Comendo e bebendo

Ainda não está liberado no Brasil, mas em diversos estados dos EUA e países da Europa já é possível comprar produtos comestíveis à base de Cannabis. 

Há também refrigerantes, cervejas, água…então, rola consumir maconha como alimento. A culinária canábica também tem ganhado espaço no universo gastronômico.

  •  Cânhamo: roupa, tijolo, suplemento…

O cânhamo, que é um tipo de Cannabis, tem fibras tão resistentes que a indústria já está de olho. Dá para fazer de camiseta a tijolo. 

Seus nutrientes também fazem com que o óleo de cânhamo ou o pó seja consumido como suplemento alimentar. Dá para fazer leite vegetal, substituir farinha…são muitas variações de uso. Um perigo para a indústria tradicional.

Bom, solte a imaginação e fique sempre com atenção as novidades canábicas para se tornar um maconheiro com orgulho e ajudar a mudar a mentalidade da sociedade sobre essa planta que tem ajudado tanta gente e ainda pode colaborar muito mais. 

É só o começo!

Sobre as nossas colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

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Carol Apple

Caroline Apple é jornalista especializada na cobertura de Cannabis e editora-chefe da Cannalize. Trabalhou em veículos como Folha de S.Paulo, Agora SP, R7 e UOL. Foi repórter do Sechat, onde adentrou para o universo da cannabis, atuando posteriormente na comunicação de diversas empresas do ramo. É uma entusiasta da planta e de todo o seu potencial terapêutico, além de acreditar no cânhamo como o futuro da indústria como uma forma de colaborar com a regeneração da Terra.