Com o aumento expressivo de prescrições médicas de canabinoides nos últimos anos, aumentaram também as dúvidas sobre seus riscos, efeitos e segurança, o que é muito comum, e até esperado.
Uma das dúvidas mais comuns dos pacientes, e que muitas vezes, acabam nem perguntando aos seus médicos por vergonha ou outros motivos, é:
Antes de responder a essa pergunta, vamos entender o que seria esse efeito. Se sentir “alterado”, “dar barato/onda/brisa”, é o que chamamos, em termos técnicos, da característica psicotrópica (ou psicoativa) de algumas substâncias, das mais diversas.
Uma substância psicotrópica é aquela que, por atuar no nosso sistema nervoso central, afeta o funcionamento do cérebro podendo causar euforia, mudanças no humor, consciência, pensamentos, sentimentos ou comportamento.
Dentre a longa lista dessas substâncias, temos o álcool, cafeína, nicotina e certos analgésicos, além de outras, como Cannabis, heroína, LSD, cocaína e anfetaminas.
Dentre todas as mais de 600 substâncias já identificadas na planta Cannabis sativa, o THC (delta-9-tetrahidrocannabinol) é o que apresenta esse tal efeito psicotrópico, ou seja, o responsável pelo estado de alteração mental comumente experimentado por aqueles que fazem o uso “recreativo/adulto” da planta.
Esse efeito psicotrópico depende muito da concentração de THC na planta que está sendo utilizada. Além, é claro, da resposta de cada um a essa substância (resistência genética, metabolismos diferentes).
Não necessariamente. Devido a essa alta variabilidade de resposta ao THC pelos pacientes, poucos estudos foram capazes ainda de revelar se existiria uma dose exata dessa substância após a qual todos os pacientes apresentariam essa alteração de estado mental.
No entanto, alguns estudos conseguiram demonstrar que muitos pacientes já sentem os efeitos psicotrópicos a partir de 10 mg de THC por dose.
Vale ressaltar mais uma vez, que múltiplos fatores influenciam o surgimento desse efeito, como a genética de cada paciente (aqueles que metabolizam mais o THC, necessitam de doses maiores do mesmo para sentir qualquer efeito, além é claro da via de administração (se é oral, sublingual, vaporizado, etc).
Na prática, a maioria dos pacientes não vai demandar doses de THC que possam levar a essas alterações do estado mental. A depender da indicação clínica do seu uso, produtos com baixas doses de THC (ou até mesmo sem THC) já são suficientes para aliviar os sintomas desejados.
Além disso, o cânhamo (em inglês hemp) é uma variedade da Cannabis sativa com baixo teor de THC (em geral, com no máximo 0,3%), e tem sido a maior das fontes dos produtos à base de Cannabis.
Apesar de ter o potencial psicotrópico, o THC não deve ser visto como um vilão. Quando bem indicado, tem um grande potencial de melhorar os sintomas dos pacientes que o usam.
Converse com o seu médico, tire suas dúvidas e entenda dos potenciais que os canabinoides podem ter em melhorar a sua qualidade de vida.
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