A universidade fez um pedido especial para a Anvisa, o objetivo é poder cultivar até 5 mil pés de cannabis
Recentemente, a UFV (Universidade Federal de Viçosa), que fica em Minas Gerais, pediu uma autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o cultivo de 5 mil pés de cannabis. A ideia é criar o primeiro banco genético do país.
De acordo com o agrônomo da universidade, Derly José Henriques da Silva ao Estadão, o objetivo é caracterizar geneticamente as diferentes variedades da planta disponíveis para determinar quais os melhores usos para a medicina e para a indústria.
“Atualmente, não temos informação oficial sobre as variantes, vivemos numa zona cinza”, afirmou ao jornal. “Queremos dar suporte para as famílias e associações que produzem produtos medicinais; são muitas famílias com problemas”.
Cultivo em solo nacional
Segundo o especialista em genética e ecofisiologia, mesmo que algumas plantas já tenham sido categorizadas geneticamente fora do país, podem não apresentar as mesmas características quando cultivadas no Brasil.
“O canabidiol varia de local para local, de país para país”, explica ao portal de notícias. “Temperatura, luz, água, solo tudo isso interfere. Quando muda o ambiente, a planta muda o comportamento”.
Por isso, a ideia é firmar convênios com bancos genéticos de cannabis em diferentes países para a troca de sementes para conhecer o comportamento de diferentes variantes em diferentes lugares.
O objetivo é abrigar de 400 a 500 variantes caracterizadas.
Segundo o Estadão, a Anvisa confirmou o recebimento de um pedido de autorização especial da Universidade de Viçosa, mas informou que as demais informações sobre este processo são “de caráter restrito”.
Legislação brasileira
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita.
Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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