Em diversas ocasiões, seja para conseguir um emprego, renovar a carteira de motorista ou até participar de competições esportivas, é preciso fazer o famoso exame toxicológico. Onde entra a cannabis medicinal nessa história? Entenda.
No Brasil, foram implantados os “drogômetros”. Espécie de bafômetro para drogas. Eles funcionam em rodovias federais, e podem detectar o uso de cannabis, cocaína e MDMA. A iniciativa, segundo o governo federal, tem como principal objetivo parar motoristas que dirigem sob efeitos de drogas.
Antes de relacionar o teste de drogas com o uso da cannabis, é preciso entender em quais situações o teste é solicitado e como recorrer caso dê positivo.
Os testes de drogas são exigidos em diversos cenários:
Agora que as situações já foram apresentadas, o que fazer caso o teste dê positivo?
Primeiramente, antes do teste ser feito, haverá um formulário para ser preenchido. Nele, as questões são sobre uso de drogas lícitas e ilícitas.
É preciso ser verdadeiro. Responder tudo com o máximo de honestidade.
No caso do THC (Tetrahidrocanabinol), basta que haja uma concentração de 0,9% no corpo, que o teste detecta como positivo.
Caso isso aconteça, será necessário apresentar o laudo médico para provar que a porcentagem de CBD (Canabidiol) ou de THC em seu corpo vem de um tratamento médico, acompanhado de um profissional.
Em conversa com a Cannalize, o advogado e coordenador científico da Plataforma Brasileira de Política de Drogas, Renato Filev, ele comentou sobre os possíveis testes positivos de pessoas que fazem o uso de canabinoides:
“Os testes são variados e podem detectar uma ou mais substâncias. Geralmente, os testes que envolvem detecção toxicológica de uso de substâncias focados na cannabis buscam detectar o THC, Delta-9-THC ou o seu metabólico, que é o 11- Hidroxi-THC. Ou seja, são duas moléculas que podem ser detectáveis, mas há outros testes que fazem uma multiplicidade de detecções, como o canabidiol ou outros canabinoides”.
De acordo com o pesquisador do Johns Hopkins Bayview Medical Center, Tory Spindle, a cannabis raramente é usada apenas uma vez em tratamentos medicinais, diferente de seu estudo.
É aqui que está o problema. Segundo os pesquisadores, o THC e seus derivados podem, com o uso constante, se acumular no corpo. Assim, a chance de positivar nesses exames é alta.
Dados de outros estudos ainda alertam para erros contidos nos rótulos desses produtos. De acordo com um estudo da Universidade da Pensilvânia, 21% dos produtos de CBD/cânhamo vendidos on-line contêm THC, apesar de não estarem no rótulo.
Embora muitas pessoas nos EUA usem produtos de CBD, a maioria não sabe que o THC pode estar nas fórmulas, disseram os pesquisadores.
Além do THC e do CBD, um estudo feito no ano passado no Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, mostrou que o CBN também pode ser detectado nos testes de drogas, e confundido com o tetraidrocanabinol (THC), o componente da cannabis que gera os efeitos psicotrópicos da maconha.
Ao testarem alguns canabinoides em um dos exames de drogas mais comum, foi descoberto que o CBN é o canabinoide mais provável de causar um falso resultado positivo para maconha.
O teste confirmou a presença de THC até com apenas 100 ng/ml de canabinol. Estas descobertas podem ajudar na interpretação dos testes de drogas, quando o paciente utilizar o CBN como tratamento.
O fato curioso é que o CBN não causa os efeitos do THC, ele é mais parecido com o canabidiol.
Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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