Tag Archives: autismo

Autista, candidato a vereador e defensor da cannabis

O Alagoano que disputa uma vaga na Câmara dos Vereadores de Maceió, encontrou na cannabis uma ajuda para enfrentar a depressão e um Burnout

Autista, candidato a vereador e defensor da cannabis

Autista, candidato a vereador e defensor da cannabis

Bob Pedrosa sempre foi uma pessoa muito sonhadora. Quando pequeno, dizia que ia para a Europa, dirigir Ferrari e ser alguém grande. Ninguém acreditava muito, passou a ser apelidado até de Forrest Gump pelos conhecidos. 

Mas ele não desanimou. Foi com muita luta que realmente conseguiu morar em Portugal. Embora lavando carros, também dirigiu carros de luxo e fez tudo o que disse que faria. Quando voltou para o Brasil, resolveu abrir uma pousada em Maceió, sua cidade natal. 

Mas agora, a sorte já não estava mais do seu lado.  

Depressão

Em 2018, até pegou empréstimos e alugou um prédio para o empreendimento. Infelizmente,  não ficou muito tempo aberto. O problema é que tudo foi interditado por um novo projeto governamental feito na orla da praia. 

Bob Pedrosa ficou desolado. Sem saber o que fazer, parou de surfar, voltou a ter depressão e passou a ter Síndrome de Burnout também. Anos depois, com 43 anos, ainda descobriria que é autista com nível de suporte 1.

Leia também: Podcast original vai abordar o uso da cannabis para autismo

“Comecei a tomar um monte de remédio que fizeram mal ao meu fígado, comecei a  ter vários problemas. Eu já tava assim em uma situação  bem difícil e eu tentei tirar a minha própria vida, fui para o fundo do poço total”, lembra.

Descobrindo o óleo de cannabis

Foi aí que um amigo lhe falou do óleo de cannabis. Pedrosa pediu ajuda da família e comprou um óleo ilegal mesmo, sem receita e de péssima qualidade. Ainda assim, parece que foi a virada de chave na vida do empreendedor. 

A cannabis medicinal tem se destacado como uma opção para condições mentais. Isso porque ajuda a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do organismo. Entre elas, o humor. 

Através do Sistema Endocanabinoide, a cannabis pode trabalhar como um neuromodulador para o Sistema Nervoso Central, capaz de regular aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.

Assim, Bob Pedrosa abandonou os remédios convencionais e a cannabis bastou como tratamento.

 Um novo trabalho

Não demorou muito para que o empreendedor embarcasse de cabeça no universo da cannabis. 

“Com três meses eu comecei o ativismo. Eu viajei fazendo visitas em comunidades quilombolas, indígenas, fui daqui até o Ceará. Fui na Abrace fazer visitas, eu estava deslumbrado com o negócio. Eu pensei ‘Caramba, o mercado está desse jeito? É isso que eu quero’”.

Bob Pedrosa voltou para o Uruguai, país que tinha morado por um tempo, mas dessa vez, para trabalhar no museu da cannabis. De volta ao Brasil, tornou-se representante de várias marcas de cannabis medicinal e virou uma referência no nordeste. 

Autista, candidato a vereador e defensor da cannabis

Autista, candidato a vereador e defensor da cannabis

Ia para todos os lugares, batia de porta em porta, contava a sua história e indicava médicos. Isso aconteceu até montar o seu próprio escritório. Pegou o CNPJ da sua antiga pousada e mudou o nome para Instituto Zion. 

Fez contrato com empresas e associações e facilitou o acesso à cannabis medicinal para pacientes e até para famílias atípicas. “Como eu fui diagnosticado aos 43 anos, eu sofri muito. Então imagina a quantidade de gente que tem, que sofre e não sabe?”, acrescenta.

Hoje, Bob Pedrosa está engajado em um novo projeto de cannabis, mas não quis falar muito sobre. 

Candidato a vereador

Por ora, o empreendedor está focado na sua candidatura à vereador de Maceió. Resolveu ser candidato depois que outras figuras políticas disseram que ele era influente e tinha chances de ganhar. 

Com uma bancada majoritariamente conservadora, Bob Pedrosa se sentiu motivado a fazer alguma coisa pela capital alagoana. Principalmente se tratando da causa canábica.

Em 2022, o estado até aprovou uma lei sobre a distribuição de produtos feitos com a planta pelo SUS (Sistema Único de Saúde). De autoria do deputado Lobão (PSB), a lei foi publicada no Diário Oficial da União, mas até agora não foi regulamentada.

Por isso, ele sentiu que precisava reforçar ainda mais a pauta para que algo seja feito. 

“Quando eu estiver na Câmara, eu vou fazer o que eu sempre fiz e que vem dando certo. Não me interessa se você é bolsonarista, se você é isso ou aquilo. Eu tenho um propósito que é incentivar as pesquisas com cânhamo aqui no nosso estado. A lei já foi criada pelo Lobão, então eu chego pra somar, pra poder desmistificar.”

Consulte um médico

 No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.

https://cannalize.com.br/autista-candidato-a-vereador-e-defensor-da-cannabis/ Como é o autismo em adultos?  Como é o autismo em adultos? 

O autismo também pode ser diagnosticado quando a pessoa já é adulta. Entenda como acontece como a cannabis pode auxiliar no tratamento

Como é o autismo em adultos? 

Como é o autismo em adultos?

Quando falamos sobre o diagnóstico de TEA (Transtorno de Espectro Autista), a maioria das pessoas pensa em crianças. E de fato, é muito mais fácil entender quando uma criança é autista ou não. Mas e quando falamos sobre adultos?

Embora menos comum, muitas pessoas só descobrem que possuem o espectro quando já são maiores de idade. Com isso, passam a compreender melhor várias características que a faziam diferentes das demais. 

Para falar sobre isso, conversamos com o médico e  professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Ronaldo José de Oliveira Correa, que nos ajudou a entender melhor sobre esse assunto.

Principais características

De acordo com o professor, o diagnóstico tardio é comum em pacientes com o nível de suporte 1, ou seja, a pessoa possui algumas dificuldades sensoriais e de interação social, mas que são totalmente independentes. 

As principais características são dificuldades de relacionamento, disfunções sensoriais, rigidez de pensamento e até questões de linguagem, como dificuldade de se expressar e de entender o outro. 

Segundo Correa, figuras de linguagem e expressões faciais podem ser mais difíceis de serem compreendidas por um adulto com um nível de suporte 1. Tanto que as interações sociais costumam ser mais desgastante para esse grupo de pessoas. 

“É muito comum pacientes com o diagnóstico tardio de autismo falarem que percebiam que tinha alguma coisa diferente em relação aos outros, no que diz respeito a maneira que lidavam com as situações, de interagir, e de se comunicar com o mundo, mas não entendiam direito o que era. E para muitos, quando eles têm esse diagnóstico, é algo até libertador”, relata.

Pessoas com TEA também costumam evitar ambientes com muitos estímulos sensoriais ou tentam contornar e disfarçar para que os outros não percebam. 

Um diagnóstico que não é tão fácil assim

O médico relata que o diagnóstico é difícil, pois também pode ser confundido com outras patologias, como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). A condição é bem parecida e possui características semelhantes.

Segundo Correa, pacientes adultos e sem o diagnóstico costumam “mascarar” as suas dificuldades, ou seja, elas acabam escondendo e se adaptando ao problema, o que dificulta o diagnóstico ou induzem a outra resposta.

Como é o autismo em adultos? 

Como é o autismo em adultos?

“Ela vai aprendendo a disfarçar ou a contornar a dificuldade.Não que essa dificuldade cesse, ela continua existindo, mas a pessoa aprende a dar um jeitinho para não deixar as pessoas perceberem”, explica. 

Por isso, é necessário uma boa avaliação neuropsicológica para conseguir identificar o espectro ou até entender se trata-se de outro tipo de patologia. 

Suporte emocional

De acordo com o professor universitário, outra questão que é pouco abordada em autistas adultos é a falta de suporte emocional. Muitos deles podem ter dificuldade de lidar com as próprias sensações e os próprios sentimentos. 

Obstáculos que aparecem desde a infância, mas não são tratados de forma adequada. O que acabam gerando questões como insegurança e ansiedade, que são desenvolvidas ao longo da vida. 

“Dependendo do meio que ela vive, do contexto que ela vive, das situações que ela passa, isso pode imprimir algumas situações que podem interferir na maneira que ela desenvolve a personalidade”, acrescenta o médico.

Tratamento de autismo para adultos

O tratamento é feito principalmente com um acompanhamento psicoterapêutico aplicado para autismo. O objetivo é aprender, de maneira individualizada, habilidades necessárias para garantir independência e qualidade de vida.  

Em alguns casos, pode ser necessário a adição de medicamentos também. A princípio, os remédios costumam ser estabilizadores de humor e remédios para melhorar o foco. 

Quando o TEA vem acompanhado de outras patologias, ainda é necessário a adição de ansiolíticos e antidepressivos acompanhados e prescritos por um psiquiatra. 

Tratamento com cannabis

Por outro lado, podem ser remédios que não funcionem ou causem uma série de reações adversas. E é aí que entra a cannabis medicinal.

Correa explica que os produtos derivados da planta não são a primeira opção, mas podem ser uma solução para pacientes que não conseguem se adaptar às medicações convencionais. 

De acordo com a experiência do profissional, muitos pacientes relatam melhoras significativas, principalmente nas interações sociais e na tolerância à estímulos sensoriais. Além de ajudar a reduzir a ansiedade. 

Impressão que é provada pela ciência.  Em 2018, a Elsevier realizou um estudo sobre o uso do canabidiol no tratamento de autismo, com pesquisas pré-clínicas e clínicas. O objetivo era entender se o CBD era seguro e eficaz para o tratamento.

O óleo não se mostrou um santo milagroso, mas sim um suporte para diminuir alguns sintomas. A pesquisa relatou que o canabidiol pode ter algumas propriedades pró sociais.

Sem contar que os produtos derivados da cannabis possuem propriedades ansiolíticas, condição que é bastante comum em pacientes com nível de suporte 1. 

Consulte um profissional

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.

https://cannalize.com.br/como-e-o-autismo-em-adultos/ CBD ajuda na comunicação de autistas, segundo estudo CBD ajuda na comunicação de autistas, segundo estudo

O estudo mostrou que não só os pesquisadores, mas também os tutores perceberam uma melhora na atenção e na comunicação

CBD ajuda na comunicação de autistas, segundo estudo

CBD ajuda na comunicação de autistas, segundo estudo
Foto: Envatoelements

A administração de extratos ricos em CBD (canabidiol) é segura e eficaz em crianças com TEA  (Transtorno do Espectro Autista), de acordo com  dados  de um estudo observacional publicado na revista  Pharmaceuticals.

A pesquisa brasileira avaliou o uso de extratos predominantemente de CBD em  30 crianças  com idade média de 11 anos com TEA moderado a grave.

Os participantes consumiram extratos de cannabis por seis meses e avaliados clinicamente por seus médicos designados.No final do período de tratamento, entrevistas semiestruturadas também foram conduzidas com os pais e cuidadores dos participantes.

Assim como em estudos anteriores, a maioria dos indivíduos (70%) demonstrou melhoras clínicas após a terapia com CBD, principalmente em relação às habilidades de atenção e comunicação.

74% dos indivíduos reduziram ou cessaram o uso de pelo menos um medicamento prescrito durante o estudo.

Benefícios notados por todos

Dois terços (67%) dos pais relataram melhoras no comportamento de seus filhos em seis das 12 categorias avaliadas. Nenhum pai relatou pioras ao longo do estudo.

Dessa forma, os autores do estudo concluíram  que “os benefícios do tratamento com óleo de CBD de espectro total para indivíduos não sindrômicos com TEA não são apenas perceptíveis ao olho clínico, mas também são percebidos e vivenciados pelas famílias e cuidadores.”

Leia também: Governo irá financiar estudo sobre canabidiol para autismo

Os pesquisadores também escreveram que os resultados corroboram que este tratamento individualizado é seguro e eficiente para o tratamento mais amplo de sintomas centrais e comórbidos associados ao TEA, sendo capaz de melhorar aspectos como interação social, comunicação e qualidade de vida.

As descobertas do estudo são  consistentes  com aquelas de dados de ensaios controlados por placebo  mostrando  melhorias nos sintomas de pacientes com TEA após o uso de produtos canabinoides.

Estudos observacionais também mostraram  que o uso de cannabis pode fornecer benefícios em adultos com autismo.

Texto adaptado do portal Cannabis&Tech Today

Quer entender como a terapia canabinoide vai ajudar na sua saúde? Clique aqui e fale com um especialista!

https://cannalize.com.br/autismo-comuncacao-estudo-brasil/ Pessoas com TEA irão receber cannabis de graça em Sergipe

Os produtos feitos com a planta serão distribuídos para autistas com comportamentos agressivos

Pessoas com TEA irão receber cannabis de graça em Sergipe Foto: Reprodução

Antes mesmo de São Paulo, Sergipe foi pioneiro na distribuição de produtos à base de cannabis para pacientes com doenças epilépticas. Agora, o estado também será o primeiro a oferecer cannabis para pessoas com TEA (Transtorno de Espectro Autista).

Na última quarta-feira (17), o governo nordestino protocolou a oferta de cannabis no SUS (Sistema Único de Saúde), dessa vez, para o tratamento de comportamento agressivo de pessoas com autismo. 

“Mais uma vez Sergipe sai na frente com a implantação do acesso aos produtos pelo segundo protocolo”, destacou o secretário de saúde do estado, Walter Pinheiro em nota.

Como será feita a distribuição

Contudo, para ter acesso, será necessário atender alguns critérios, como ser de Sergipe, ter mais de cinco anos e comportamento agressivo. 

O encaminhamento será feito pelo médico especialista, que ainda precisa informar no laudo que outros tratamentos não ajudaram de forma eficaz. Ao fazer o tratamento, os pacientes ainda serão acompanhados pelo Nate (Núcleo de Acolhimento em Terapias Especializadas) do estado.

Outros estados

Assim como Sergipe, o estado de São Paulo também tem uma lei sobre cannabis no SUS para pacientes com epilepsia. Mas desde a publicação da lei, também estuda a implementação de pacientes com TEA. 

Atualmente, 17 estados brasileiros possuem uma lei sobre a cannabis, como Rio de Janeiro, Piauí, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Norte,  Alagoas, Tocantins, Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás, Acre, Amapá, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Paraná já possuem uma lei que regulamenta a planta, seja para a distribuição da cannabis no SUS ou para a realização de pesquisas.  

Outros estados como Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pará, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Amazonas e Minas Gerais tramitam propostas semelhantes.

Em nível federal, além do PL 399, que pretende estabelecer o cultivo e a indústria de cannabis no país, há outro projeto de lei que tramita no congresso. Trata-se da proposta 89 de 2023, que pretende regulamentar a cannabis no SUS em todo o Brasil. 

Quer entender como a terapia canabinoide vai ajudar na sua saúde? Clique aqui e fale com um especialista!

 

https://cannalize.com.br/pessoas-com-tea-irao-receber-cannabis-de-graca-em-sergipe/ Governo irá financiar estudo sobre canabidiol para autismo Governo irá financiar estudo sobre canabidiol para autismo

Dependendo dos resultados, o estudo pode ser um precursor para o desenvolvimento de políticas públicas sobre o uso da cannabis para pacientes com TEA

Governo irá financiar estudo sobre canabidiol para autismo

Governo irá financiar estudo sobre canabidiol para autismo
Foto: Envatoelements

Neste mês, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), do Ministério da Saúde, aprovou um estudo sobre o uso da cannabis para TEA (Transtorno de Espectro Autista).

A pesquisa será conduzida pela UECE (Universidade Estadual do Ceará), e tem como objetivo, mapear evidências na literatura sobre eficácia, tolerabilidade e efetividade do CBD (canabidiol) para o tratamento de crianças e adolescentes com autismo. 

De acordo com o coordenador da pesquisa, vinculado ao Instituto de Ciências Biomédicas da Uece (ISCB), professor Gislei Frota, a pesquisa será uma revisão sistemática com metanálise, ou seja, os cientistas farão uma seleção de estudos relevantes realizados pelo mundo para avaliá-los.

Pesquisa paralela

Antes mesmo do financiamento, o processo para o desenvolvimento do projeto já tinha sido iniciado e tem previsão para os primeiros resultados já em dezembro de 2024. Contudo, o artigo final será lançado apenas em julho de 2025.

As evidências levantadas ainda serão apresentadas às escolas, postos de saúde e outros espaços no Ceará através de palestras e conscientização sobre o uso do canabidiol. 

Leia também: Podcast original vai abordar o uso da cannabis para autismo

Em paralelo, a universidade do Ceará também desenvolve outra pesquisa sobre o assunto. Os pesquisadores estão traçando um perfil de pacientes de TEA que utilizam o CBD mesmo sem evidências científicas conclusivas.

A ideia é entender como o paciente percebe o canabidiol como um agente terapêutico, como e quanto utiliza, o que sente e onde conseguir informações sobre o tratamento. Os resultados também são esperados para dezembro.

Possível precursor de novas políticas públicas

De acordo com Frota, a pesquisa financiada pelo Ministério da Saúde, é um trabalho pioneiro no Brasil. 

“Fomos selecionados como a terceira proposta mais bem avaliada do Brasil. Somente nós, em todo o País, desenvolvemos tal pesquisa. Nosso trabalho é único e de grande relevância para o Ministério da Saúde. Hoje o assunto é polêmico, extrapolou a esfera da ciência e há muita desinformação sobre o assunto. Assim, o MS reconhece a importância da pesquisa porque, através dos resultados, serão geradas evidências se o canabidiol pode ou não ser usado no TEA”, disse ao portal da universidade. 

Dependendo dos resultados, a pesquisa pode ser útil para a geração de políticas públicas sobre cannabis para TEA por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).

Em São Paulo, por exemplo, há até uma lei sobre a distribuição de CBD pelo SUS. Por outro lado, a equipe técnica enfrenta uma dificuldade muito grande em colocar também pessoas com TEA entre os beneficiados, justamente por falta de evidências científicas.

Até agora, os únicos beneficiados da lei de São Paulo são pessoas com  Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox-Gastaut e Esclerose Tuberosa, únicas condições que possuem evidências concisas. 

Quer entender como a terapia canabinoide vai ajudar na sua saúde? Clique aqui e fale com um especialista!

https://cannalize.com.br/governo-financiar-estudo-canabidiol-autismo/ Evento vai falar sobre o papel dos canabinoides no autismo Evento vai falar sobre o papel dos canabinoides no autismo

Embora muitos pacientes já utilizam a cannabis como tratamento para TEA no Brasil, muitos profissionais ainda têm dúvidas sobre o assunto. 

Evento vai falar sobre o papel dos canabinoides no autismo

Evento vai falar sobre o papel dos canabinoides no autismo
Foto: Freepik

No próximo mês, a cidade de São Paulo será palco de um encontro sobre o uso terapêutico de canabinoides para pessoas com TEA (Transtorno de Espectro Autista).

 O evento terá um destaque na participação da médica especialista em canabinologia e coordenadora acadêmica da EndoPure Academy Juliana Bogado e do pesquisador Dr. Alysson Muotri, também professor da plataforma.

O evento com foco em Autismo: Inovação Terapêutica com Canabinoides acontecerá no dia 11 de julho no Hotel Laghetto Stilo São Paulo.

Discussões

O evento é voltado para médicos e profissionais da saúde, oferecendo uma oportunidade única de atualização sobre o tema.

A programação inclui discussões sobre os avanços científicos e as perspectivas do uso de canabinoides no tratamento do autismo e outras condições médicas. 

Além de Muotri e Bogado, o evento contará com a presença de outros especialistas renomados, como o pediatra Hugo Werneck, o neurologista Abram Topczewski, o neuropediatra Mauro Lins e a médica especialista em neurologia infantil Fernanda Guedes.

Os ingressos já estão disponíveis em pré-venda exclusiva, com lote limitado. Parte da renda será destinada às vítimas da tragédia do Rio Grande do Sul.

https://cannalize.com.br/evento-canabinoides-autismo-sao-paulo/ ‘A cannabis mudou a vida de todos nós’, diz pai de criança autista ‘A cannabis mudou a vida de todos nós’, diz pai de criança autista

Depois que o convênio médico deixou seu filho sem terapias, um consultor buscou outras alternativas. A cannabis foi a melhor delas

‘A cannabis mudou a vida de todos nós’, diz pai de criança autista

‘A cannabis mudou a vida de todos nós’, diz pai de criança autista
Foto: Arquivo Pessoal

Mariel Borges, 39 teve a sua vida transformada em 2019, quando o seu filho João, ná época com apenas um ano de vida, foi diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) com nível de suporte 3. 

O seu mundo virou do avesso mais uma vez quando o plano de saúde não quis mais cobrir terapias, o que fez a família recorrer a um método alternativo, que curiosamente fez toda a diferença.

Foi depois do tratamento com a cannabis que Mariel viu muitas coisas acontecerem. De repente o seu filho estava mais aberto para outras comidas, abraços e até ao diálogo. “Foi a primeira vez que vi o meu filho falando papai”, diz. 

Dois novos diagnósticos

Natural do Rio de Janeiro, Mariel já tinha uma filha de outro casamento, quando se casou com Roberta, sua atual esposa. Juntos, tiveram o João. O novo membro da família nasceu um dia depois do seu aniversário e agora, pai e filho comemoram juntos.

Hoje com cinco anos, o pequeno João recebeu o diagnóstico de autismo quando completou o seu primeiro ano de vida. “Foi um baque muito grande, porque até então era um assunto bastante desconhecido para mim”, lembra o pai. 

Embora a sua esposa estivesse um pouco mais tranquila por ser fisioterapeuta, Mariel Borges ficou bastante preocupado. Abandonou o emprego para se dedicar ao filho, passou noites pesquisando sobre o assunto e acabou desenvolvendo ansiedade e pânico. 

Veja também: Escute o nosso podcast sobre autismo!

“Fiquei pensando, como vai ser quando ele for para a escola? Será que ele vai ser independente? E sobre a minha filha, será que darei mais atenção para o João do que a Clara? Fiquei desesperado”, comenta.

Criando uma criança atípica

Pessoas diagnosticadas com o espectro autista, recebem diferentes níveis de suporte. Não significa o grau do autismo, mas o nível de dependência que ela terá. No nível 1, a pessoa é praticamente independente, já no nível 3, ela precisará de ajuda a vida inteira.

O João, por exemplo, tinha uma sensibilidade muito grande para tomar banho e lavar a cabeça. Também era difícil cortar as suas unhas e não dormia quase nada. “ A gente passou quatro anos sem tirar uma hora de sono seguida. Ele sempre acordava depois de 40, 50 minutos”, lembra o pai.

Isso, sem contar com a restrição alimentar. O João era uma criança que só comia batata palha, biscoito de polvilho, pipoca e tomava suplementos. Ainda corria o risco dele rejeitar a mamadeira por estar muito quente ou muito fria e não querer tomar mais.  

A criança também não falava. Mariel lembra que o filho chegava a esticar as veias de tanta força para falar, mas não conseguia se comunicar. O que não é uma coisa muito incomum entre pessoas com TEA. 

De acordo com uma revisão publicada em 2021, estima-se que 25% a 30% das crianças autistas não conseguem utilizar a fala para se comunicar. 

“Ele falava água em português, inglês e espanhol, mas na hora de pedir ele não conseguia. Ele pegava a nossa mão e arrastava a gente para a cozinha e apontava.” diz Mariel. 

Sem terapia

Há aproximadamente cinco anos, os planos de saúde têm se recusado a tratar pessoas com atenção especial ou então limitam procedimentos e terapias, o que tem resultado em inúmeros processos na justiça.

De acordo com uma pesquisa feita pela universidade PUC-SP, que analisou mais de 40 mil ações entre 2019 e 2023, o autismo lidera o ranking de negativas. 

Isso porque, pacientes autistas precisam de um tratamento crônico, ou seja,  demandam muitos tipos de terapias e não tem uma data de conclusão. O que não dá  muito lucro para o plano. 

Infelizmente, o João foi um dos pacientes afetados. Sem terapia, os pais foram pesquisar alguma alternativa para ajudar na evolução do filho. 

Tratamento com a cannabis

Desde que recebeu o diagnóstico o João não usava remédios para tratar os sintomas do autismo. Essa era uma decisão que a família tomou para que o filho não ficasse dopado ou dependente de medicamentos. Mas com o fim das terapias, os pais tinham receio de uma possível regressão.

Foi a partir de pesquisas e histórias de vida que descobriram a cannabis medicinal. “A minha esposa até foi em uma palestra sobre o assunto e chegou em casa falando sobre isso”, lembra o marido. 

Não foram nem quatro meses de uso para que os resultados viessem de forma rápida. O pai conta que a melhora começou com a socialização. De repente a criança já estava mais interativa e indo ao banheiro sozinha. 

O óleo foi essencial para desenvolver várias questões que as terapias tinham começado. 

‘A cannabis mudou a vida de todos nós’, diz pai de criança autista

‘A cannabis mudou a vida de todos nós’, diz pai de criança autista
Foto: Arquivo Pessoal

Cannabis como tratamento

A cannabis pode ajudar porque trabalha de forma direta e indireta no chamado Sistema Endocanabinoide. Trata-se de um mecanismo que funciona em nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do corpo. 

Se uma pessoa está com dor, por exemplo, esse sistema envia sinalizadores, que são chamados de canabinoides. Moléculas que avisam que algo está errado e precisa ser corrigido. 

A cannabis  também possui canabinoides, que podem interagir da mesma forma que os nossos. O CBD (canabidiol), por exemplo, é um canabinoide. 

De acordo com algumas pesquisas, pessoas com o Transtorno de Espectro Autista têm deficiência de canabinoides no corpo, por isso que a cannabis ajuda tanto como uma espécie de “reposição”. 

Resultados para além do esperado

Hoje, com dois anos usando o óleo de cannabis, o pequeno João já dorme de 10 a 12 horas seguidas todas as noites. A criança também aumentou a sua diversidade de alimentos. Hoje, come macarrão com carne, pão, queijo, presunto, pizza de calabresa e até frango frito. 

“O meu sonho era ver o João me dar um oi. E teve uma vez que eu fui buscá-lo na escola e ele veio na minha direção e falou ‘oi papai’. Ele falou. E assim foi um choro para todos os lados. A menina da portaria chorando, eu chorando e o João não entendendo nada”, lembra o pai.

A capacidade de comunicação e socialização desenvolvida,  também o ajudou a brincar mais com as outras crianças e finalmente abraçar os pais. Agora, ele até dá um beijo no rosto e fala que a ama. 

Leia também:‘A cannabis foi melhor do que os remédios que tentei por mais de 20 anos’

O João é capaz até de expressar os seus sentimentos e identificar o que os pais estão sentindo.  

‘Eu costumo dizer que ele vai ser diretor. Ele bota todo mundo para dançar, para atuar, para replicar o desenho que ele vê na TV. Esses dias a professora me mostrou um vídeo dele fazendo uma oração, pedindo pela família, pelos amigos e pela professora”, ressalta Mariel. 

Uma nova vida

Foi conhecendo as propriedades medicinais da planta que Mariel Borges percebeu que também precisava de algumas gotinhas de óleo para ajudar a controlar a ansiedade e o pânico. 

“Eu costumo dizer que todo mundo precisa de cannabis medicinal e terapia. Se alinhar essas duas coisas na vida, tudo vai bem”, destaca. 

As suas pesquisas também o fizeram entrar no mercado de trabalho, e hoje Mariel Borges é consultor de acesso a medicamentos importados. No mês de junho ele esteve representando a marca na Expo TEA e contando a sua história. 

“Eu chorava ouvindo a história das pessoas e elas choravam ouvindo a minha”, conta. 

Hoje, Mariel também estuda fisioterapia e pretende usar a sua experiência para ajudar quem mais precisa. 

Quer entender como a terapia canabinoide vai ajudar na sua saúde? Clique aqui e fale com um especialista!

 

https://cannalize.com.br/a-cannabis-mudou-a-vida-de-todos-nos-diz-pai-de-crianca-autista/ 10 dados para entender a vida do autista no Brasil 10 dados para entender a vida do autista no Brasil

Viver com o Transtorno de Espectro Autista é perfeitamente normal. Contudo, é importante entender que ser diferente também gera problemas emocionais e sociais

10 dados para entender a vida do autista no Brasil

10 dados para entender a vida do autista no Brasil
Foto: Freepik

Embora a sua descoberta seja relativamente recente, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é uma condição que já atinge cerca de dois milhões de brasileiros hoje. Sejam eles com níveis de suporte ou não.

 Mas por não ser totalmente compreendido, o autismo gera estigmas que acabam refletindo na vida de quem precisa encarar isso de perto. Saúde mental, mercado de trabalho e convivência com a família, afetam profundamente até quem está ao redor.

De acordo com a pesquisa Retratos do Autismo no Brasil, desenvolvida pela Healthtech Genial Care com dois mil pessoas, é possível refletir sobre a realidade dos autistas no Brasil apenas com alguns fatos, como:

#Dado 1

64% dos voluntários que responderam a pesquisa, afirmam que não tiveram contato prévio com o TEA antes do seu diagnóstico ou dos seus filhos. Por isso, o diagnóstico vem como uma coisa nova a se descobrir. E até se adaptar… demora!

#Dado 2 e 3

O transtorno é genético, por isso, a chance de uma pessoa herdar o autismo dos pais é de 90%. O que faz 24,2% dos autistas, por exemplo, também serem cuidadores, responsáveis por uma criança com o diagnóstico. 

#Dado 4 e 5

Pessoas que, por muitas vezes, sentem culpa pela condição da criança. Cerca de 36% dos responsáveis se sentem culpados pelo TEA dos filhos. Inclusive, 79% não sentem segurança quando pensam no futuro. 

Leia também: ‘É importante desmistificar o tratamento com CBD’, diz paciente com autismo

#Dado 6

73% também relatam dificuldades financeiras para arcar com os custos do tratamento. Para se ter uma ideia, tratar uma pessoa com TEA pode ser mais caro até que tratar uma pessoa com câncer.

#Dado 7

De acordo com a pesquisa, o índice de suicídio pode ser quatro vezs maior entre pessoas com autismo. 49% deles já tiveram compotamentos como autilesão e mutilação. 

#Dado 8 e 9

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 85% dos profissionais com TEA permanecem fora do mercado de trabalho. Daqueles que trabalham, apenas 46% exercem em tempo integral. 

#Dado 10

O uso da cannabis pode ajudar a diminuir os sintomas do TEA, como irritabilidade, insônia e agressividade. E o melhor: de forma mais natural e com menos efeitos colaterais. 

De acordo com um estudo realizado de 2015 a 2017, 30,1% dos quase 200 pacientes estudados tiveram uma melhora significativa.  Outros 53,7% relataram uma melhora moderada.

Quer entender como a terapia canabinoide vai ajudar na sua saúde? Clique aqui e fale com um especialista!

 

https://cannalize.com.br/10-dados-para-entender-a-vida-do-autista-no-brasil/ Cannabis chama atenção em feira de autismo Cannabis chama atenção em feira de autismo

O evento mostrou que os pacientes estão interessados em cannabis medicinal. Contudo, falta informação é o principal impasse

Cannabis chama atenção em feira de autismo

Cannabis chama atenção em feira de autismo
Foto:Cannalize

No último final de semana, a Expo TEA (Exposição  Internacional sobre Autismo) esteve na Expo Center Norte, na capital de São Paulo e reuniu centenas de empresas, iniciativas, pacientes e interessados na luta pela inclusão de crianças com o espectro.

E sim, a cannabis medicinal esteve presente. A planta foi o tema central de diversos stands espalhados pela feira que destacaram o uso dos produtos como complemento no tratamento multidisciplinar de crianças e adultos com o transtorno.

O CBD (canabidiol) é conhecido por amenizar sintomas como irritabilidade, hiperatividade, e agressividade. Além de não mostrar efeitos colaterais significativos.

Não só ele, mas também o temido THC(tetrahidrocabinol). Apesar de promover a famosa “alta” da maconha, a substância também possui propriedades medicinais que podem ser úteis para uma variedade de condições médicas.

Tratamento cada vez mais popular

Mais que se  informar, os visitantes pareciam interessados no tratamento, principalmente com o aumento de pessoas falando sobre o assunto nas redes sociais e na TV.

Na feira não se via quem fosse contra o uso da cannabis. Tanto, que os vários stands de associações ou empresas focadas no tratamento com CBD, estavam sempre cheios de pessoas querendo saber mais.

De acordo com a Cristiana, fundadora da Associação Be Hemp, os pacientes até conhecem o tratamento, mas não sabem como acessar os médicos ou como comprar os produtos.

“As pessoas parecem conhecer mais sobre cannabis que os médicos que passaram pelo nosso stand. É necessário que mais profissionais entendam sobre terapia Canabinoide”, ressalta.

Quer entender como a terapia canabinoide vai ajudar na sua saúde? Clique aqui e fale com um especialista!

https://cannalize.com.br/cannabis-feira-autismo-expo/ Projeto de lei quer facilitar o tratamento de CBD para autistas Projeto de lei quer facilitar o tratamento de CBD para autistas

A ideia é criar um programa nacional no Ministério da Saúde para que pacientes com TEA tenham acesso à cannabis medicinal 

Projeto de lei quer facilitar o tratamento de CBD para autistas

Projeto de lei quer facilitar o tratamento de CBD para autistas
Foto: Câmara dos Deputados

No final de maio, o deputado federal Jadyel Alencar (Republicanos – PI) protocolou um novo projeto de lei para  facilitar o tratamento com CBD (canabidiol) para pessoas com TEA (Transtorno de Espectro Autista).

A ideia é criar um programa nacional que auxilie no acesso ao tratamento com produtos à base de canabidiol. Além de promover a capacitação de profissionais de saúde sobre os benefícios e o uso adequado no tratamento de autismo. 

A utilização da cannabis em pessoas com TEA tem crescido em vários países, inclusive no Brasil. Isso porque os produtos feitos com a planta ajudam a diminuir alguns sintomas da condição, como irritabilidade, hiperatividade e déficit de atenção. 

Resultados que têm instigado vários estudos, feitos até por universidades brasileiras. Como uma investigação feita pela UnB (Universidade de Brasília), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e outros centros de pesquisa, que mostrou melhoras significativas no comportamento de pessoas com o transtorno.

 Aumento da demanda

A proposta é que o programa nacional seja implementado e coordenado pelo Ministério da Saúde junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Instituições que também serão responsáveis por promover campanhas de conscientização e apoiar pesquisas sobre o tratamento de TEA com CBD.

Na justificativa, o deputado ressaltou o aumento de pessoas recorrendo à judicialização para custear o tratamento pelo governo. 

“Ademais, observa-se que há cada vez mais decisões judiciais que concedem o direito ao tratamento do TEA a base de canabidiol pelo Sistema Único de Saúde (SUS), reforçando a necessidade de se regulamentar e facilitar o acesso a esses tratamentos no Brasil.” Escreveu.

 Outros projetos de lei

Até agora, a maioria dos projetos de lei sobre cannabis são de deputados estaduais e vereadores. Contudo, há outras três propostas federais tramitando em Brasília.  

O mais antigo é o projeto 399 de 2015, que visa criar um marco regulatório da cannabis no Brasil, com direito a cultivo e comercialização para fins medicinais e industriais. No ano passado, a senadora Mara Gabrilli também propôs uma lei parecida

 Há ainda o PL 89/23 que visa disponibilizar os produtos de cannabis de forma gratuita pelo SUS em todo o país.

Até o momento, a nova proposta sobre o tratamento em pessoas com TEA aguarda um despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas).

Quer entender como a terapia canabinoide contribui pra sua saúde? Clique aqui!

https://cannalize.com.br/projeto-de-lei-quer-facilitar-o-tratamento-de-cbd-para-autistas/ ‘Quero sempre o melhor, por ele e por mim’

A advogada Lanicky Santos, conta sobre o cotidiano do filho Akin, que trata autismo com a cannabis.
Conheça a história

Lanicky Santos e seu filho Akin Jorge
Foto: Arquivo pessoal

Cuidar de uma pessoa é uma das formas de expressar amor. Quando pensamos na relação entre uma mãe e seus filhos, saúde e bem-estar podem não ser as primeiras associações feitas pelo cérebro.

Na verdade, as duas palavras fazem parte do cotidiano dessa relação, sendo muitas vezes esquecidas. Porém, quando a atenção familiar precisa ser redobrada, é mais fácil entender porque o bem-estar dos filhos afeta diretamente o das mães.

Isso acontece até com condições fisiológicas que não são consideradas doenças, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA ou autismo). Tal demonstração de amor é compartilhada pela advogada Lanicky Santos, 32, com seu filho Akin Jorge dos Santos, de 4 anos.

A descoberta do quadro

Lanicky conta que o filho foi diagnosticado com autismo aos 2 anos. Depois ele teve uma regressão: a perda da fala, que foi o principal alerta para a família.

“O Akin sempre foi muito esperto. Se ele não tivesse passado por uma regressão na fala, a gente nunca iria imaginar sobre o autismo”, explica a advogada.

Num primeiro momento, ele fez um tratamento com risperidona [medicamento indicado para transtornos mentais]. Porém, os resultados não vieram dentro do esperado por Lanicky.

Foi então que ela conheceu um médico do SUS (Sistema Único de  Saúde) que já trabalhava com a cannabis em pacientes autistas. E pensando na melhoria de Akin, aceitou testar o tratamento. 

“Confesso que a aceitação do autismo foi muito difícil para mim, entretanto, o laudo médico não é uma sentença. O que importa é que existe um tratamento que dá mais qualidade de vida para mães e filhos”, reflete. 

E para sua felicidade, os resultados vieram rapidamente: a criança só voltou a falar depois de usar a cannabis. “Eu sou muito grata ao canabidiol por esse feito”, afirma Lanicky. 

Cannabis medicinal: uma mudança de vida

A terapia canabinoide de fato vem fazendo diferença na qualidade de vida de Akin, e consequentemente de sua mãe. 

Ao lembrar do começo do tratamento, a advogada cita a pressa por resultados rápidos. De fato, tudo aconteceu tão rapidamente que ela ficou até surpresa com a evolução do filho.

Foto: Arquivo pessoal

“Antes da regressão o Akin se comunicava, óbvio que não com diálogos, mas eu conseguia entender o que ele queria. Hoje, ele até fala inglês só de assistir desenhos. Eu não precisei ensinar nada”, diz a mãe.

Por outro lado, Lanicky compreende que a cannabis não age na mesma velocidade para todas as pessoas. O tratamento é individualizado e responde às características fisiológicas de cada indivíduo. Os canabinoides [componentes ativos da planta] agem em praticamente todo o corpo, através do Sistema Endocanabinoide (SEC)

Entenda mais sobre o tratamento: Abril Azul: existe remédio para o autismo?

Sendo assim, é possível que algumas crianças não se deem bem com a cannabis medicinal ou precisem consumir doses mais baixas. 

‘Hoje as pessoas já entendem que cannabis é coisa séria’

Além da cannabis, o acompanhamento terapêutico tem sido fundamental para o desenvolvimento de Akin. Na escola, não existe preconceito por ele usar o CBD como parte do tratamento.

“Acho que hoje as pessoas entendem que esse estudo é uma coisa mais séria, e eu escolhi fazer isso pelo meu filho”, avalia Lanicky. 

Considerando sua experiência como “mãe atípica”, ela entende que a maternidade de uma criança autista é um pouco mais difícil. “A gente precisa dar tempo ao tempo e tentar manter a calma. Os resultados vão acontecer, mas talvez não seja no tempo que a gente espera”, explica. 

Conte com a gente 

Caso precise de ajuda, nossa parceira Cannect possui um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde achar um prescritor até o processo de compra do produto.

https://cannalize.com.br/maternidade-historias-reais/ Abril Azul: existe remédio para o autismo?

Abril Azul: existe remédio para o autismo?
Foto: Freepik

Começando do princípio, o autismo faz parte do chamado Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição de existência na qual a pessoa tem um desenvolvimento neurofisiológico considerado atípico, ou seja, diferente do que se considera o padrão. Essa alteração no desenvolvimento do sistema nervoso central altera a forma como indivíduos que estão no espectro veem e compreendem o mundo, e até como se relacionam com as outras pessoas.

Assim, pode-se dizer que o autismo afeta a comunicação e interação social de um indivíduo, além de poder trazer comportamentos restritos e repetitivos.

Essas alterações, normalmente, não impactam na saúde física dos indivíduos, mas têm potencial de gerar medo, irritabilidade, choro e crises comportamentais, podendo também influenciar o desempenho das atividades básicas e instrumentais de vida.

Dessa forma, enquanto alguns conseguem realizar a maioria das atividades de vida diária sem apoio, outros precisam de ajuda até em tarefas consideradas simples.

Apesar disso, o autismo não é considerado uma doença! Já que não é uma enfermidade biológica que produz sintomas e que pode ser curada por meio de algum tratamento medicamentoso ou cirúrgico.

Leia mais: Podcast original vai abordar o uso da cannabis para autismo

Se autismo não é uma doença, por que falamos tanto em tratamento?

O tratamento para o TEA visa oferecer condições para que a pessoa desenvolva seu máximo potencial, possibilitando um diagnóstico e uma intervenção precoce que propiciem sua maneira atípica de evoluir.

Tratar o autista deve ter como objetivo, então, auxiliar com determinados comportamentos que sejam prejudiciais à própria pessoa ou a outros, e não apenas porque parece “esquisito” ou diferente.

Daí que vem as terapias multidisciplinares, como Terapia ABA, Fonoaudiologia (e cabine), Terapia Ocupacional, Psicopedagogia, Psicomotricidade, Musicoterapia, Hidroterapia, Fisioterapia e atendimento psicológico. Elas são voltadas para auxiliar e apoiar os indivíduos no espectro a se desenvolverem e conseguirem criar independência e autonomia em suas vidas.

Os medicamentos servem para o quê?

Segundo as diretrizes clínicas da Academia Americana de Pediatria (AAP) para o cuidado de crianças no TEA, os medicamentos são indicados para tratar questões correlacionadas ao

autismo, como agressividade, irritabilidade e hiperatividade. Elas podem atrapalhar outras atividades que colaboram para o desenvolvimento sadio da pessoa a longo prazo, como as terapias e a escola.

Além disso, a prescrição de medicamentos pode ser realizada quando há o diagnóstico de outro transtorno do neurodesenvolvimento ou de saúde mental associado, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e depressão.

Quando olhamos os medicamentos indicados para o autismo, acabamos ficando à mercê de substâncias que são eficazes como antipsicóticos – como risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona, clozapina e aripiprazol. Porém, estes alopáticos podem provocar diversos efeitos colaterais importantes como sedação, aumento de peso, síndrome metabólica e outros.

Leia mais: 5 remédios que podem ser substituídos pela cannabis 

Essas drogas, então, têm eficácia limitada e um alto potencial para induzir efeitos indesejáveis, comprometendo a adesão ao tratamento e podendo piorar, em alguns casos, a qualidade de vida das pessoas no espectro.

E como entra a terapia canabinoide?

A cannabis surge como uma possível estratégia para auxiliar na terapêutica do TEA, já que os fitocanabinoides, principalmente o canabidiol (CBD), têm efeitos positivos no controle das comorbidades, como hiperatividade, distúrbios do sono, ansiedade, auto e heteroagressividade.

Além disso, estudos em modelos animais sugerem uma possível desregulação do Sistema Endocanabinoide (SEC) no TEA. 

Sabe-se que o SEC está envolvido na modulação de neurotransmissores excitatórios e inibitórios, sistemas esses comprometidos em indivíduos com TEA. E também na regulação da liberação de ocitocina e vasopressina, que, por sua vez, atuam modulando comportamentos sociais.

Portanto, apesar do TEA não ter cura e não existirem medicações específicas para auxiliar na terapêutica das questões envolvidas nessa condição, o CBD, e alguns outros compostos da planta, estão se mostrando cada vez mais efetivos nesses casos. 

Ao interagirem com o SEC e modularem diferentes aspectos relacionados à cognição, a cannabis é uma possível ferramenta medicamentosa capaz de trazer mais bem-estar aos indivíduos no espectro e aos seus familiares. A terapêutica possibilita a participação nas atividades de suporte com mais facilidade, calma e atenção, com uma baixa gama de efeitos colaterais. 

Quem sabe, em um futuro próximo, veremos a cannabis como o tratamento medicamentoso de escolha para aumentar a qualidade de vida no TEA!

Sobre as nossas colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

https://cannalize.com.br/abril-azul-existe-remedio-para-o-autismo/ Podcast original vai abordar o uso da cannabis para autismo Podcast original vai abordar o uso da cannabis para autismo

O podcast original Cannalize vai abordar a relação do autismo e da cannabis em quatro episódios semanais na sua plataforma preferida

Podcast original vai abordar o uso da cannabis para autismo

Podcast original vai abordar o uso da cannabis para autismo
Arte: Cannalize

Em comemoração ao mês da maconha e ao mês do TEA (Transtorno de Espectro Autista), a Cannalize vai lançar um podcast original chamado Histórias Reais, que vai te mostrar o quanto estes dois temas são tão ligados.

Em quatro episódios semanais, vamos contar a história da família Menezes, que precisa conviver com quatro diagnósticos de autismo dentro de casa e como a cannabis foi fundamental para aliviar os sintomas associados à condição. 

O podcast é uma vertente do nosso quadro Histórias Reais, que busca trazer toda semana uma história diferente sobre os benefícios da cannabis para a vida de várias pessoas diferentes. 

Sobre o podcast

O podcast vai abordar vários tabus relacionados ao TEA. Como o diagnóstico, tanto em crianças como na fase adulta, a discussão sobre o uso ou não de remédios e terapias multidisciplinares.

Também vai abordar o preconceito associado em todas as fases da vida de uma pessoa autista e claro, o uso da cannabis como uma opção para ajudar a administrar os sintomas comportamentais em pessoas com TEA.  

A primeira temporada do Histórias Reais estreia amanhã (2) no dia Mundial da Conscientização do Autismo. O primeiro episódio sai às 10h na sua plataforma de poscast favorita. É só procurar por Cannalize Podcast!

Os demais episódios saem todas as terças-feiras no mesmo horário.

 Conte com a gente 

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde achar um prescritor até o processo de compra do produto.

Só na Cannalize você pode tirar suas dúvidas gratuitamente sobre tratamentos com cannabis através da nossa parceira Cannect Clique aqui.

https://cannalize.com.br/podcast-original-vai-abordar-o-uso-da-cannabis-para-autismo/ ‘Nada é milagroso, mas parece que no caso do meu filho foi’

Ariene lembra como a cannabis foi um divisor de águas para o tratamento dos filhos com autismo

‘Nada é milagroso, mas parece que no caso do meu filho foi’
Foto: Arquivo Pessoal

Ariene Menezes, de 37 anos, moradora de Juiz de Fora, em Minas Gerais, percebeu que o filho era diferente desde que nasceu. Por mais que os pediatras dissessem que era normal ele chorar o tempo todo e não dormir direito,a mãe sabia que não era apenas uma fase.

O diagnóstico de TEA (Transtorno de Espectro Autista) veio quando o seu filho mais velho, Chryslander, tinha dois anos e meio. Além do autismo, o garoto também é hiperativo e tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção).

O autismo é um transtorno neurológico que causa déficit na comunicação social, que pode envolver dificuldades com a socialização, conversa e comunicação não verbal. 

Pode vir ainda com déficit no comportamento, como movimentos repetitivos e interesses restritivos. Na maioria das vezes, autistas que têm certa deficiência intelectual podem não ter comportamentos repetitivos e vice-versa.

Apesar da condição ser relativamente recente, não é rara. De acordo com o último levantamento do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), uma em cada 36 crianças são autistas nos Estados Unidos. 

Como não há dados nacionais sobre o assunto, estima-se que 4 milhões de brasileiros tenham TEA.

“O diagnóstico inicial do Chris foi autismo severo com retardo profundo de tão grave que eram as características dele”, ressalta Menezes.

Uso de remédios

Apesar do diagnóstico, Ariene era contra dar qualquer tipo de medicação. Foi convencida pelos médicos com a esperança de que o filho pudesse falar, se concentrar ou mesmo, parar de bater a cabeça.

Porém o que ela mais queria era que o filho parasse de manusear as fezes. O menino jogava para o alto, passava no corpo e nos móveis, o que deixava a mãe com o coração apertado. “Se o canabidiol tivesse resolvido só isso,  pra mim, eu  já tava no céu.” Lembra.

Passou a tomar risperidona e houve uma ligeira melhora na concentração. O remédio é um antipsicótico usado para várias condições da mente. Também possui indicação prevista na bula para o tratamento de alguns sintomas de TEA, como agressividade, irritabilidade e autoagressão. 

“Ele tomou risperidona por três anos, mas sem nenhuma evolução significativa. Enquanto isso, eu pesquisava outras alternativas”, acrescenta a mãe.

A criança também passou a utilizar Neozine, um remédio utilizado à noite para dormir. Também não foi muito útil.

Grupo de autistas

Ariene se sentia muito sozinha. Na época, a condição era pouco falada, por isso, não ela não conhecia muitas pessoas com o transtorno. 

Foi aí que ela, junto com a mãe de outra criança atípica, criaram o Gappa (Grupo de Pais e Profissionais de Crianças com Autismo). O objetivo inicial era trocar experiências, para que pais e médicos pudessem aprender uns com os outros. 

O grupo de mães cresceu e é conhecido em Juiz de Fora. Já fez eventos, manifestações e utiliza as redes sociais para fazer lives e conscientizar sobre o assunto. 

Cannabis como tratamento

Ariene até ouviu falar sobre o CBD (canabidiol), mas parecia uma realidade muito distante. Até porque o acesso não era fácil.

A importação de produtos de cannabis só foi possível a partir de 2015, quando a Anvisa permitiu a entrada de óleos feitos em outros países. Até então, as famílias tinham que buscar cultivadores que plantavam de forma ilegal ou associações que também trabalhavam de forma clandestina. 

A mãe do Chris soube que um médico pioneiro no tratamento de cannabis passaria em Juiz de Fora. Ela não pensou duas vezes em entrar em contato para ajudar a promover um evento onde ele pudesse fazer consultas e receitar o CBD.

 Menezes conseguiu que o médico atendesse 10 crianças do Gappa, que receitou o óleo artesanal. 

Melhoras

Ariene lembra que a melhora veio de forma rápida. “Nada é milagroso, mas parece que no caso do meu filho foi. Ao longo de seis meses eu vi o Chris sair do quadro de severo para moderado que era como se falava na época”, ressalta.

Menezes tirou o Neozine no primeiro dia e o Chris já estava dormindo a noite toda. “Com o canabidiol, ele adquiriu a capacidade de dormir, acordar e voltar a dormir. Coisa que nunca acontecia. Então com isso eu consegui fazer o desfralde noturno em um mês”, lembra.

‘Nada é milagroso, mas parece que no caso do meu filho foi’
Foto: Arquivo Pessoal

Depois que a sua filha do meio nasceu e antes do CBD, o garoto regrediu o pouco que tinha evoluído. Passou a quebrar coisas e ainda chegou a bater algumas vezes na irmã. Contudo, depois que passou a fazer o uso do óleo de cannabis, parece que alguma coisa mudou. 

A criança não estava mais agressiva e até incentivava a irmã a engatinhar. “Passou a brincar com ela, a fazer carinho, a pegar ela no colo. E se ela se colocasse em perigo, ele dava um jeito de me chamar”, relembra Ariene. 

Agora Chris se reconhecia no espelho e passou a utilizar o banheiro normalmente.

“A gente viu ele se abrir para o mundo. Com dois meses usando o CBD, ele simplesmente foi ao banheiro, fez cocô sozinho. Foi a minha maior vitória. Se não tivesse melhorado mais nada, só essa questão das fezes,  eu já estava no céu. Porque criança ri uma da outra. Várias vezes eu vi colegas o chamando de retardado, rindo porque ele usava fralda e tudo mais e o medo que eu tinha era que essa questão das fezes acontecesse fora de casa”, ressalta. 

Outros três diagnósticos

Ao estudar sobre o assunto e passar no médico, Ariene descobriu também que era autista. “O  meu diagnóstico veio tardio, foi no ano passado. Várias coisas da minha infância começaram a fazer sentido pra mim”, lembra.

Quando a segunda filha Khyara tinha dois anos, o autismo também já era perceptível para a mãe. A criança tinha atraso na fala, distúrbio do sono e fuga. Foi então que o mesmo médico que receitou o canabidiol para o Chrys, aconselhou que a mãe já começasse a introduzir o canabidiol.

Mas antes do óleo, a mãe também passou a tratar os sinais de autismo que poderiam surgir. “Desde os dois meses de vida eu comecei  com a intervenção precoce,pois ao longo desses anos, fiz várias formações na área, o pouquinho de dinheiro que eu tinha,  eu investia em cursos”, relata.

Por causa disso, e das inúmeras fisioterapias introduzidas logo no início, a criança não teve tantos atrasos por conta do autismo. 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, e do Instituto Telethon Kids Institute, na Austrália, a intervenção precoce em bebês com sinais de autismo reduziu significativamente os atrasos e até o diagnóstico na primeira infância. 

Por ser uma questão genética, Ariene também faz a intervenção precoce no seu caçula Benício, que fez dois anos recentemente. 

“Eu sempre falo que o canabidiol foi um divisor de águas na minha vida. Eu tinha uma vida antes e uma depois. Nem sei como seria a vida da Khyara sem introduzir logo o canabidiol”, diz. 

Essa história também está disponível em forma de podcast!

Conte com a gente 

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde achar um prescritor até o processo de compra do produto.

Só na Cannalize você pode tirar suas dúvidas gratuitamente sobre tratamentos com cannabis através da nossa parceira Cannect Clique aqui.

https://cannalize.com.br/autismo-ariene-cannabis-tratamento/ Tratamento personalizado com cannabis ajuda pacientes com autismo, segundo estudo

A pesquisa feita por universidades brasileiras utilizou produtos à base de cannabis feitos por associações locais

Tratamento personalizado com cannabis ajuda pacientes com autismo, segundo estudo
Foto: Freepik

De acordo com um estudo brasileiro publicado na revista científica Frontiers in Psychiatry, o tratamento com o extrato da cannabis de forma individualizada pode trazer benefícios para pacientes com TEA (Transtorno de Espectro Autista).

Desenvolvido pela UnB (Universidade de Brasília), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e outros centros de pesquisa, os óleos de cannabis foram feitos por associações locais para o tratamento de 20 voluntários com a condição.

18 deles apresentaram melhoras significativas dos sintomas, como insônia, agressividade, déficit de atenção, alotriofagia (vontade de ingerir objetos), hiperatividade e até crises convulsivas.

“A melhor escolha do uso medicinal tem a ver com a individualização da prescrição. E ela só é possível se as pessoas que transformam a biomassa em remédio fizerem um produto mais personalizado”, afirma o co-autor do estudo, Leandro Ramires, diretor médico-científico da AMA+ME (Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal), em entrevista ao Metrópoles.

Sem uma fórmula

Os pacientes utilizaram o extrato de CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabinol) diariamente ao longo de seis meses. À medida que eram acompanhados, as doses foram ajustadas com base nos resultados após avaliações periódicas. 

Apesar do tratamento personalizado, foi possível criar um protocolo ajustável que ajuda a criar possibilidades para mais pacientes utilizarem o tratamento.

Em média, a proporção de CBD e THC foi de 20 para um, mas variou de acordo com a intensidade dos sintomas mostrados. Pessoas que apresentavam mais agressividade, por exemplo, precisavam de um pouco mais de THC.

Com a melhora dos sintomas, houve um também um ganho de qualidade de vida, tanto para os pacientes quanto para os tutores. Sem contar com a diminuição de outras medicações, que, em alguns casos, foram até interrompidas.

Consulte um profissional

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.

https://cannalize.com.br/tratamento-personalizado-com-cannabis-ajuda-pacientes-com-autismo-segundo-estudo/ Frente parlamentar de cannabis discute a distribuição de CBD para autistas

A lei sancionada em janeiro contempla apenas três condições médicas. Agora, a luta é implementar pessoas com TEA na lista

Frente parlamentar de cannabis discute a distribuição de CBD para autistas
Foto: Alesp

Ontem (30), durante a 2ª audiência pública da Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial de São Paulo, foi discutida a introdução de CBD (canabidiol) para pacientes com autismo

Em abril, a comissão técnica designada para a implementação da lei anunciou que apenas três tipos de pacientes poderiam receber os produtos de forma gratuita: pessoas com Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox-Gastaut e Esclerose Tuberosa. 

O assunto deu o que falar, uma vez que tratam-se de condições raras. O governo rebateu argumentando que estas são as únicas doenças com evidências claras.

Discussão 

O médico psiquiatra e coordenador do Núcleo de Cannabis Medicinal do Hospital Sírio Libanês, Vinicius de Deus Silva, defendeu o uso da cannabis medicinal no TEA (Transtorno do Espectro Autista).

O médico explicou o uso da cannabis medicinal como tratamento.Ela trabalha através do denominado Sistema Endocanabinoide que promove a modulação tanto do sistema nervoso quando do sistema imunológico, atuando na remissão dos sintomas e promovendo neuroproteção e melhorando assim a condição de seu desenvolvimento durante a vida.

O relato de Flávia Torino, advogada e membro da Comissão de Direito da Pessoa com Deficiência, da OAB-SP, que é autista e mãe de dois filhos com autismo, corroborou a explicação do médico. Ela destacou que o tratamento com a cannabis medicinal mudou a sua vida e a de seus filhos. 

Adoção do TEA na nova lei

O deputado estadual Caio França, autor da Lei Estadual 17.618/23 que inclui a cannabis medicinal no SUS Paulista e membro do grupo de trabalho que regulamenta a normativa, relembrou toda a sua luta pela inclusão dos autistas na relação de patologias elencadas para distribuição. 

“Sou o maior defensor da liberdade de prescrição médica. Estamos empenhando todo o esforço no sentido de que o TEA seja contemplado o quanto antes nessa regulamentação”, assegurou o parlamentar.

Agora, resta convencer a comissão técnica

Legislação brasileira

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. 

Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes. 

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.

https://cannalize.com.br/frente-parlamentar-de-cannabis-discute-a-distribuicao-de-cbd-para-autistas/