Sistema Endocanabinoide: o que é e como funciona?
Foto: Envato
Os estudos sobre produtos à base de cannabis estão aumentando no Brasil e em outros países, assim como a procura por estes produtos. Em cinco anos, foram publicados mais de 7 mil estudos científicos com o termo “cannabis”, segundo o último anuário da Kaya Mind.
Hoje, a maioria dos dados levantados existem porque o conhecimento da Ciência sobre o Sistema Endocanabinoide (SEC) é maior. Este sistema, que está presente em quase todas as partes do corpo humano, foi descoberto em 1964 pelo pesquisador israelense Raphael Mechoulam.
A curiosidade é que hoje o que sabemos sobre o SEC só existe por conta das pesquisas sobre as propriedades medicinais (e também psicoativas) da cannabis.
O SEC é responsável por estabelecer a comunicação entre o cérebro e os processos fisiológicos do organismo, informando o sistema nervoso quando alguma coisa puder prejudicar seu funcionamento.
Em outras palavras, permite a coordenação entre as células equilibrando várias funções como fome, humor, memória e a resposta do sistema imunológico.
Além disso, o sistema é capaz de regular a homeostase, que é a habilidade humana de conseguir manter o interior do corpo saudável e respondendo corretamente às alterações externas.
Leia mais: O que é homeostase e como ela se relaciona com a cannabis medicinal?
Um exemplo de situação que é possível pela homeostase é a digestão. Neste caso específico, os processos homeostáticos fazem o sistema digestivo reconhecer quais substâncias são boas para o corpo e quais podem ser expelidas.
Pensando nisso, o Sistema Endocanabinoide pode ser dividido em alguns componentes:
Também chamados de canabinoides endógenos, eles são produzidos pelo próprio corpo e funcionam como um sinalizador para os receptores CB1 e CB2, presentes em todas as partes do organismo.
Presente principalmente nas extremidades do sistema nervoso central, este receptor é responsável pela absorção dos endocanabinoides pelo restante do corpo. Entre suas principais influências está o processamento da memória, da percepção do apetite e dos estímulos emocionais e sensoriais.
O receptor CB2 está presente principalmente no sistema imunológico, alertando o organismo para a recuperação de doenças, cicatrização de feridas e recuperação de dores musculares.
Quando o organismo falha ao produzir endocanabinoides, o resultado pode ser o desenvolvimento de algumas doenças, e nestes casos, os receptores CB2 também podem estar falhando na ligação com o sistema imunológico. Esse problema é conhecido como Síndrome de Deficiência Clínica de Endocanabinoide
Os produtos à base de cannabis, pois os componentes da planta (fitocanabinoides) funcionam como substitutos que imitam a maneira de interagir com os receptores. Portanto, são usados para manter o corpo em equilíbrio.
Leia mais: Quais são os tipos de canabinoides?
Como explicado acima, apesar do nosso corpo produzir endocanabinoides, o Sistema Endocanabinoide também pode receber suplementos de fora. Estes, por sua vez, são encontrados em algumas plantas, como a cannabis.
Plantas que contém fitocanabinoides. Fonte: Cannalize
A cannabis possui mais de 500 substâncias, sendo 147 fitocanabinoides conhecidos, como: o CBD (canabidiol), o CBG (canabigerol), o CBN (canabinol) e o THC (tetrahidrocanabinol). Eles são capazes de induzir efeitos ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos, pró-cognitivos e de melhora da qualidade do sono ao interagirem com o SEC.
Existem diferentes tipos de produtos que possuem concentrações diferentes de fitocanabinoides, assim como formas. Óleos de cannabis, gummies, cápsulas, produtos tópicos e sprays são alguns exemplos de formas farmacêuticas que podem ser adquiridas principalmente por importação
Na Cannect, promovemos o acesso à terapia canabinoide com base em evidências científicas, garantindo a segurança dos pacientes. Nossa missão é tornar a cannabis medicinal acessível para cada vez mais pessoas.
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Andrei Semensato
Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.
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