Durante a sua live semanal na última quinta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (PL) relacionou a alta de homicídios no Uruguai no primeiro semestre à legalização da maconha.
Ele também criticou artistas e políticos de esquerda que defendem o uso recreativo da erva.
“Temos o Uruguai aqui, que há poucos anos legalizou a maconha e estamos vendo o reflexo agora na explosão do número de homicídios no Uruguai em função, em grande parte, da maconha”, disse, o futuro ex-presidente, sem apresentar dados que comprovem essa relação.
O país sul-americano foi o primeiro a legalizar a produção e a comercialização de produtos derivados da planta no mundo em 2013, durante o governo do ex-presidente Pepe Mujica.
O caso veio à tona porque no primeiro semestre deste ano, o país registrou um total de 188 homicídios, um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado.
Contudo, mesmo com o aumento, a taxa de homicídios é de 8,5 casos a cada 100 mil habitantes, segundo dados do Atlas da Violência e do Ministério do Interior uruguaio. Enquanto no Brasil, o número chega a 21,65 homicídios a cada 100 mil pessoas.
Na live, Bolsonaro ainda acrescentou que a legalização da cannabis no Brasil pode aumentar a violência e também o que ele chamou de “outros males”.
“[A legalização] não leva a lugar nenhum. Vai retroalimentar um sistema e vai levar à violência, vai levar a outros males e a tendência é aquele país entrar em desgraça”, disse.
Contudo, parece que as coisas não são bem assim. De acordo com um estudo divulgado no The Economic Journal, a legalização da erva reduziu 12, 5% os crimes violentos em estados dos EUA que fazem fronteiras com o México.
Por outro lado, os impactos da legalização variam de acordo com o país, além de uma série de fatores econômicos e sociais.
O cultivo em solo Brasileiro ainda é proibido por lei, mesmo que para fins medicinais. O porte de maconha para o uso adulto também pode ser considerado tráfico, dependendo da quantidade.
Contudo, o uso medicinal é legal através de duas resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que permitem a importação individual e também a comercialização do óleo nas farmácias.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico que, inclusive, poderá indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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