Na noite do dia 2 de agosto passou na TV uma matéria do programa “Profissão Repórter”, mostrando casos de famílias que tiveram a vida alterada completamente com a presença de cannabis na rotina.
Mães, pais, tios e avós vendo de perto a diferença que faz, quando uma pessoa com necessidades especiais é exposta a uma terapia com a planta.
É claro que as horas seguintes viraram um verdadeiro inferno nas redes sociais, com uma horda de pessoas se posicionando contra a planta, pelo primeiro motivo que lhes vem à cabeça. “Faltam estudos”, dizem os médicos sem embasamento.
Pra mim, os debates que envolvem maconha são extremamente pessoais. Graças a essa planta, meu dia-a-dia mudou completamente. Eu comecei a fazer academia depois de quase 20 anos de sedentarismo, sem sentir dores. E o meu afilhado, um garoto autista de 5 anos, não passa por uma crise há quase 3.
Acordo no dia seguinte ao programa, olho o twitter e estão marcando meu nome em discussões entre médicos e psiquiatras. O velho papinho de que não existem estudos suficientes que comprovem os benefícios da cannabis. Levo imediatamente para o pessoal.
A matéria do programa de TV, mostra uma mãe que pôde parar de colocar um capacete no filho, já que com o novo tratamento ele não tem mais crises e não age com a mesma violência. Mas tem algum médico ou psiquiatra no twitter questionando se o CBD não estaria na verdade fazendo mal para a criança.
Respiro fundo e vou cuidar das minhas plantas.
Planto maconha e utilizo suas flores para produzir meu próprio medicamento.
Uma das poucas tarefas diárias que me proporciona paz de espírito suficiente para esquecer de problemas que outrora me fariam desmoronar de tristeza ou bufar de ódio.
Aprendi durante a pandemia que o cultivo de maconha é uma terapia dentro da terapia.
Com a cabeça ocupada cuidando das plantinhas, não sobra tempo pra sofrer e pensar no pior. Muito menos tempo para deixar que a opinião de meia dúzia de médicos desatualizados acabe com a motivação do meu dia.
As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.
Igor Seco
Podcaster, produtor e paciente. Conseguiu acesso ao universo canábico junto da associação Santa Cannabis, onde se tornou paciente para dor crônica. Hoje atua como comunicador e porta voz, entretendo e informando as pessoas através de seus programas de podcast na Radio Hemp.
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