Se você está lendo esse texto, certamente já ouviu falar da PEA, (Palmitoiletanolamida) certo? Trata-se de um suplemento alimentar nutracêutico bastante utilizado para tratar dor, inflamação e recuperação muscular. Vendida nas farmácias a preços que variam de R$60 a R$300, a Palmitoiletanolamida é um componente natural produzido tanto pelo corpo quanto por alguns alimentos.
Mas o que de fato esse componente faz? E como a cannabis medicinal entra nessa história?
Trata-se de um ácido graxo que é encontrado naturalmente no corpo humano e que pode influenciar em vários processos biológicos através de um sistema chamado Sistema Endocanabinoide.
O corpo produz maiores quantidades dessa substância na presença de estresse físico e mental, além de momentos de infecção, dor, alergias e muitas outras situações a fim de “combater” estes problemas.
Os produtos feitos com a substância, entram na classe dos nutracêuticos, ou seja, suplementos feitos a partir de alimentos ou parte de alimentos.
Isso porque a PEA também pode ser encontrada de forma natural em alguns alimentos, como gema de ovo, amendoim, vísceras, leite entre outros.
Embora os mecanismos ainda não sejam totalmente compreendidos, a palmitoiletanolamida possui propriedades antiinflamatórias, antialérgicas e que podem combater as dores neuropáticas.
Estudado ainda na década de 1990, o composto interage com receptores chamados CB1 e CB2 do Sistema Endocanabinoide. Este por sua vez, é responsável por regular a homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo.
Esse sistema envia os chamados canabinoides, que sinalizam aos receptores quando algo não está funcionando direito e precisa ser corrigido. Como um pedido de ajuda no caso de uma dor ou uma inflamação, por exemplo.
A PEA ajuda a aumentar o nível dessas substâncias no corpo, o que otimiza o sistema endocanabinoide e consequentemente auxilia no combate às dores crônicas e reumáticas.
De acordo com um estudo clínico e duplo-cego, realizado pela Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, Palmitoiletanolamida foi relativamente eficaz para dores associadas à enxaqueca, reduzindo a necessidade de medicamentos de resgate.
Alguns estudos feitos em animais também têm mostrado a ação da Palmitoiletanolamida em outras condições, como reações alérgicas, reduzindo a liberação de histaminas pelos mastócitos.
Ou então, ajudando no envelhecimento saudável, retardando o progresso do envelhecimento. Acredita-se que a PEA funcione protegendo as células contra danos oxidativos e eliminando os radicais livres. Há estudos que ainda ressaltam a estimulação na produção de colágeno.
A redução da inflamação e a promoção da cicatrização, podem ser úteis também na recuperação muscular. Algumas investigações recentes ainda indicam a estimulação da síntese muscular.
A relação dos dois compostos é muito mais próxima do que se imagina. Isso porque a cannabis também atua através do Sistema Endocanabinoide.
Moléculas como o CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabinol), por exemplo, são canabinoides, que funcionam no organismo de forma similar aos produzidos pelo corpo. Por isso, a cannabis também pode sinalizar os receptores CB1 e CB2.
Diante disso, vários estudos têm demonstrado o potencial antiinflamatório da planta, além do seu combate à dor. Tanto que os produtos já são receitados, inclusive no Brasil para o tratamento de dores crônicas, como esclerose, fibromialgia e artrite.
Juntos, os dois componentes podem potencializar o efeito um do outro, ativando ainda mais a sinalização dos canabinoides e consequentemente, promovendo mais qualidade de vida.
Uma das vantagens da Palmitoiletanolamida é que, em todos os estudos feitos até agora, houve a ausência de efeitos colaterais. Também não há evidência de que a substância engorde.
Já as reações adversas da cannabis medicinal vão variar de acordo com o produto prescrito. Se ele tiver predominância de CBD, por exemplo, os efeitos mais comuns são sonolência e em alguns casos até diarreia.
Já o THC pode ser um pouco mais complicado. O composto psicoativo da cannabis, pode aumentar a ansiedade, causar, tontura, boca seca e problemas de memória. Por isso, é necessário ser prescrito por um profissional habilitado.
Dessa forma, é necessário conversar com um profissional médico antes de começar a usar.
A Palmitoiletanolamida é um suplemento alimentar, portanto, não precisa de receita médica e pode ser adquirida nas farmácias. Já a cannabis, só pode ser comprada com uma prescrição.
Os produtos feitos com a planta estão disponíveis tanto através das importações quanto nas drogarias. Mas para importar é necessário ainda ter uma autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
De acordo com algumas bulas de PEA, os melhores horários para tomar o nutracêutico são pela manhã e à tarde. Outras indicam à noite antes de dormir. Mas todas consideram tomar com algum alimento ou depois de comer. Com a cannabis é a mesma coisa.
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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