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A relação da PEA (Palmitoiletanolamida) e da cannabis



19/09/2024


Se você está lendo esse texto, certamente já ouviu falar da PEA, (Palmitoiletanolamida) certo? Trata-se de um suplemento alimentar nutracêutico bastante utilizado para tratar dor, inflamação e recuperação muscular. Vendida nas farmácias a preços que variam de R$60 a R$300, a Palmitoiletanolamida é um componente natural produzido tanto pelo corpo quanto por alguns alimentos. 

Mas o que de fato esse componente faz? E como a cannabis medicinal entra nessa história? 

Afinal, o que é a PEA?

Trata-se de um ácido graxo que é encontrado naturalmente no corpo humano e que pode influenciar em vários processos biológicos através de um sistema chamado Sistema Endocanabinoide

O corpo produz maiores quantidades dessa substância na presença de estresse físico e mental, além de momentos de infecção, dor, alergias e muitas outras situações a fim de “combater” estes problemas. 

Os produtos feitos com a substância, entram na classe dos nutracêuticos, ou seja, suplementos feitos a partir de alimentos ou parte de alimentos.

Isso porque a PEA  também pode ser encontrada de forma natural em alguns alimentos, como gema de ovo, amendoim, vísceras, leite entre outros. 

Para que serve

Embora os mecanismos ainda não sejam totalmente compreendidos, a palmitoiletanolamida possui propriedades antiinflamatórias, antialérgicas e que podem combater as dores neuropáticas.

Estudado ainda na década de 1990, o composto interage com receptores chamados CB1 e CB2 do Sistema Endocanabinoide. Este por sua vez, é responsável por regular a homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo.

Esse sistema envia os chamados canabinoides, que sinalizam aos receptores quando algo não está funcionando direito e precisa ser corrigido. Como um pedido de ajuda no caso de uma dor ou uma inflamação, por exemplo.

A PEA ajuda a aumentar o nível dessas substâncias no corpo, o que otimiza o sistema endocanabinoide e consequentemente auxilia no combate às dores crônicas e reumáticas.  

De acordo com um estudo clínico e duplo-cego, realizado pela Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, Palmitoiletanolamida foi relativamente eficaz para dores associadas à enxaqueca, reduzindo a necessidade de medicamentos de resgate. 

Outras aplicações

Alguns estudos feitos em animais também têm mostrado a ação da Palmitoiletanolamida em outras condições, como reações alérgicas, reduzindo a liberação de histaminas pelos mastócitos.

Ou então, ajudando no envelhecimento saudável, retardando o progresso do envelhecimento. Acredita-se que a PEA funcione protegendo as células contra danos oxidativos e eliminando os radicais livres. Há estudos que ainda ressaltam a estimulação na produção de colágeno.

A redução da inflamação e a promoção da cicatrização, podem ser úteis também na recuperação muscular. Algumas investigações recentes ainda indicam a estimulação da síntese muscular.

A ação da cannabis junto à Palmitoiletanolamida 

A relação dos dois compostos é muito mais próxima do que se imagina. Isso porque a cannabis também atua através do Sistema Endocanabinoide. 

Moléculas como o CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabinol), por exemplo, são canabinoides, que funcionam no organismo de forma similar aos produzidos pelo corpo. Por isso, a cannabis também pode sinalizar os receptores CB1 e CB2.

Diante disso, vários estudos têm demonstrado o potencial antiinflamatório da planta, além do seu combate à dor. Tanto que os produtos já são receitados, inclusive no Brasil para o tratamento de dores crônicas, como esclerose, fibromialgia e  artrite. 

Juntos, os dois componentes podem potencializar o efeito um do outro, ativando ainda mais a sinalização dos canabinoides e consequentemente, promovendo mais qualidade de vida. 

Quais são os efeitos colaterais?

Uma das vantagens da Palmitoiletanolamida é que, em todos os estudos feitos até agora, houve a ausência de efeitos colaterais. Também não há evidência de que a substância engorde.

Já as reações adversas da cannabis medicinal vão variar de acordo com o produto prescrito. Se ele tiver predominância de CBD, por exemplo, os efeitos mais comuns são sonolência e em alguns casos até diarreia.

Já o THC pode ser um pouco mais complicado. O composto psicoativo da cannabis, pode aumentar a ansiedade, causar, tontura,  boca seca e problemas de memória. Por isso, é necessário ser prescrito por um profissional habilitado. 

Dessa forma, é necessário conversar com um profissional médico antes de começar a usar.

Como usar?

A Palmitoiletanolamida é um suplemento alimentar, portanto, não precisa de receita médica e pode ser adquirida nas farmácias. Já a cannabis, só pode ser comprada com uma prescrição. 

Os produtos feitos com a planta estão disponíveis tanto através das importações quanto nas drogarias. Mas para importar é necessário ainda ter uma autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 

De acordo com algumas bulas de PEA, os melhores horários para tomar o nutracêutico são pela manhã e à tarde. Outras indicam à noite antes de dormir. Mas todas consideram tomar com algum alimento ou depois de comer. Com a cannabis é a mesma coisa.  

Consulte um médico

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.

 

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.