Os efeitos psicológicos e cognitivos causados pela cannabis, segundo novos estudos

Os efeitos psicológicos e cognitivos causados pela cannabis, segundo novos estudos

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Três estudos recentes constataram as ações cognitivas e psicológicas da cannabis no organismo. Nos experimentos, os voluntários que fumam a erva apresentaram alguns atrasos mentais. 

 

Por suas propriedades relaxantes e terapêuticas, a cannabis pode ser muito benéfica para o corpo humano, inclusive, com a capacidade de tratar diversas doenças e distúrbios. 

Porém, dependendo da quantidade do uso e da sua finalidade, ela pode causar algumas complicações. 

Três novos estudos, publicados no The Journal of Psychopharmacology, no  Neuropsychopharmacology e no International Journal of Neuropsychopharmacology, mostram que a cannabis afeta funções psicológicas e cognitivas do organismo. 

Entenda como a planta pode influenciar na mente e de que forma isso ocorre. 

Cannabis no cérebro humano 

 

A atuação da erva no cérebro acontece através do Sistema Endocanabinoide (SEC), responsável por controlar funções básicas do nosso corpo. 

Dentro desse sistema existem os canabinoides, substâncias produzidas pelo próprio organismo, que são ativadas quando algo está errado no corpo, com o objetivo de solucionar o problema e gerar estabilidade para o local. 

Compostos parecidos também são produzidos na cannabis, que tem a capacidade de substituir os fabricados pelo SEC. Um dos mais conhecidos é o Tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelo “barato” da maconha

O THC se assemelha com a anandamida, que regula, por exemplo, o sono, o humor, a memória e o apetite. Em geral, a planta também afeta o equilíbrio, a coordenação motora e a noção de tempo de cada indivíduo. 

Efeitos psicológicos

A maconha pode interferir na forma em que nos sentimos. Após utilizar THC, por exemplo, é comum ficar mais feliz, eufórico. O uso do Canabidiol (CBD), em contrapartida, costuma deixar a pessoa mais calma e sonolenta. 

Essas sensações podem ser benéficas ou maléficas para o organismo. Do lado positivo, a erva serve de tratamento para muitas complicações e ajuda na regulação de funções corporais. 

O lado negativo é exemplificado pelos novos estudos, no qual foi constatado uma grande influência em adolescentes que fumam. 

Os experimentos realizados com jovens, mostraram uma maior tendência de desenvolvimento de experiências psicóticas, como esquizofrenia. 

Em pessoas de 14 a 24 anos que utilizam a erva, houve um aumento de 15% para 21% na chance de desenvolver o distúrbio. Já em adolescentes da mesma faixa etária, mas que tem predisposição para psicose, o índice subiu de 21% para 51%. 

Efeitos cognitivos 

Assim como na parte psicológica, a cannabis também pode causar alterações na cognição, tanto positivas quanto negativas. 

Os estudos realizados analisaram o desempenho cognitivo de usuários frequentes de cannabis, em comparação com voluntários que raramente ou nunca fumaram. 

Nos testes relacionados à memória, os fumantes apresentaram desempenho significativamente pior comparado com o outro grupo. Assim como em experimentos  ligados ao pensamento flexível, que também registraram um certo “atraso” por parte dos maconheiros. 

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