Um estudo feito em Israel sugere que, ao contrário do que muitos pensam, o uso medicinal da cannabis em pacientes idosos, não causa deficiência cognitiva.
Se você é um adulto mais velho que usa cannabis para tratar dor crônica, pode muito bem não ter mais deficiências cognitivas do que alguém que não a usa.
Essa conclusão veio através de um estudo feito por pesquisadores israelenses que foi publicado na Drug & Alcohol Review.
A pesquisa buscou avaliar a relação entre o uso a longo prazo da cannabis medicinal e a função cognitiva em uma amostra de paciente com dor crônica de meia-idade e idosos.
Os pesquisadores realizaram o estudo avaliando 63 pacientes com 50 anos e mais velhos, que tem licença de cannabis medicinal com um grupo de comparação de 62 anos que não tem licença.
De acordo com os pesquisadores, eles não descobriram nenhuma diferença significativa na função cognitiva entre os dois grupos, observando que os resultados sugerem que o uso da planta não tem um impacto generalizado na cognição de pacientes mais velhos com dor crônica.
“Considerando o crescimento no uso da cannabis em meio a população idosa, este estudo poderia ser um primeiro passo em direção a uma melhor avaliação sobre os benefícios do tratamento com cannabis em meio a essa população”, escreveram os pesquisadores.
“Estudos futuros são urgentemente necessários para esclarecer ainda mais as implicações no uso da cannabis na idade avançada para a saúde cerebral.” acrescentaram.
Nesta amostra de pacientes com dor neuropática, nenhuma diferença significativa foi encontrada no desempenho cognitivo entre pacientes licenciados e não licenciados e a evidência de falta de associação era estável e moderada”, escreveram os autores, conforme citado por uma postagem de blog na NORML .
Não foram detectadas associações conclusivas de vários aspectos dos padrões de uso da cannabis, incluindo concentração de THC e CBD, frequência e duração do uso, dosagem e duração da abstinência com desempenho cognitivo.
Além disso, os pacientes licenciados e não licenciados tiveram um desempenho relativamente semelhante a uma população padronizada sem dor crônica.
Eles acrescentaram, conforme citado pela NORML: “O que muitos esperam é que mais atitudes e políticas públicas de aceitação relacionadas ao uso de cannabis, além de aumentar a expectativa de vida, resultem em um número crescente de pessoas de meia e velha idade que usam cannabis por longos períodos” conforme relatou….
Considerando a evidência acumulada que mostra a eficácia do uso de cannabis para várias condições de saúde comuns em pessoas mais velhas, a falta de efeitos adversos no cérebro na amostra atual de indivíduos com dor crônica que tinham mais de 50 anos pode contribuir para uma melhor avaliação de risco-benefício de tratamento com cannabis medicinal nesta população. ”
Como a legalização tem sido cada vez mais adotada nos Estados Unidos e no exterior, isso sugere uma alta de mais e mais pesquisas sobre os efeitos do uso da cannabis na saúde, uma área que há muito sofria com a escassez de estudos acadêmicos.
Em agosto, um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Illinois e da Universidade de Lowa descobriu que a cannabis medicinal demonstrou realmente que é capaz de melhorar a vida dos idosos.
Um estudo separado publicado no verão passado descobriu também que os pacientes que sofrem de dores crônicas que usam cannabis medicinal como tratamento, junto com medicamentos farmacêuticos, tiveram consumo reduzido de opióides e menos visitas ao pronto-socorro.
Referência
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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