Manifestantes exigiram, de forma pacífica, que a cannabis para fins recreativos fosse legalizada no Equador.
Cerca de 500 pessoas realizaram uma marcha pacífica por Quito, capital do Equador, na semana passada. Elas exigem que as autoridades descriminalizem o uso adulto da cannabis e permitam o consumo público.
Muitos participantes estavam fumando maconha naturalmente. Este é um ato de coragem, não importa onde esteja no planeta.
No Equador, a posse de até 10 gramas foi descriminalizada, embora as autoridades possam acusar alguém de crime se for encontrado com até 1 grama de cannabis.
Isso é totalmente controverso, porque a polícia não anda com balanças para pesagem. A decisão, em outras palavras, cabe inteiramente ao policial no local.
Além disso, de acordo com a Constituição do Equador de 2008, o artigo 364 afirma que o consumo de drogas não é crime, mas sim um problema de saúde.
E seguindo no âmbito médico, o uso medicinal da cannabis foi legalizado pela Assembleia Nacional do Equador em setembro de 2019. Porém, de fato, a produção de cannabis para fins medicinais regulamentada pelo governo federal começou em março deste ano.
Há uma razão pela qual as pessoas estão saindo às ruas exigindo mais mudanças relacionadas à cannabis – e não se limita apenas ao Equador. Marchas foram realizadas em todo o mundo exigindo que a planta fosse total e finalmente legalizada.
Na Alemanha, por exemplo, assim como no país latino-americano, o uso medicinal é “legal” e o país faz o cultivo. No entanto, pacientes e usuários podem ser acusados de crime por capricho da polícia.
Esta é uma situação intolerável em todos os lugares, muito por conta da enorme injustiça que ela cria – para não mencionar a contínua perseguição a grupos periféricos por parte do estado.
Tragicamente, o que a situação no Equador ilustra bem é que a medicalização da planta, embora atrasada, está criando dois níveis de “legalização”.
A primeira, geralmente descrita como “reforma médica”, estabelece regulamentações sobre quem pode cultivar, distribuir, vender e, finalmente, consumir a planta.
Isso significa cada vez mais, pelo menos em termos norte-sul, que o país produtor ainda pode processar seus cidadãos pelo uso médico e adulto, enquanto os preços estão fora do alcance das pessoas comuns.
A conclusão é que quando um país começa a cultivar – mesmo para fins médicos – mas insiste em criminalizar todos que não têm licença de cultivo ou uso, o processo fica desigual.
Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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