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Cannabis na Mídia

“O único problema da cannabis é que ela é proibida, porque senão, seria solução”



28/07/2020



Na primeira live da campanha #UmAtodeEmpatia, conversamos com o presidente de uma associação, para falar sobre os rumos da cannabis medicinal no Brasil

Na segunda-feira (27 de julho) nós do Cannalize batemos um papo com o presidente da associação Santa Cannabis, Pedro Sabaciauskis através do nosso Instagram, onde discutimos sobre avanços, legalização e os benefícios da cannabis medicinal, tanto para a saúde quanto para a economia.

A live de ontem faz parte da campanha #UmAtodeEmpatia, que visa conscientizar as pessoas da importância do compartilhamento de notícias sobre cannabis medicinal. Pois com tantos estigmas, cabe a militância canábica a disseminação dos benefícios da planta que é um ótimo caminho para a  quebra de preconceitos.

O Brasil já é o terceiro maior exportador do mundo, e tem as condições perfeitas para produzir cannabis. Segundo um relatório feito pela ADAWA Cannabis, o Brasil pode gerar um lucro de até 2,4 bilhões.

“Países bem menores aqui da América do Sul como Uruguai e Argentina já legalizaram e estão lucrando com a cannabis e a gente aqui de mãos atadas” ressalta.

Pedro Sabaciauskis também comentou da falha da lei sobre cannabis medicinal, que ainda deixa o uso da planta bastante complexo. 

Segundo ele, as limitações fazem com que pacientes tenham que recorrer a poucas opções sem poder escolher a forma de usar o óleo.

A importância das entidades

As limitações não são apenas para pacientes, mas também para as associações, que sem um incentivo ou autorização para pesquisas, precisam andar no que ele chamou de “desobediência civil”, para garantir um produto de qualidade para os seus associados.

“Se as associações fossem o centro de partida, levando dados e pesquisas para o desenvolvimento de ciências, combinados ao agronegócio, cientistas e indústrias, todos sairíamos ganhando” complementa.

No entanto, o presidente da Santa Cannabis se considera otimista. Apesar de todo o preconceito e uma lei “atrasada”, a luta das associações estão surtindo efeitos. 

No mês passado, a Alerj aprovou uma lei que havia sido vetada pelo governador do Rio de Janeiro e agora, associações e universidades podem plantar cannabis para fins medicinais no estado.

“Ainda acredito que nosso país vai melhorar muito em relação a isso, temos a possibilidade de ser um projeto que vai dar certo, temos 40 associações que vai brigar e lutar por isso, para ter um núcleo de cannabis medicinal, industrial e, porque não recreativa? A terceira opção deve ser discutida sim, pois, se trata de problemas de segurança e saúde que vivemos atualmente. Pessoas que entendem seus valores e acreditam neles, agregam para o avanço dessa luta movida por um ato de empatia.” declarou.

Em Goiânia, outro projeto de lei foi aprovado para garantir a gratuidade de medicamentos à base da planta para pacientes, e espera-se que vire lei logo.  O que mostra que o Brasil está avançando, mesmo a passos lentos.

A cannabis também é tendência global. Não são poucos os países que estão mudando as suas legislações a favor do uso medicinal e recreativo. Até a Organização Mundial da Saúde (OMS) está tentando reclassificar o entendimento da cannabis.

Pedro Sabaciauskis ainda comenta que os avanços do Brasil são graças o ativismo das entidades, que junto com médicos, advogados e cientistas, brigam pelo direito dos pacientes.

 “Nunca vão conseguir proibir a planta, cada vez mais pessoas estão descobrindo os seus benefícios (…) o único problema da cannabis é que ela é proibida, porque senão, seria solução” conclui.

A campanha continua

A campanha #UmAtodeEmpatia vai continuar até quinta-feira, com mais convidados. Hoje, (terça-feira), o youtuber Marcos Maciel do canal Self Service também vai conversar com a gente sobre o seu documentário de cannabis às 21h no Instagram.

Na quarta-feira, a tia da pequena Maria Fernanda também vai bater um papo com o Cannalize sobre as dificuldades de conseguir um tratamento de cannabis medicinal.

Na quinta-feira, a conversa será com a médica ortomolecular Dra Janaína Barboza, que ensina sobre cannabis medicinal e Sistema Endocanabinóide para público em geral, de uma forma em que todos possam entender sobre a planta, não só a classe médica. 

 

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.