Estrutura do CBG
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O tratamento com cannabis vem se mostrando bastante amplo ao passo que mais estudos vêm sendo publicados. Hoje, sabe-se que a planta conta com mais de 500 substâncias conhecidas pela Ciência e uma destas é o canabigerol (CBG).
O componente é encontrado em menor quantidade em comparação com o canabidiol (CBD), por exemplo, mas também possui algumas propriedades que podem ser exploradas para fins medicinais.
De acordo com a psiquiatra Ana Hounie, o CBG está sendo bastante estudado por suas funções analgésicas e anti-inflamatórias e pode ter os efeitos intensificados se for combinado com outros fitocanabinoides.
Em linhas gerais, resultados pré-clínicos mostram que o componente também é capaz de reduzir a pressão intraocular e tem efeitos ansiolíticos, neuroprotetores e dermatológicos. A escolha pelo seu uso também é uma forma de estimular o apetite.
Continue a leitura para entender mais sobre o funcionamento do canabigerol.
Embora a molécula represente menos de 1% da composição da cannabis sativa, o CBG é considerado o precursor de outros fitocanabinoides. Isso acontece porque a planta produz naturalmente o ácido canabigerólico (CBGA), que ao ser exposto ao sol ou calor, vira canabigerol.
O canabidiol e o tetrahidrocanabinol (THC) também passam por essa transformação e são “presos” a baixas quantidade de CBG antes de serem substâncias puras.
Esta substância não possui efeitos psicoativos, ou seja, não produz alterações na mente das pessoas que fazem seu uso. Sua ligação com o corpo age diretamente nos receptores CB2, que fazem parte do sistema endocanabinoide e estão relacionados ao sistema imunológico e aos nervos periféricos.
Portanto, atua justamente na percepção dos agentes externos que entram em contato com o corpo, como doenças, e facilita sua defesa.
Por ser considerado um componente anti-inflamatório, o CBG age de forma bem similar ao CBD, podendo acelerar o processo de cicatrização e diminuição de ferimentos. De acordo com um estudo da Universidade de Sydney realizado em animais, o ácido canabigerólico consegue ser mais eficaz que o canabidiol para tratar epilepsias.
O CBGA seria mais potente na redução da Síndrome de Dravet, por exemplo. Por outro lado, em comparação ao CBG, o canabidiol se mostrou mais versátil para tratar convulsões diferentes, pois seu efeito acaba sendo mais duradouro.
O canabigerol pode ser uma boa alternativa para o tratamento do glaucoma, uma doença nos olhos que pode levar à cegueira. De acordo com um estudo, o fitocanabinoide consegue reduzir a pressão intraocular, responsável pelo agravamento do glaucoma.
Sua função terapêutica também pode ser efetiva para inibir desconfortos musculares e prevenir problemas na disfunção da bexiga. Para chegar nesta conclusão, cientistas italianos testaram alguns componentes para este fim e perceberam que o CBG foi o mais eficaz. Além disso, a molécula reduziu as contrações na bexiga dos pacientes que participaram do estudo.
O psiquiatra João Victor Lorenzetti explicou em uma live da Dr.Cannabis sobre saúde mental que o CBG tem potencial para regular o emocional das pessoas. Pensando até mesmo em neurodivergências, alguns pacientes que fazem uso do componente conseguem desenvolver formas de lidar com as emoções.
Nos Estados Unidos, o CBG é visto como um suplemento de energia e possui efeito sinérgico com o THC. Essa combinação vem sendo estudada para o tratamento do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade)
Por ser um canabinoide menor, é mais comum que ele seja encontrado em produtos do Espectro Completo ou do Espectro Amplo, combinados com outros componentes e, respectivamente, com e sem THC. Porém, também é possível comprar o canabigerol em sua forma isolada.
Óleos de cannabis, cápsulas, cremes e balas são alguns exemplos de produtos disponíveis para importação ou compra em farmácias.
Contudo, antes de iniciar qualquer tratamento com cannabis, será necessário ter uma receita assinada por um profissional de saúde.
Você poderá agendar uma consulta com profissionais parceiros da Cannect, o maior ecossistema de cannabis medicinal da América Latina.
Andrei Semensato
Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.
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