O conhecimento das propriedades medicinais da cannabis no Brasil cresceu consideravelmente, sobretudo para o tratamento da epilepsia refratária.
Desde que as exportações foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o número de pessoas que fizeram solicitações não parou de crescer.
Segundo a Coordenação de Controle e Comércio Internacional de Produtos Controlados (Cocic), por meio da Lei de Acesso à Informação, foram mais de 5.100 solicitações de importação só até o mês de junho, 4.314 a mais que o ano todo de 2015, quando as importações começaram a acontecer.
As principais doenças tratadas são para Parkinson Alzheimer e epilepsia. Com a pandemia, a prescrição médica da cannabis para depressão e ansiedade também cresceu.
Os pedidos geralmente são feitos com a ajuda de alguma associação ou a própria farmácia, que agiliza todos os trâmites. Geralmente, todos são aprovados. Desde o início das importações, apenas 2 foram negados, um em 2015 e outro em 2018.
Por mais que há um produto novo nas farmácias brasileiras, o alto custo faz com que os consumidores ainda preferem importar ou comprar o óleo artesanal. Opção que também causa receio em algumas pessoas, pela falta de segurança.
A cada ano, mais pessoas entram com o processo de importação. Em 2016 eram 469 pedidos, em 2017 saltou para 1.390. No ano seguinte, foram mil solicitações a mais e em 2019, o número dobrou para 4.507, o que já foi ultrapassado este ano no primeiro semestre.
Esse aumento pode estar associado ao crescimento da informação. Cada vez mais portais grandes estão colocando a cannabis em pauta, e o número de sites segmentados sobre o assunto, também cresceu.
Sem contar os novos cursos, tanto voltados para médicos para a prática clínica, quanto para o público em geral. Algumas universidades já aderiram uma matéria para tratar o assunto.
O ativismo das associações também cresceu. Hoje no Brasil, são mais de 40 entidades que brigam pelo direito medicinal e de pesquisas sobre a planta. Na campanha #UmAtodeEmpatia, o presidente da associação Santa Cannabis, Pedro Sabaciauskis, comentou sobre isso:
“Ainda acredito que nosso país vai melhorar muito em relação a isso, temos a possibilidade de ser um projeto que vai dar certo, temos 40 associações que vai brigar e lutar por isso, para ter um núcleo de cannabis medicinal, industrial e, porque não recreativa?” disse
A simplicidade dos processos de importação também contribuiu com o crescimento. Depois da resolução 325, processos que demoravam até 90 dias para ser aprovados, hoje levam de 25 a 30. A agência retirou algumas questões burocráticas e aumentou o prazo de renovação, de um ano para dois.
Esse aumento crescente tem chamado a atenção da indústria lá fora. Não é de hoje que falamos sobre o otimismo do mercado para os potenciais consumidores brasileiros. Empresas estrangeiras e parceiras já começaram a investir.
No entanto, quem lucra com a importação são as empresas do exterior, por isso, o dinheiro fica todo lá.
Por isso, para democratizar o acesso à cannabis medicinal nacional, é preciso novas leis favoráveis a planta e também produtos mais acessíveis nas farmácias.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Fapeg abre edital para pesquisas com cannabis
EUA pode eliminar exames de cannabis para cargos públicos
Deputada denuncia descumprimento de lei sobre cannabis no ES
Empresa canábica representará o Brasil em feira mundial
Maioria dos brasileiros usam cannabis para dores crônicas
Painéis sobre o Sistema Endocanabinoide abrirão o CNABIS 2024
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso