Número de presos por causa da cannabis bate recorde no Japão 

Número de presos por causa da cannabis bate recorde no Japão 

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Por incrível que pareça, mesmo em época de pandemia, em 2020 o número de prisões por causa das drogas foi de mais de 14 mil pessoas no Japão. Relacionadas à maconha ultrapassam 5 mil.

Na última quinta-feira (8/04) a Agência Nacional de Polícia do Japão (NPA) informou sobre o número de prisões relacionadas às drogas, no ano de 2020.

Referente a cannabis foi estimado ser o maior número de todos os tempos, chegando a mais de 5 mil casos. 

Comparado ao ano anterior, que chegou a 4.079, a  quantidade de infratores da legislação antidrogas aumentou 5% em 2020.

Desses, houve queda de 1% em relação aos estimulantes, com aproximadamente 8 mil casos. Mas, se tratando da erva ilícita aumentou 17%. 

À medida que o número de presos por causa dos estimulantes diminuía pelo quinto ano consecutivo, o da maconha aumentava pelo 7.º ano. 

De acordo com outra informação, cerca 80% dos casos relacionados à erva ilícita, as pessoas foram flagradas com posse dela. 

Adolescentes e jovens têm baixa consciência sobre a maconha.

Por faixa etária, o número de pessoas na casa dos 20 anos foi de 2.540 (metade do total), com aumento de 590. E adolescentes, na faixa dos 14 aos 19 anos, somam 887, com aumento de 278 pessoas.

A disseminação dessa droga entre os jovens tornou-se uma grande preocupação do país.   

Por trás da prevalência entre os jovens existe a falta de conscientização sobre os perigos do uso da cannabis. Uma pesquisa com 748 pessoas presas entre  outubro e novembro de 2020 revelou que 78% dos entrevistados não estavam cientes dos perigos dessa droga.

Facilidade de obter a cannabis

Outro fator é a facilidade na aquisição, uma pelo preço, pois 1 grama custa na faixa de 6 a 7 mil ienes, enquanto que para a droga sintética teria que desembolsar cerca de 20 mil ienes.

A outra é que na maioria dos casos os traficantes são pessoas comuns, não envolvidas com os mafiosos japoneses. Eles vendem ativamente através das redes sociais, usando jargões para disfarçar. 

Porta de entrada para outras drogas

Na legislação japonesa não é considerado crime ser usuário. A lei proíbe o cultivo, o tráfico e a posse, por isso, foi aberta uma discussão entre os especialistas do MHLW-Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar para uma propor uma emenda a fim de incriminar o usuário também. 

O motivo é que muitos dos entrevistados que foram detidos por causa da posse dessa droga afirmaram que ela foi a porta de entrada para as outras. 

Referências

  • English Kyodonews

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