Se você está lendo isso é porque sabe que a cannabis tem uma série de propriedades terapêuticas que podem ajudar a tratar várias doenças.
No entanto, como em qualquer outro remédio, há fórmulas específicas para cada condição. Isso ajuda a tratar com uma maior eficácia e precisão.
Como o Nabiximol, por exemplo. Um medicamento à base de cannabis indicado para o tratamento de esclerose múltipla.
Talvez você o conheça pelo nome Sativex, adotado pelo Reino Unido, ou então, como Mevatyl, adotado pelo Brasil. Mas todos são a mesma coisa.
Este foi o primeiro remédio legal feito à base de cannabis no mundo. Lançado no Canadá em 2005, foi produzido pela GW Pharmaceuticals e distribuído pela Bayer.
O nome Nabiximol foi adotado para referir-se a medicamentos à base de plantas com concentração de canabinoides, embora as pessoas se refiram apenas ao Sativex.
Ele é feito com proporções de CBD (canabidiol) e THC (tetraidrocanabinol) praticamente iguais. Para quem não sabe, os dois compostos extraídos da cannabis são chamados de canabinoides.
Os canabinoides funcionam a nível celular e são a “fórmula mágica” das propriedades terapêuticas da planta.
Apesar do canabidiol ser mais usado em medicamentos e o THC possuir os efeitos alucinógenos da planta, os dois juntos formam uma combinação mais potente e ideal para tratar a esclerose múltipla.
Diferente de remédios convencionais, que contém uma série de efeitos colaterais, as reações adversas do medicamento se resumem a sonolência, fadiga e náuseas.
O nosso corpo também produz canabinoides, eles ajudam a regular a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções, como o sono, a fome, o humor, sistema nervoso e sistema imunológico.
Eles trabalham através de um sistema chamado Sistema Endocanabinoide, que possui receptores por todo o organismo.
Estes receptores sinalizam quando algo não vai bem, é aí que entra a ação dos canabinoides. É por isso que a cannabis ajuda a tratar tantas doenças.
O Nabixmol atua em alguns sintomas da Esclerose Múltipla, ajudando a relaxar os músculos contraídos, e na função motora.
Isso porque o remédio age diretamente em um receptor chamado CB2, que influencia o Sistema Nervoso.
Os seus efeitos anti-inflamatórios também podem ser um supressor imunológico.
Isso porque quando o receptor é ativado, ele gera um efeito estabilizador nos canais que influenciam as respostas inflamatórias.
É importante lembrar que o remédio não cura, mas ajuda a tratar os sintomas.
Doenças neuromotoras não tem cura. Por isso, o que resta é o tratamento dos sintomas para garantir uma qualidade de vida.
Um estudo publicado em 2018 na revista The Lancet Neurology mostrou que o remédio pode ser de grande ajuda para doenças neuromotoras.
A pesquisa, realizada na Itália, testou o spray e também placebos em 60 voluntários, e mostrou que o remédio pode ser de grande ajuda até mesmo para organismos que são resistentes a remédios convencionais para dor e espasticidade.
Uma boa solução para pessoas que possuem doenças neuromotoras mais agressivas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA), que acometeu o britânico Stephen Hawking, por exemplo.
Assim como o remédio foi o primeiro medicamento à base de cannabis legal no Reino Unido, ele também foi o primeiro e único aprovado aqui no Brasil.
Depois da resolução 327/19 entrar em vigor em março de 2020, produtos à base da planta também foram permitidos, como o Canabidiol Prati-Donaduzzi nas farmácias.
No entanto, o Mevatyl é o único considerado um remédio. Ele deve ser importado em um processo um pouco complicado, que envolve uma autorização especial da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e uma série de requisitos.
Entenda mais sobre o processo de importação aqui.
O Naximbol Spray, mais conhecido como Mevatyl, não é tão simples de se achar. Com novos produtos mais baratos no mercado, o medicamento está presente em pouquíssimas farmácias, mas que também pedem a retenção da receita.
Já o valor, varia de três a quatro mil reais, dependendo da drogaria. O ICMS ainda pode variar de acordo com o estado que será enviado.
Além da esclerose, médicos têm indicado o Nabiximol também para o tratamento complementar de câncer, dores crônicas, náuseas e até para tratar dependência química.
Um estudo mostrou que a concentração controlada do THC poderia servir de “substituto”, à vontade de consumir a maconha, por exemplo.
Para se ter uma ideia, o cigarro da planta tem 10 a 15 mg de THC. Já a concentração do Nabiximol não passa de 2,7 miligramas.
Os mais de 60 voluntários da pesquisa que não receberam o placebo, tiveram uma diminuição significativa em relação a dependência.
Embora o estudo precise de mais pesquisa, a resposta foi esperançosa. Mas isso é tema para outro artigo.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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