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Saúde e Ciência

Mulheres retêm mais THC do que homens



29/09/2022



De acordo com alguns estudos, parece que o sexo feminino pode reter a cannabis por um tempo maior no organismo. Entenda

Que as pessoas respondem a cannabis de formas diferentes, não é novidade. Contudo, parece que essa diferença também pode variar entre o sexo feminino e masculino.

A forma que ambos experimentam a cannabis pode mudar a partir de vários fatores, como o tipo de cannabis, a frequência do uso, o ambiente e até o efeito placebo.

Há algumas explicações para que essa diferença aconteça. 

Uma delas é que as mulheres em geral produzem menos enzimas para metabolizar a cannabis que os homens. Logo, a substância permanece mais tempo no corpo. Como o que acontece com o álcool, por exemplo.  

A outra explicação é que os homens e mulheres não possuem um sistema endocanabinoide igual, e por isso metabolizam a cannabis de formas diferentes.

Então, um homem e uma mulher podem compartilhar um mesmo baseado, mas ter experiências diferentes.

O papel dos receptores CB1

De acordo com uma revisão publicada na revista científica Behavior Neuroscience em 2011, parece que os homens possuem mais receptores CB1 que as mulheres, ou seja, mais sinalizações para a cannabis percorrer o seu caminho. 

Chamado  “Efeitos sexualmente dimórficos de compostos canabinoides na emoção e na cognição”, o artigo sugere que isso aconteça tanto em ratos adolescentes quanto jovens e adultos.

O CB1 é conhecido por absorver principalmente o THC (Tetrahidrocanabinol), principal canabinoide responsável pela “alta” da maconha

Maior eficácia?

A maioria dos estudos abordados na revisão se concentrou no hipocampo, amígdala, hipotálamo e córtex, em que há a maior prevalência do receptor CB1. 

Por outro lado, a revisão também mostrou que as fêmeas, mesmo com menos receptores CB1, apresentavam uma conexão maior, ou seja, uma eficácia maior.

Retenção de THC

A revisão dos estudos também mostrou a diferença na quebra das moléculas de THC entre o sexo feminino e masculino. 

Parece que nas mulheres, quando o Tetrahidrocanabinol é metabolizado, há uma retenção da potência do composto. Enquanto nos homens, que utilizam mais outros três tipos de enzimas metabólicas no THC, a molécula diminui a sua potência. 

Ou seja, elas experimentam um efeito mais forte e prolongado de THC que os homens. Outro estudo feito em roedores em 2021 mostrou a mesma coisa. 

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Foto: Freepik

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E como isso acontece?

Para você entender, é importante ressaltar que a cannabis funciona através do Sistema Endocanabinoide, um sistema que influencia boa parte do organismo, como fome, sono, sistema imunológico e até o sistema nervoso.

Através dos chamados canabinoides, produzidos pelo próprio organismo, eles ajudam a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do corpo. 

A boa notícia é que a cannabis também produz canabinoides, que podem interagir com o nosso sistema. Eles se conectam principalmente com os receptores CB1 e CB2, por isso são usados como remédio.

 

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Foto: Freepik

Mais efeitos colaterais

A hipótese se mostrou válida também em um estudo feito em pessoas, que utilizaram o Tetrahidrocanabinol para o tratamento de dores oncológicas.  

Publicado no The Journal of the International Association for the study of Pain ainda em maio deste ano, as mulheres parecem experimentar mais efeitos colaterais que os homens. 

Fator que acontece justamente quando as substâncias permanecem por mais tempo no organismo.

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Procure um médico

É importante ressaltar que  qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá te orientar de forma específica e inclusive, indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um médico prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.