Que as pessoas respondem a cannabis de formas diferentes, não é novidade. Contudo, parece que essa diferença também pode variar entre o sexo feminino e masculino.
A forma que ambos experimentam a cannabis pode mudar a partir de vários fatores, como o tipo de cannabis, a frequência do uso, o ambiente e até o efeito placebo.
Há algumas explicações para que essa diferença aconteça.
Uma delas é que as mulheres em geral produzem menos enzimas para metabolizar a cannabis que os homens. Logo, a substância permanece mais tempo no corpo. Como o que acontece com o álcool, por exemplo.
A outra explicação é que os homens e mulheres não possuem um sistema endocanabinoide igual, e por isso metabolizam a cannabis de formas diferentes.
Então, um homem e uma mulher podem compartilhar um mesmo baseado, mas ter experiências diferentes.
De acordo com uma revisão publicada na revista científica Behavior Neuroscience em 2011, parece que os homens possuem mais receptores CB1 que as mulheres, ou seja, mais sinalizações para a cannabis percorrer o seu caminho.
Chamado “Efeitos sexualmente dimórficos de compostos canabinoides na emoção e na cognição”, o artigo sugere que isso aconteça tanto em ratos adolescentes quanto jovens e adultos.
O CB1 é conhecido por absorver principalmente o THC (Tetrahidrocanabinol), principal canabinoide responsável pela “alta” da maconha.
A maioria dos estudos abordados na revisão se concentrou no hipocampo, amígdala, hipotálamo e córtex, em que há a maior prevalência do receptor CB1.
Por outro lado, a revisão também mostrou que as fêmeas, mesmo com menos receptores CB1, apresentavam uma conexão maior, ou seja, uma eficácia maior.
A revisão dos estudos também mostrou a diferença na quebra das moléculas de THC entre o sexo feminino e masculino.
Parece que nas mulheres, quando o Tetrahidrocanabinol é metabolizado, há uma retenção da potência do composto. Enquanto nos homens, que utilizam mais outros três tipos de enzimas metabólicas no THC, a molécula diminui a sua potência.
Ou seja, elas experimentam um efeito mais forte e prolongado de THC que os homens. Outro estudo feito em roedores em 2021 mostrou a mesma coisa.
Para você entender, é importante ressaltar que a cannabis funciona através do Sistema Endocanabinoide, um sistema que influencia boa parte do organismo, como fome, sono, sistema imunológico e até o sistema nervoso.
Através dos chamados canabinoides, produzidos pelo próprio organismo, eles ajudam a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do corpo.
A boa notícia é que a cannabis também produz canabinoides, que podem interagir com o nosso sistema. Eles se conectam principalmente com os receptores CB1 e CB2, por isso são usados como remédio.
A hipótese se mostrou válida também em um estudo feito em pessoas, que utilizaram o Tetrahidrocanabinol para o tratamento de dores oncológicas.
Publicado no The Journal of the International Association for the study of Pain ainda em maio deste ano, as mulheres parecem experimentar mais efeitos colaterais que os homens.
Fator que acontece justamente quando as substâncias permanecem por mais tempo no organismo.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá te orientar de forma específica e inclusive, indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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