“A Cannabis Medicinal é uma substância de grande potencial terapêutico, capaz de melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem de ansiedade, depressão, câncer, HIV/AIDS e outras enfermidades crônicas” disse o neurocientista Sidarta Ribeiro uma vez.
Isso porque a maioria dos pacientes com dor crônica geralmente é tratada com o que chamamos de polifarmácia, ou seja, utilizam uma grande lista de medicamentos (4 ou mais), que inclui:
Anti- inflamatório alternado com acetaminofeno, para alívio da dor, um relaxante muscular, um antidepressivo, um benzodiazepínico para ansiedade, um opioide, outro opioide para controle das crises, um medicamento para dormir, um laxativo para alívio da constipação intestinal causada por todos esses medicamentos, um inibidor de bomba de prótons para refluxo gástrico esofágico, gastrite, devido ao uso de anti-inflamatórios e gabapentina para dor neuropática.
Além de todos esses fármacos , muitos outros são utilizados para o controle de doenças concomitantes como diabetes, hipertensão arterial, câncer e várias outras condições.
O paciente fica deprimido não só pelo uso de tantos medicamentos, mas também por estar cronicamente doente, o que acaba afetando tremendamente sua qualidade de vida e a razão de viver.
Nesse contexto, surge outro círculo vicioso, em que a dor crônica interrompe seu sono, dificulta o dia a dia e, além disso, causa depressão e ansiedade.
Existem várias razões para se utilizar a cannabis medicinal nesses pacientes, pois seu extrato possui mais de 500 agentes terapêuticos que além de atuar em diversas enfermidades e substituir todas essas drogas.
A cannabis medicinal não apenas tem ação antiinflamatória, relaxante muscular e propriedades analgésicas, mas também melhora o humor, reduz a ansiedade, promove sono reparador e é capaz de potenciar o efeito analgésico dos opioides, podendo assim diminuir sua dose utilizada.
De acordo com Donald Abrams em um dos seus artigos, os pacientes podem atingir os mesmos resultados, se não melhores, no alívio da dor utilizando a cannabis medicinal e baixas doses de opioides.
Diminuir a dose de opioides ainda significa aumentar a segurança e reduzir os efeitos adversos indesejáveis, como o risco de depressão cardiorrespiratória e morte (Lucas, 2011).
Em 2017, um relatório publicado pela academia nacional de ciências mostrou evidências científicas de que a cannabis oferece inúmeros benefícios, muito além do tratamento de uma única enfermidade.
O valor em reduzir o uso de analgésico e antiinflamatório para pacientes com dor crônica é enorme. Um estudo demonstrou que na Califórnia no período de 2010 a 2013 o uso de cannabis medicinal levou a uma redução nas vendas de medicamentos farmacêuticos de 25%, resultando em uma economia de 165 milhões de dólares para o governo americano. (Bradford, 2016) .
Basicamente as pessoas preferem pagar pela cannabis medicinal à utilizar os medicamentos fornecidos pelo governo gratuitamente.
De acordo com o centro de informação e biotecnologia dos Estados Unidos, “o fato de ambos receptores, CB1 e CB2, estarem presentes nas células imunes, sugere que os canabinoides participam ativamente na modulação do sistema imunológico”.
Dessa forma, os estudos apresentados por pesquisadores do mais alto nível científico, rompem paradigmas e abrem as portas para uma medicina inovadora, personalizada e acima de tudo natural.
As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.
Mario Grieco
Médico, especialista em medicina interna e medicina do trabalho, também é pesquisador de Cannabis Medicinal e Fellowship em Internal Medicine nos EUA, onde viveu por 20 anos, obteve a certificação ECFMG. Além do trabalho como pesquisador, é colaborador do ambulatório do hospital das clínicas na faculdade de medicina da USP e professor do curso de pós-graduação lato sensu em Cannabis Medicinal na Ânima-Inspirali. Foi presidente de seis empresas e atualmente é diretor da clínica Cannabis Care. Considerado um dos 20 líderes mais influentes da América Latina no campo de longevidade, recebeu vários prêmios nos Brasil e nos EUA e publicou seis livros, entre eles "Cannabis Medicinal Baseado em Fatos" e "Cannabis medicinal: fatos ou mitos?"
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