Mais legalização e menos intoxicação por canabinoides sintéticos

Mais legalização e menos intoxicação por canabinoides sintéticos

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Um estudo da Washington State University (WSU) descobriu uma queda de 37% nos relatos de intoxicação por canabinoides sintéticos, como Spice e K2, em estados com cannabis legal em comparação a 13% de queda em estados com políticas restritivas.

Drogas conhecidas como K2, Spice ou AK-47 parecem ter menos apelo em estados que legalizaram a forma natural da cannabis, segundo um estudo liderado pela WSU publicado no Journal of Clinical Toxicology.

Em nota à imprensa, a professora associada de enfermagem e principal autora do estudo, Tracy Klein, afirma que “com base em pesquisas anteriores e neste estudo atual, é evidente que os usuários que têm a opção de usar um produto menos tóxico potencialmente o fariam”.

Sintéticos não são cannabis

É importante dizer que canabinoides sintéticos não são cannabis. Eles são assim chamados por que trabalham nos mesmos receptores no cérebro que o componente psicoativo da planta de cannabis, tetrahidrocanabinol ou THC.

No entanto, os sintéticos ilícitos se ligam a esses receptores até 100 vezes mais forte e não possuem nenhum dos constituintes mediadores da planta, como o canabidiol ou CBD.

Como resultado, os canabinoides sintéticos têm uma alta toxicidade e podem levar a danos graves, até mesmo à morte.

“Sabemos que existem muitos canabinoides sendo desenvolvidos e no mercado — e os reguladores estão lutando para recuperar o atraso”, disse Klein. “Você não pode facilmente testar canabinoides ilícitos. Muitas vezes, só descobrimos se um paciente está usando por que está hospitalizado ou por que está morto”, completa.

Como o levantamento foi feito

Para este estudo, os pesquisadores analisaram dados do National Poison Data System de 2016 a 2019, antes do início da pandemia.

Foram analisados apenas os estados que tinham políticas públicas em relação à cannabis relativamente estáveis durante esses anos, colocando-os em uma das três categorias:

  • Permissivo, como o estado de Washington, onde os usos médico e adulto de cannabis são legais;
  • Medicinal, como o Havaí, que permite cannabis apenas para uso médico;
  • Restritivo, como Idaho, que proíbe quase todo uso de cannabis.

Nesta amostra, houve 7.600 relatos de intoxicação relacionados ao uso de canabinoides sintéticos, cerca de 65% dos quais necessitaram de atendimento médico. Houve também 61 mortes.

Os pesquisadores descobriram que os relatórios de intoxicação relacionados aos sintéticos caíram em geral durante esse período, mas com discrepância entre as categorias: houve 13% menos casos em estados onde o uso médico é permitido e uma queda muito mais significativa, de 37%, em estados permissivos.

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