Gatinha ‘full pistola’ com doença rara faz tratamento com Canabidiol

Gatinha ‘full pistola’ com doença rara faz tratamento com Canabidiol

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A felina tem uma condição rara, que além de provocar vários problemas, também altera as expressões faciais. Mas isso a fez ficar famosa pela “cara fechada”. 

Assim que Carolina Vila Nova adotou a Bananinha, ela percebeu que a gatinha de pelo dourado era diferente. Além de muito pequena, ela tinha as patinhas tortas e curtas e um andar estranho. 

Ela também passou a apresentar um quadro persistente de dor, que a deixou incapacitada de subir nos lugares e reclamando quando era tocada. Ela ainda teve uma síndrome respiratória felina, o que fez a sua tutora procurar ajuda. 

Bananinha passou por diversos veterinários que fizeram uma série de exames e descartaram algumas doenças. Alguns diagnósticos pareciam inconclusivos e foi difícil chegar em uma resposta clara.

Mucopoli…o que?

Depois de um raio-X completo, a veterinária Melissa Faria Martins Gabriel teve a primeira pista de que poderia ser:

“Deformidade da placa terminal cranial e caudal dos corpos vertebrais torácicos e lombares; alteração morfológica dos processos articulares no segmento torácico e lombar da coluna; indefinição do processo odontoide de C2; deformidades nas articulações dos cotovelos. Achados compatíveis com mucopolissacaridose.”

Mas o que isso significa? 

Também chamada de MPS, a condição é uma doença hereditária, que afeta o metabolismo do animal. Ela prejudica as enzimas responsáveis pela quebra das moléculas, o que resulta no acúmulo de glicosaminoglicanos no organismo, o que afeta vários órgãos. 

Os sintomas mais comuns da condição são hérnias, limitações nas articulações, perda auditiva, problemas respiratórios e cardíacos, aumento do fígado e até déficit neurológico. 

Além de uma característica que chamou atenção de muita gente: alterações faciais que a deixaram com cara de brava, como se fosse “marrenta”.

Qualidade de vida

A doença é degenerativa e não tem cura. A expectativa de vida também não é esperançosa. Por isso, a tutora buscou formas de tornar trazer qualidade de vida para a gatinha enquanto ela estivesse por aqui. 

Como, por exemplo, rampas para que ela subisse na cama, potes altos de comida e  óleo de cannabis medicinal. 

Assim como os humanos, a cannabis também atua nos animais através do chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema presente na maioria do organismo para promover a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções. 

Como a cannabis funciona

Através de receptores espalhados pelo corpo, os chamados canabinoides – produzidos pelo próprio organismo – ajudam a regular o que estiver errado. Se uma pessoa está com febre, por exemplo, o sistema ajuda a restaurar a temperatura corporal. 

A cannabis também produz canabinoides, que podem interagir com os receptores da mesma forma que os nossos. 

O Canabidiol (CBD), por exemplo, possui efeitos analgésicos e anti-inflamatórios, o que foi muito útil na vida da Bananinha. 

Em entrevista à Folha de S.Paulo, a veterinária da bichana, Lia Nasi, a cannabis também diminui as citocinas pró-inflamatórias e aumenta a produção de citocinas anti-inflamatórias. 

Benefícios a mais

A doença também culminou em um glaucoma, no qual a gatinha era tratada com colírios e visitas frequentes ao oftalmologista.

No entanto, depois de um check-up, a pequena parece estar bem, sem problemas renais ou hepáticos. E aparentemente sem muitas dores, já que pula e se movimenta nas suas limitações. 

Contrariando as expectativas, ela completa em breve, quatro anos. 

Cannabis como tratamento para os animais. 

A cannabis pode ter contribuído para estas outras melhorias. Isso porque alguns estudos já destacaram a sua ação positiva no glaucoma e nas dores, pois ela trabalha para restaurar o equilíbrio das funções do corpo. 

De acordo com o veterinário João Lourenço em uma live feita pela Cannalize, a cannabis pode ajudar em até 70% das doenças dos animais, já que ela trata vários problemas de uma vez.

Ele ainda complementa que a cannabis pode ser uma alternativa mais rápida e também pode substituir os remédios convencionais. 

Limbo jurídico

Atualmente, várias pessoas tratam os seus pets com a cannabis, mas vivem em um limbo jurídico, pois não há nenhuma legislação sobre o assunto.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação de produtos à base de cannabis em 2015. Contudo, de acordo com as resoluções vigentes, a autorização é apenas para humanos e não inclui os animais.

Por isso, muitas pessoas  recorrem a entidades que fornecem o óleo para associados ou até por uma importação legal, mas como se o óleo fosse para uma pessoa e não para um pet.

Com informações da Folha de S. Paulo.

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