Falta de informação ainda é o principal problema da cannabis no Brasil

Falta de informação ainda é o principal problema da cannabis no Brasil

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A feira Cannabis Fair, focada no uso medicinal da cannabis, contou com diversos players do cenário canábico brasileiro, e uma das discussões abordadas foi o mercado da cannabis no Brasil e no mundo. 

Termina hoje, em São Paulo, a Medical Fair, no Expo Center Norte. O evento tem como foco apresentar as principais novidades, inovações e tecnologias  do mercado medicinal. 

Uma parte da feira foi dedicada inteiramente ao mercado medicinal da cannabis. Além de stands expositivos das maiores empresas brasileiras do ramo, palestras e debates sobre o cenário também foram realizados. 

A Cannalize esteve lá cobrindo tudo. 

Palestra 

Os dois últimos dias do evento foram dedicados ao mercado brasileiro, e contou com a participação de vários influentes do setor no Brasil. 

Dos assuntos discutidos, temas como problemas do mercado, oportunidades e preconceitos foram expostos.

 

Viviane Sedola, por exemplo, CEO da Dr. Cannabis, começou uma das discussões comentando sobre o problema de comunicação que existe com relação à cannabis. 

“Demorei para entender que o problema da cannabis é mais de comunicação do que provas científicas, falta muita informação. Apesar de ter médicos prescritores, muitos pacientes consultam sem saber que a cannabis é uma alternativa”. 

Ela acrescentou que, do outro lado, o médico fica sem saber como apresentar a cannabis com medo de sofrer sanções.  

Mudança de pensamento no Brasil

O diretor executivo da BRCann, Tarso Araújo, comentou sobre o preconceito que o tratamento com a cannabis ainda sofre no Brasil. 

“O Brasil em relação à cannabis está cheio de apagões. Há lugares em que o uso medicinal da cannabis ainda não chegou. A região Nordeste está bem atrás. O grande limitador ainda é o preconceito, o nível de desinformação ainda é muito grande” 

Ele acrescentou que a evolução depende de uma questão cultural, que a regulamentação pode mudar do dia para a noite, a lei também, mas a cultura depende de tempo e de luta. 

O Doutor Lottenberg, médico oftalmologista e Presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, também falou sobre a mudança de pensamento que precisa acontecer no país. 

Para ele, mudar a cultura de uma população é muito difícil, mas que o Brasil tem as melhores condições para desenvolver uma série de estudos clínicos que sejam relevantes para a sociedade. 

Pontos positivos

Gustavo Marra, da USA Hemp Brasil, terminou a palestra enaltecendo os pontos positivos da cannabis. 

“Temos em mãos uma planta versátil. Não só para tratamentos, mas também para o uso têxtil, de combustível, na construção civil, dentre outros. 

Se a gente não usar a ciência a nosso favor, nunca vamos quebrar os preconceitos em relação ao uso da cannabis, pois muita coisa está relacionada ao mercado recreativo”. 

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