Apesar do Projeto de Lei 399/2015, que visa o cultivo de cannabis no Brasil não ter avançado ainda na Câmara dos deputados, as expectativas das empresas do setor ainda estão altas.
Prova disso é que a Câmara Argentina de Cannabis (ArgenCann) fez um acordo de cooperação com a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abican).
A parceria visa o desenvolvimento de políticas e avanços sobre a cannabis em ambos os lados da fronteira. O acordo ainda é voltado para a Rede Latino-Americana de Associações de Cannabis, que é formada pela Colômbia, Peru, México, Uruguai e Paraguai.
Ilustração: Sarina Fin
Enquanto isso se desenrola, as empresas do setor apostam em aspectos legais em vigência aqui no Brasil. Como a Resolução 327/19, que autoriza a fabricação de produtos e a comercialização nas farmácias.
Depois que entrou em vigor em março do ano passado, só a Prati-Donaduzzi conseguiu uma autorização, mas outras empresas do setor esperam obter também.
Segundo a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), outras sete empresas estão com o pedido em processo. Uma delas é a GreenCare.
Mesmo sem uma resposta do órgão, a empresa já se antecipou e adquiriu uma fábrica em Vargem Grande (SP), além de um investimento de 40 milhões para uma futura fabricação em território nacional.
E mesmo depois da Anvisa criticar sites e divulgações sobre produtos importados à base da planta, isso parece não intimidar as empresas importadoras, que se apegam na Resolução 335/20 que regula o processo de importação individual.
Como a GreenCare, muitas companhias já se anteciparam para venda dos seus produtos aqui. Como a americana Purely CBD, que criou um site em português para quem quiser abrir filiais no Brasil.
Ou a startup MoonLion CannaScience. Criada por brasileiros, ela espera faturar R $12 milhões de reais no país, além de conseguir autorização para a produção aqui.
“O mercado brasileiro tem muito potencial para crescer no segmento dos canabinoides, este é só o começo de uma longa jornada fascinante”, diz o CEO Leandro Moraes.
Mesmo com um valor elevado devido a proibição de plantio, o interesse de várias empresas gera concorrência, que consequentemente pode trazer uma queda nos preços.
A importadora OnixCan, por exemplo, recentemente também anunciou um óleo destinado para pacientes brasileiros, com um custo de R$0,15 por miligrama.
No ano passado, a startup Entourage Phytolab também já tinha anunciado um processo de fabricação de óleo que tornaria o produto até 60% mais barato.
O futuro da indústria de cannabis parece estar no caminho, embora ainda parece incerto. Resta esperarmos os próximos capítulos.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduada na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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