Depressão: O que é, Causas, Sintomas e Tratamentos

Depressão: O que é, Causas, Sintomas e Tratamentos

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Doença que atinge mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é que 5,8% da população seja afetada pela doença.

Depressão ou transtorno depressivo maior, se tornou uma doença muito comum e séria que afeta de maneira negativa como você se sente, como pensa e como age. No entanto, a boa notícia é que ela também é tratável.

Essa doença provoca sentimentos de tristeza ou perda de interesse em atividades do dia a dia que antes traziam prazer. Pode causar muitos problemas emocionais e físicos e também diminuir a motivação, o que dificulta até manter atividades normais no trabalho e em casa.

Muitas vezes é confundida com ansiedade e pode levar a pensamentos suicidas. Nesse caso, é importante diagnosticar a doença e iniciar de maneira imediata um acompanhamento médico.

Diferença entre depressão e tristeza

A morte de um ente querido, a perda de um emprego ou o fim de um relacionamento realmente são experiências difíceis e dolorosas para muitas pessoas. Com isso, é normal que sentimentos de tristeza ou de luto venham a tona em meio a essas situações. Diante disso, aqueles que passam por uma perda, muitas vezes dizem estar  “deprimidos”.

Contudo, se sentir  triste não é o mesmo que ter depressão. O processo de luto é natural e único para cada pessoa e na maioria tem algumas das mesmas características da depressão. Ou seja, tanto o luto quanto a depressão podem envolver tristeza intensa e afastamento das atividades comuns da vida.

Mesmo tendo suas diferenças, isso não descarta o fato de que para algumas pessoas, a morte de um ente querido pode causar depressão grave. 

Existem casos em que perder um emprego, ser vítima de uma agressão física ou de um grande desastre pode levar à depressão, mas isso não significa que todo sentimento de tristeza e luto está relacionado a  à depressão.

Quando o luto e a depressão se conectam, o sentimento e período do luto é mais grave e mais longo do que um momento de luto sem depressão. Apesar de algumas semelhanças  entre tristeza e depressão, elas são diferentes. 

Saber distinguir esses pontos entre eles pode ajudar as pessoas a obter ajuda, apoio ou tratamento de que precisam.

Quais as causas que levam a depressão?

Ao contrário do que muitos pensam, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão, que atualmente é considerada por muitos como o “Mal do Século”.

Vale lembrar que o estresse excessivo pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. O número de casos em meio a população que passa por depressão é estimado em 19%, o que quer dizer que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.

A depressão pode afetar qualquer tipo de pessoa, até mesmo uma pessoa que parece viver uma vida “perfeita”.

 

Existem inúmeros fatores que podem levar a depressão, entre ele estão:

  • Bioquímica: Diferenças em certas substâncias químicas presentes no cérebro;
  • Genética: Se um gêmeo idêntico tem depressão, o outro tem 70% de chance de ter a doença em algum momento da vida;
  • Personalidade: Pessoas com baixa autoestima e pessimistas;
  • Fatores ambientais: Exposição contínua à violência, negligência, abuso ou pobreza.

Além desses citados acima, existem outros fatores que pode desencadear a depressão, que são :

  • Transtornos psiquiátricos correlatos;
  • Estresse e ansiedade crônicos;
  • Problemas hormonais;
  • Excesso de peso, sedentarismo e dieta desregrada;
  • Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas);
  • Excesso de estímulos, como o uso excessivo de internet e redes sociais;
  • Traumas físicos ou psicológicos, experiências de violência doméstica ou abuso;
  • Separação conjugal, perda de emprego, desemprego por tempo prolongado ou a perda de uma pessoa muito querida;
  • Fibromialgia e dores crônicas;

Sintomas da depressão

Na maioria das vezes, as pessoas que sofrem com essa doença, podem apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas emocionais e psicológicos.

  • Falta de motivação;
  • Apatia;
  • Medos que antes eram inexistentes;
  • Problema na concentração;
  • Perda ou aumento de apetite;
  • Alto grau de pessimismo;
  • Perda na vontade de fazer atividades antes prazerosas;
  • Indecisão;
  • Insegurança;
  • Insônia;
  • Sensação de vazio;
  • Irritabilidade;
  • Raciocínio mais lento;
  • Esquecimento;
  • Ansiedade;
  • Angústia;
  • Vontade de morrer.

Existem casos, que além dos sintomas emocionais, a depressão também dá sinais físicos. Entre eles:

  • Fortes dores de barriga;
  • Má digestão;
  • Azia;
  • Constipação intestinal;
  • Tensão na nuca e nos ombros;
  • Dores de cabeça;
  • Dores no corpo;
  • Pressão no peito;
  • Queda da imunidade.

Tratamento da depressão

Essa doença está entre as mais tratáveis dos transtornos mentais. Cerca de 80% e 90% das pessoas com depressão acabam reagindo de forma positiva ao tratamento. Quase todos os pacientes também conseguem obter algum alívio em seus sintomas.

Antes de qualquer diagnóstico ou tratamento, é necessário que um psicólogo ou médico psiquiatra realize uma avaliação diagnóstica completa, incluindo uma entrevista e, possivelmente, um exame físico.

Existem casos em que um exame de sangue pode ser feito para garantir que a depressão não seja causada por uma condição médica como um problema de tireoide. 

A avaliação é feita para identificar sintomas específicos, histórico médico e familiar, fatores culturais e fatores ambientais para chegar a um diagnóstico e planejar um tratamento ideal para o paciente, pois cada caso é um caso e se trata de pessoas diferentes.

Durante o processo de tratamento da depressão, alguns fatores são essenciais para que haja avanço no alívio de sintomas e crises. Entre esse passos estão: 

  • Medicação: A química do cérebro pode contribuir para a depressão de uma pessoa e pode influenciar seu tratamento. Por causa disso, os antidepressivos podem ser prescritos para ajudar a modificar a química do cérebro;

    Psicoterapia: Em alguns casos é usada sozinha para o tratamento da depressão leve, para depressão moderada a grave, a psicoterapia geralmente é usada junto com medicamentos antidepressivos;
  • Terapia eletroconvulsiva: é um tratamento médico normalmente usado para pacientes com depressão muito grave ou transtorno bipolar que não responderam a outros tratamentos;
  • Autoajuda e Enfrentamento: Para muitas pessoas, o exercício regular ajuda a criar sentimentos positivos e melhorar o humor. Ter um sono de qualidade , manter uma dieta saudável e evitar o álcool também podem ajudar a reduzir os sintomas da depressão.

Medicamentos mais comuns para Depressão

Os medicamentos mais usados para o tratamento de depressão são:

  • Amitriptilina;
  • Ansitec;
  • Cinarizina;
  • Citalopram;
  • Clomipramina;
  • Clonazepam;
  • Daforin;
  • Donaren;
  • Dual;
  • Escitalopram;
  • Exodus;
  • Fluoxetina;
  • Lexapro;
  • Lorax;
  • Lorazepam;
  • Mirtazapina;
  • Paroxetina;
  • Rivotril;
  • Cloridrato de sertralina.

Importante lembrar que somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.

O uso do medicamento não deve ser interrompido sem antes consultar um médico.

Cannabis no tratamento da depressão

Antes de tudo, para entender como essa planta pode ajudar no tratamento de depressão é preciso saber o que é o Sistema Endocanabinóide (SE), que existe em todos os mamíferos.

Um sistema responsável por regular o equilíbrio de muitas funções do organismo (homeostase) a nível celular, como fome, humor, sistema imunológico e o Sistema Nervoso Central. Ou seja, se alguma função não está operando de maneira correta, é ele quem sinaliza.

Os responsáveis pelo funcionamento desse sistema  são os endocanabinóides, produzidos pelo próprio organismo, corrigindo o que está desregulado. Eles trabalham através de receptores, os mais conhecidos são chamados de CB1 e CB2, que são responsáveis pela absorção deles.

Caso ocorra a falta desses canabinóides, que pode acontecer por uma série de motivos, pode causar o que chamamos de Síndrome de Deficiência Endocanabinóide, que pode levar a uma série de complicações.

Em casos de depressão, há uma baixa de endocanabinóides no cérebro, como a serotonina ou a dopamina. Embora sejam neurotransmissores, eles também são considerados endocanabinóides. Por isso, os remédios ou a reposição de canabinóides podem elevar os níveis das substâncias químicas.

O Sistema Endocanabinóide funcionando de maneira correta, pode causar efeitos ansiolíticos e antidepressivos, também reduz a atividade estressante do sistema neuroendócrino e melhora a plasticidade do hipocampo.

O tetrahidrocanabinol (THC), por exemplo, conhecido pelos seus benefícios no humor e euforia, pode ativar o receptor CB1 e regular essa parte química do cérebro.

O canabidiol (CBD) também pode influenciar o humor, ativando a serotonina através do canabinóide, causando  efeitos antidepressivos.

É importante ressaltar que a depressão é multifatorial, por isso, não pode ser controlada apenas com remédios, mas também precisa de um acompanhamento psicológico e se possível, com o apoio de familiares e amigos.

A alimentação, o sono, a prática de exercícios físicos também podem ser um forte aliado na luta contra a doença.

A cannabis pode ajudar muito no tratamento, mas não pode fazer tudo sozinha.

Ficou curioso e quer saber mais sobre o uso da cannabis no tratamento da depressão? Clique aqui.

Tags:

Artigos relacionados

Relacionadas