O museu de 400m² terá dois andares mais um amplo espaço ao ar livre, e está localizado em frente ao Ministério do Interior.
O primeiro museu de cannabis da Croácia acaba de abrir na capital do país, Zagreb. Com qual objetivo? Educar o público sobre a planta.
O novo museu oferece um guia experimental através da história da cannabis, acompanhado de exposições que incluem desde música até filmes com o tema.
Museus temáticos não são novidade para Zagreb, que oferece “museus” sobre os anos 1980, relacionamentos rompidos e até um exclusivo para a ressaca.
Na Croácia, como em outros países europeus, o cânhamo é legal; o uso médico é permitido em casos muito limitados. Pequenas quantidades de posse de alto teor de Tetrahidrocanabinol (THC) são criminalizadas, mas pode levar a multas que variam de 700 a 3 mil dólares.
Plantar e vender, no entanto, são severamente punidos, com pena mínima de três anos de prisão.
A reforma para a legalização, limitada ao âmbito medicinal, aconteceu em outubro de 2015 depois que um paciente de esclerose múltipla foi pego cultivando sua própria planta para tentar manter os sintomas sob controle.
A cannabis para uso medicinal é um bom passo; no entanto, na Croácia, assim como em outros lugares, ainda deixa os pacientes em risco de criminalização, principalmente se seus médicos se recusarem a prescrever o medicamento.
Em fevereiro de 2020, a União Democrática Croata (HDZ) tentou apresentar um projeto de lei no parlamento para legalizar totalmente a planta, mas falhou. Entre outros motivos, a oposição conservadora e, claro, a COVID.
Existem várias razões pelas quais a reforma da cannabis está muito mais lenta na União Europeia.
Ao contrário do Canadá, os estados dos EUA e do México, tanto tribunais soberanos quanto os da União Europeia têm relutado em decidir sobre os direitos constitucionais de posse e cultivo de cannabis.
A questão foi deixada de lado com a tentativa de mudar o foco para o âmbito medicinal – embora a reforma do CBD tenha gradualmente começado a se firmar.
Há outra razão que hoje é a fundamental para a lentidão da legalização total e do crescimento de tratamentos com a planta.
Os governos que legalizaram o uso recreativo querem uma indústria totalmente legítima, tributável e responsável.
Embora não haja nada de errado nisso, além de ser uma maneira sensata de garantir a saúde do consumidor, a abordagem até agora tem sido negar aos pacientes o direito de cultivar suas próprias plantas, circunstância que leva as seguradoras de saúde se recusarem a cobrir os custos.
Pacientes com doenças graves geralmente também são os mais vulneráveis economicamente e, é claro, também não poderão participar economicamente de uma futura reforma para o uso adulto – justamente por não conseguirem comprar as licenças.
A educação, como em campanhas e mídias sociais, junto aos esforços como o do novo museu de cannabis na Croácia, continuam sendo muito importantes.
Mas também é cada vez mais perceptível que não são suficientes. Uma profunda mudança na educação de legisladores e políticos, bem como de médicos e outras autoridades, precisa se tornar comum.
O tempo de “demonizar” a planta e seus usuários está superado. Inclusive, a proibição em si é tema de uma das exposições do museu.
Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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