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Apepi: a primeira fazenda de cannabis medicinal do Rio



02/03/2022



Entre obstáculos e conquistas, a Apepi agora conseguiu o direito legal de plantar. Esse é só mais um dos vários capítulos da associação do Rio de Janeiro.

 

Na última sexta-feira (25), a Anvisa autorizou oficialmente a Associação de Apoio à Pesquisa e a Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi) a fabricar e vender os produtos para uso medicinal nas farmácias brasileiras.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já havia aprovado uma liminar em novembro de 2020, mas foi derrubada pelo órgão pouco tempo depois. Mas agora é oficial. 

A fazenda tem uma área de 600 mil metros quadrados, que possibilita o cultivo em escala suficiente para fornecer remédios aos 1.400 associados. 

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Em entrevista para à Cannalize, Margarete Brito, fundadora da associação, comentou: 

“Ainda existe muito preconceito com a cannabis, com uma decisão favorável como essa, acreditamos que seja possível auxiliar na desmistificação desse tema. Visto que são muitos anos de proibição e demonização dessa planta, que tem dado qualidade de vida para muita gente”. 

É preciso compreender que não é um projeto novo, muito menos simples. Entenda toda a história da associação até aqui: 

Como tudo começou

A Apepi foi fundada em 2014 pelos pais de Sofia Langenbach, a advogada Margarete Brito e o designer Marcos Lins Langenbach. 

Ao descobrirem que a cannabis poderia ser o remédio para o controle das convulsões da filha, decidiram lutar contra o que na época era considerado tráfico internacional de drogas.

No mesmo ano, a associação fez parte da campanha Repense, fazendo parte também da criação da ala de cannabis medicinal na Marcha da Maconha. 

Evolução

Em 2015, com a liberação de importação de produtos de cannabis medicinal pela Anvisa, o cenário se transformou, dando um salto de qualidade. 

Em 2016, a Apepi foi, de fato, formalizada. O primeiro curso de cultivo dado por eles foi inaugurado.

Problemas

No ano de 2021, a Apepi enfrentou dois grandes desafios que causaram o fechamento da associação. 

Em março do ano passado, o número de WhatsApp da associação, que era usado para o contato com clientes e pacientes, foi banido do aplicativo de mensagens acusado de venda de drogas ilícitas. 

O número ficou banido durante 12 horas. 

Pouco mais de um mês depois, em abril de 2021, a polícia do Rio de Janeiro invadiu a fazenda da Apepi com um mandado de busca e apreensão. 

Os cultivadores foram pegos de surpresa e, segundo relatos, até os celulares foram apreendidos quando a equipe tentava filmar as buscas. 

O mandado foi feito pela juíza local Katylene Collyer Pires, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Mas felizmente, no final da tarde, a juíza revogou o despacho e pediu para voltar à situação anterior. 

Outras associações no Brasil: 

Além da Apepi, o Brasil também conta com outras associações que lutam na área da cannabis. Aqui estão algumas delas: 

Abrario: Auxilia pessoas com epilepsia a tratarem com cannabis

Ama+me: Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal

Abrace: Possui laboratórios com farmacêuticos para a produção do medicamento cannabidiol

Cannativa: Associação de Estudos sobre Cannabis

SBEC: Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis

Acuca: Associação Cultural Cannábica de São Paulo

Associação Cannab: Associação para Pesquisa e Desenvolvimento da Cannabis Medicinal no Brasil 

Vitória! 

Na página oficial da Apepi no instagram, o anúncio diz: “Foi do jeitinho que precisávamos para que sigamos nos moldes da RDC 18, ou seja, farmácia viva”. 

“Mais uma vitória até aqui e por tudo isso queremos agradecer o Juiz, MPF, nosso advogado, nossos colaboradores e todos nossos Associados. A luta está só começando, viva as Associações!”, completaram.  

 

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Arthur Pomares

Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.